domingo, 6 de maio de 2018

Não celebre Karl Marx. Seu comunismo tem uma contagem de morte aos milhões

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James Bovard

É o aniversário de 200 anos do nascimento de Karl Marx, mas não há nada para celebrar. Seu sonho de uma utopia levou a milhões de mortes nas mãos de tiranos.

Sábado marca os 200 anos desde o nascimento de Karl Marx, e no mundo inteiro estão oferecendo tributos a ele. Num tributo do jornal New York Times de manchete “Feliz Aniversário, Karl Marx. Você Estava Certo!” o professor de filosofia Jason Barker declarou que “a opinião de esquerdistas cultos é hoje mais ou menos unânime em seu consenso com a tese básica de Marx” sobre as falhas do capitalismo. Mas isso é verdade somente se “a opinião de esquerdistas cultos” simplesmente não se importa com a tirania.

Mas o marxismo na prática não funciona também. Os regimes comunistas produziram a maior carnificina ideológica na história humana, matando mais de cem milhões de pessoas no século passado. Embora alguns defensores afirmem ser injusto para Marx culpá-lo, as sementes da tirania estavam ali desde o início.

O esquema de salvação de Marx foi edificado sobre um alicerce misterioso suprido pelo filósofo alemão G.W.F. Hegel. Embora o elogio do New York Times a Marx tenha bajulado Hegel como defensor de um “Estado liberal racional,” Hegel era ridicularizado durante sua vida como o “filósofo que vivia nos palácios reais da Prússia” e por promover a noção de que o Estado é inerentemente racional. Hegel deificou o governo, afirmando que “o Estado é a Ideia Divina como ela existe na terra.”


Marx, talvez cegado por Hegel, nunca reconheceu o perigo inerente de um Estado autocrático. Nem Marx explicou como o comunismo realmente se levantaria depois da demolição do capitalismo. 

Igualmente importante, ele nunca nem mesmo tentou revelar como o Estado “secaria até morrer” depois que a “ditadura do proletariado” começasse. Os disparates humanitários de Marx nada fizeram para impedir Lênin de decretar que “a liberdade é tão preciosa que precisa ser racionada.”

Os marxistas presumiam que o aumento crescente do vasto poder governamental era a chave para libertar a humanidade. A glorificação do poder e controle era o outro lado da moeda da demonização dos preços e lucros. Mas os regimes todo-poderosos rapidamente se tornaram um fim em si mesmos. 

Em 1932, o ditador soviético Josef Stalin decretou a pena de morte para todo roubo de propriedade estatal. Enquanto milhões de ucranianos estavam morrendo de fome devido à coletivização brutal das fazendas, até crianças pegando ilegalmente espigas de milho eram mortas a tiro.


Marx continua a apelar para os ativistas da “justiça social” graças a conceitos como “De cada pessoa conforme sua capacidade, para cada pessoa de acordo com sua necessidade.” E quem determina a “necessidade”? O Estado presumivelmente onisciente e benevolente. O marxismo prometeu acabar com a “luta de classes,” mas fez isso subjugando quase todos a funcionários estatais. A abolição da propriedade privada deixou as pessoas reféns de autoridades governamentais mesquinhas que puniam qualquer um que não se ajoelhasse aos ditames mais recentes.

Os regimes se sentiram no direito de infligir desilusões ilimitadas em suas vítimas — para o bem do povo, ou pelo menos do proletariado. Os alemães orientais eram doutrinados na ideia de que o Muro de Berlim existia para manter os fascistas do lado de fora — ainda que todas as matanças feitas por guardas de fronteira envolvessem alemães orientais indo para o Oeste. 


O marxismo prometeu utopia, e essa promessa sem garantia foi o suficiente para tratar os súditos como os escravos da Idade Média que eram obrigados a se submeter e obedecer eternamente. Qualquer um que tentasse escapar era tratado como se estivesse roubando propriedade governamental.

O comunismo é ainda muitas vezes retratado como moralmente superior ao capitalismo porque bane as empresas gananciosas que envenenam as pessoas por lucro. Mas os regimes comunistas do Bloco Oriental se tornaram um vasto cemitério para a Mãe Natureza. A poluição era generalizada em grande parte devido à deificação de planos econômicos. Enquanto as fábricas estivessem trabalhando a todo barulho e a produção do aço aumentasse, não importava se as pessoas e tudo o mais estivessem perecendo.

Viajei para os países comunistas da Cortina de Ferro muitas vezes em meados da década de 1980 para estudar os resultados de primeira mão da filosofia de Marx. Vi medo generalizado na face de pessoas emagrecidas nas ruas de Bucareste, Romênia, e vi o terror nos olhos de jovens checos quando alguém tocava no assunto de política. 


Vi por experiência guardas de fronteira que ficavam doidos e fora de si quando viam qualquer pedaço de papel que pudesse conter ideias subversivas. E vi multidões de defensores ocidentais que sempre insistiam em que devia-se dar mais tempo aos regimes comunistas e mais esmolas do Ocidente para se redimirem.

Marx nunca teve a intenção de que suas doutrinas provocassem terror perpétuo em centenas de milhões de vítimas. Mas era criminalmente ingênuo esperar resultados felizes de qualquer sistema que concedesse poder ilimitado aos governantes. No aniversário de Marx, nunca se esqueça de que uma filosofia que começa idealizando o governo terminará idealizando a subjugação.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do USA Today: Don't celebrate Karl Marx. His Communism has a death count in the millions

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