domingo, 22 de julho de 2018

Cem muçulmanos concorrem a cargos nesta eleição nos EUA


Art Moore

Cerca de 100 muçulmanos entraram com pedido de candidatura para cargos estaduais ou nacionais neste ciclo eleitoral nos EUA, um número recorde que supera em muito a dúzia que existia em 2016.

Muitos dos candidatos dizem que foram motivados pela “política e retórica antimuçulmana do presidente Trump,” afirmando que os EUA estão experimentando um crescente sentimento antimuçulmano, informou a Rádio Pública Nacional.

A estimativa de candidatos muçulmanos veio da organização de direitos civis muçulmana Emgage, disse a NPR, observando que cerca de 50 já estão em disputa avançada.

Saima Farooqui disse que está concorrendo para se tornar a primeira deputada muçulmana na câmara estadual da Flórida “porque senti uma extrema necessidade de ajudar a comunidade.”

“[Trump] meio que estimulou as minorias a ficar juntas e defenderem juntas umas as outras e fazer a diferença,” disse ela à NPR.

A ordem executiva do presidente Trump, impedindo a entrada de alguns países produtores de terror, inclusive dois que não são majoritariamente muçulmanos, tem sido caracterizada como fanatismo, embora se aplique a menos de 10% da população muçulmana do mundo. A ordem foi confirmada pelo Supremo Tribunal dos EUA no mês passado.

Após a decisão, o deputado democrata Keith Ellison, um dos dois muçulmanos no Congresso, tuitou que a Suprema Corte “ratificou a ‘total e completa proibição de Donald Trump’ da entrada dos muçulmanos nos Estados Unidos.”

“Alimentado por sentimentos de ódio”

No momento, há menos de 300 muçulmanos em cargos políticos nos Estados Unidos, de acordo com a Jetpac, uma organização sem fins lucrativos de Massachusetts que apoia candidatos muçulmanos americanos.

Nove muçulmanos ainda estão em disputa por vagas no Congresso, pelo menos 18 buscam vagas em Assembleias Legislativas estaduais e outros 10 estão em campanha para outros cargos estaduais ou locais, como governador ou prefeito, segundo a Jetpac.

Muitos, de acordo com a AP, são democratas que buscam tirar vantagem da onda de ativismo progressista, provocada pela impressionante virada nas eleições primárias de Alexandria Ocasio-Cortez contra o desafiante Joe Crowley, de Nova Iorque.

Em Michigan, com a maior comunidade muçulmana nos EUA, pelo menos sete muçulmanos americanos estão concorrendo nas primárias de 7 de agosto, inclusive Abdul El-Sayed, que pode se tornar o primeiro governador muçulmano eleito dos EUA.

O WND informou que Sayeed tem o apoio total da poderosa rede de organizações islâmicas ligadas à Irmandade Muçulmana dos EUA, inclusive o Conselho de Relações Americano-Islâmicas, ou CAIR. 

Logo após o atentado de 11 de setembro de 2001, o WND fez reportagem sobre uma iniciativa do CAIR de mobilizar os eleitores muçulmanos, observando declarações explícitas de líderes da Irmandade Muçulmana de que eles pretendem ajudar a tornar os Estados Unidos uma nação muçulmana, independentemente de quanto tempo isso leve.

Ellison, que tem muitos laços da Irmandade Muçulmana, está concorrendo ao procurador-geral de Minnesota.

Farooqui disse à NPR que “sentimentos ou declarações de ódio” direcionadas aos muçulmanos nos EUA “são como fumaça e combustível para mim que… realmente me levam a fazer ainda mais e me esforçar ainda mais.”

“Eu quero representar a todos e a cada um, independentemente do que eles acreditam, de quem eles amam, de onde vieram,” disse ela.

Muçulmanos americanos enfrentando um holocausto?

No ano passado, como informou o WND, o diretor-executivo do CAIR, Nihad Awad, afirmou num discurso que muçulmanos e outras minorias religiosas nos Estados Unidos enfrentam fanatismo que poderia levar a um holocausto semelhante ao que matou 6 milhões de judeus.

Awad apontou para um relatório do CAIR afirmando que 2016 foi o pior ano já registrado para os muçulmanos americanos “quando se trata de crimes de ódio, atos de vandalismo, discriminação, ataques a nossos direitos civis e humanos.”

No entanto, as últimas estatísticas do FBI, divulgadas no final do ano passado, mostraram que crimes de ódio antissemitas são duas vezes mais comuns do que crimes de ódio contra muçulmanos, apontou Robert Spencer, que também notou que muitos dos relatórios se revelaram falsos ou falsificado pelos próprios muçulmanos.

A entidade esquerdista Southern Poverty Law Center publicou um relatório em novembro de 2016 que compilou 867 supostos incidentes de “assédio e intimidação” nos 10 dias que se seguiram à eleição de Trump. Mas muitos desses relatórios acabaram comprovando ser falsos, e a maioria dos incidentes na lista do SPLC, embora deploráveis se realmente aconteceram, não incluiu violência física, o que significa que o uso do termo “ataque” era enganoso.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do WND (WorldNetDaily): 100 Muslims run for office this election

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