quarta-feira, 18 de julho de 2018

Depois da heresia e de certas ideologias, há de se combater a besteirologia

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É triste, triste, muito triste, absolutamente lamentável e digno de toda censura que verdadeiros palhaços se arvorem no direito de assumir um púlpito para disparar as maiores asneiras.

Gosto de pensar nos Pais Apologéticos porque, enquanto os Pais Polemistas combatiam heresias, eles cumpriam uma tarefa igualmente importante, mostrando a diferença entre o cristianismo e o paganismo. Hoje precisamos manter o bom combate contra as falsas doutrinas e as ideologias perniciosas, em atenção a severas advertências bíblicas (como em Cl 2.8).

É daí que devemos ser firmes contra a infiltração, em nossas igrejas, de ensinos e práticas relacionadas a coisas como maldição hereditária, cobertura espiritual, espíritos territoriais, gnosticismo, teologia da prosperidade, meninice no exercício dos dons espirituais, promiscuidade política, racionalismo, subjetivismo, antropocentrismo, marxismo, hedonismo, materialismo, secularização, ideologia de gênero, esquerdismo teológico, fanatismo, suposta restauração do ministério apostólico, G12, movimento judaizante, adoração extravagante e tantas outras tendências.

No entanto, neste início de século XXI a defesa da fé se vê às voltas, não apenas com heresias e ideologias incompatíveis com a Bíblia, mas também com a besteirologia, um festival de sandices de variados níveis, proferidos em púlpitos pouco zelosos, para públicos superficiais e emocionalistas, não raro em espaços ditos pentecostais (para tristeza e indignação deste autor, ministro do Evangelho na Assembleia de Deus, maior igreja evangélica do Brasil e maior igreja pentecostal do mundo).

A heresia e as ideologias perniciosas pelo menos têm, via de regra, uma articulação pretensamente séria, ainda que nem sempre sofisticada. Mas a besteirologia é irmã do ridículo e prima da malandragem, transformando a presença de espírito em palhaçada, o método alegórico em avacalhação imaginativa, a eloquência em performance de circo e o ofício do pregador em alvo de chacota nas redes sociais e em conversas frívolas.

Não será estranho se totais descrentes se tornarem pregadores ao enxergarem nisso um meio de vida, considerando que falar besteira não exige esforço nem pressupõe regeneração em Cristo.

É triste, triste, muito triste, absolutamente lamentável e digno de toda censura que verdadeiros palhaços se arvorem no direito de assumir um púlpito para disparar as maiores asneiras, como se pastores evangélicos fossem, animando plateias de gente acostumada a pastos amarelados e sem vida.

E é em tudo preocupante que jovens de boa-fé sejam levados a pensar que o ministério da pregação da Palavra seja simplesmente algo como vestir calças apertadas, trovejar frases de impacto, misturar passagens bíblicas a esmo, abraçar o populismo evangélico, defender uma escatologia medíocre, fazer um pastiche homilético, distribuir asneiras e declarações infundadas e divertir um público que não consegue discernir entre uma rinha de galo e um concílio ecumênico.



Alex Esteves
Ministro do Evangelho na Assembleia de Deus em Salvador/BA. Membro do Conselho de Educação e Cultura da CONFRAMADEB. Bacharel em Direito. Casado e pai de três filhos.

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