domingo, 4 de fevereiro de 2018

Ex-muçulmano fala de como era antes de se converter a CRISTO: “Satanás me impelia a acabar com minha vida”


Assina Norbert Lieth

Em 2003, Norbert Lieth entrevistou um cristão curdo da Turquia, um ex-muezim. Considerando sua atividade missionária no ambiente islâmico, ele permanecerá anônimo. No entanto, o que aquele muçulmano convertido disse naquela ocasião permanece hoje mais atual do que nunca.

Antes da sua conversão a Jesus Cristo, você era um muezim muçulmano. Qual é a função de um muezim?

O muezim (árabe) é o arauto e apresentador de oração, que cinco vezes ao dia anuncia do minarete da mesquita a hora da oração. Ele também celebra casamentos e atende a todas as tarefas que a religião islâmica impõe. Por assim dizer, ele é o pastor e orientador espiritual da sua comunidade. Quando e por meio do que você encontrou Jesus?

Por meio da leitura do Novo Testamento, que anteriormente eu odiava: estava convicto de
que cristãos de má índole o tinham falsificado. Quando fui parar na cadeia na Alemanha por causa de um assalto, orei naquele lugar a Deus para que Ele me mostrasse o caminho até Ele. Aí chegou um Novo Testamento em minhas mãos, que passei a ler e onde descobri que eu era um pecador e que Jesus Cristo morreu pelos meus pecados. Em 9 de novembro de 1987, dobrei meus joelhos diante de Jesus e O recebi como meu Senhor e Salvador.

Mas já antes disso Alá havia se tornado para mim um deus cruel pelas seguintes razões:

1. Quando eu ainda era muçulmano, comecei com a idade de sete anos a observar o dever de cinco vezes por dia me prostrar diante de Alá, o que são 35 vezes por semana. Em algum momento, porém, constatei muito decepcionado que aquilo não me proporcionava certeza de salvação e que o inferno estava à minha espera. É assim que o Alcorão ensina: “O teu Senhor decidiu definitivamente que não há ninguém entre vós homens e demônios que não vá para o inferno e que só depois, se Alá assim o quiser, ele o retirará de lá”. Fiquei decepcionado com o islã.

2. Também achei cruel que esse Alá, o suposto Criador, desse a mim, sua criatura, ordens de matar pessoas que pensassem ou cressem de outra forma. Na Surata 9, versículo 29, contém a ordem de guerra contra judeus e cristãos. E a certa altura me percebi mais humano que Alá. Eu não podia continuar a participar disso e, assim, renunciei ao meu cargo de apresentador de orações e me pus à procura do Deus vivo. Para um muçulmano, o único caminho de conseguir certeza da salvação por meio do islã é obedecer àquelas ordens cruéis e matar gente por Alá.

Como muçulmano praticante, qual era sua postura em relação a Israel, e qual é sua atual postura de cristão em relação ao judaísmo?

Naquele tempo eu odiava os israelenses e judeus sem que sequer tivesse conhecido um único judeu. É claro que isso provinha do veneno que o islã havia introduzido em mim. Mas a Bíblia diz: “Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (Jo 8.36). Quando vim a crer e constatei por meio da Palavra de Deus que Israel é o Seu povo na Terra, arrependi-me dos meus pensamentos. Hoje não passa nenhum dia sem que eu ore por Israel e abençoe Jerusalém e o povo judeu no Nome de Jesus.

Quando ainda estava preso no Islã e não tinha esperança nem certeza da salvação, apesar de ser religioso, e o fardo do pecado me oprimisse, eu às vezes desejava ser um terrorista suicida em Israel. Era impelido por Satanás a acabar com a minha vida e arrastar comigo para a morte algumas pessoas daquele povo que Deus ama. Também quando estava encarcerado ainda me debatia com essa ideia. O Senhor, porém, me guardou. A Ele o louvor e a gratidão!

Como você avalia a evangelização entre estrangeiros no Ocidente? É suficiente o que se faz nessa área? O que se poderia fazer de diferente e o que deveria ser valorizado?

Não se faz o suficiente. Eu mesmo atuo desde a minha conversão como evangelista entre estrangeiros na Alemanha. Muitos deles andam procurando. Cabe a nós cristãos amar os estrangeiros e oferecer-lhes um modelo verdadeiro do Senhor Jesus. A gentileza é muito importante e também a coragem de os convidar. Há muitos muçulmanos acessíveis na Europa. É importante ter o cuidado de não falar com eles numa atitude de superioridade.

É necessário empenhar-se em não erigir barreiras, mas de construir pontes até o coração deles. E o ponto que requer particular atenção é o de não lhes dizer logo no início que Jesus é Deus. É importante explicar-lhes antes a queda no pecado, para então conduzi-los à conversão. Não podemos explicar a um cego o aspecto da cor vermelha. Antes disso, será necessário abrir-lhe os olhos. Então ele reconhecerá quem Jesus é. O resto virá em seguida por si.

Que cuidados particulares são necessários se quisermos ganhar um muçulmano para Jesus?

Muitas vezes, os muçulmanos me dizem: “Os cristãos falam contra nós”. Em outras palavras: quando pregamos o Evangelho, eles acham que automaticamente nos opomos a eles. Mas eles reconhecem que, como cristãos, temos algo que eles não possuem, ou seja, a certeza da salvação. Estou plenamente convicto de que Jesus Cristo veio “buscar e salvar o que estava perdido”.

Se levarmos aos muçulmanos esta maravilhosa e gratificante esperança, eles verão isso. Se assim mesmo me amaldiçoarem, eu os abençoo. Oro por eles, choro por eles e choro com eles. Isso eles também veem e dizem: “Isto não conseguimos fazer!” Se nos dirigirmos a eles com o coração ardendo no amor de Cristo, eles reconhecerão que temos algo que falta a eles.

Do ponto de vista das declarações proféticas da Bíblia, o que você pensa dos nossos tempos? Concordaria com a opinião de que vivemos nos tempos finais (o período antes do Arrebatamento e da Volta de Jesus)?

Sim. Desde 1948, o Senhor voltou a reunir o Seu povo, exatamente segundo a Sua Palavra. Para mim, este é o primeiro sinal de que a Volta de Jesus não demorará. Outro sinal disso são os acontecimentos atuais e, além disso, a falta de amor entre os cristãos. No Seu sermão escatológico, o Senhor disse: “Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12).

Quem não enxergar que tudo isso está de fato ocorrendo, deve ser cego. Afinal, o amor entre os cristãos é muito importante, mas infelizmente vejo muitas vezes essa falta de amor mesmo entre cristãos autênticos. Se o meu fundamento não fosse a Palavra de Deus, eu já teria fugido há muito tempo. Mas também isso é profético, porque o Senhor Jesus também disse: “Quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?” Estou convicto de que vivemos esses dias.

Muito obrigado pela entrevista! — Norbert Lieth

Phonte: A Chamada

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