quinta-feira, 3 de maio de 2018

Pastor é sequestrado e decapitado por grupo comunista, na Índia

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Bilhete deixado no corpo ligaria assassinato aos “naxalitas”, guerrilheiros do Partido Comunista da Índia

O corpo de um pastor pentecostal de 46 anos de idade, que teve sua cabeça cortada, foi encontrado ao lado de seu veículo, incendiado, nesta terça-feira (1). Ele vivia no estado de Jharkhand, leste do país, onde grupos comunistas radicais ameaçam líderes religiosos e igrejas.

Cerca de vinte homens armados e com seus rostos completamente cobertos cercaram o carro do pastor Abraham Topno, da Igreja Pentecostal de Deus, quando ele voltava para casa de um culto. Segundo o site cristão Morning Star, um bilhete foi encontrado na cena do crime que ligaria a autoria do crime a um grupo político maoísta – marxistas que seguem as ideias de Mao Tsé Tung, ditador sanguinário da China que governou entre 1949 e 1976.

Escrito em hindi, o papel dizia “Morte ao espião. vida longa ao PLGA [Guerrilha do Exército de Libertação do Povo] Assinado Maoistas”.

Caso as autoridades confirmem, este seria o segundo assassinato de pastores nas mãos dos “naxalitas”, como são chamados os guerrilheiros ligados ao Partido Comunista da Índia. Em 29 de julho de 2016, eles mataram o pastor Yohan Marayya, deixando um bilhete sobre seu corpo onde justificavam o assassinato por ele “explorar os pobres”.

Nos últimos anos, em algumas regiões da Índia, grupos guerrilheiros maoístas vêm se popularizando, sempre ameaçando de morte os que discordam de seus ideais.

Pastor Abraham Topno

Evangelista vibrante

O pastor Nuas Mundu, amigo de Abraham Topno e membro da mesma denominação, conta que há mais de duas décadas o líder assassinado fazia um trabalho de evangelização na região e era muito conhecido.

“Sabemos que ele era um evangelista vibrante, um missionário pioneiro. Os maoístas matam qualquer um por dinheiro, e se alguém pagar, farão o trabalho por eles. Talvez tenha sido uma morte encomendada pelos nacionalistas hindus”, revela. Os cristãos da região fizeram protestos públicos e pediram providências das autoridades, mas até agora ninguém foi preso.

A perseguição religiosa, sobretudo aos cristãos, que inclui ataques violentos, destruição de propriedades e falsas acusações, aumentou desde que o partido nacionalista Bharatiya Janata Party (BJP) venceu as eleições gerais, em 2014.

Eles não admitem que os indianos pratiquem nenhuma outra religião além do hinduísmo. A crescente onda de perseguição aos cristãos nos últimos tempos colocou a Índia no 11º lugar no ranking da missão Portas Abertas deste ano.

Segundo a Comissão de Liberdade Religiosa da Comunhão Evangélica da Índia o ano de 2017 foi “um dos mais traumáticos para a comunidade cristã” na última década. Foram registrados pelo menos 351 casos de violência contra cristãos em 2017, mas o número real poderia ser muito maior, já que a lista não é “exaustiva”.

Phonte: Gospel Prime

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