terça-feira, 28 de agosto de 2018

Assim morre um neocon: Obama e Bush, não Trump, convidados para o funeral de John McCain

John McCain

Julio Severo

Enquanto neocons da direita e da esquerda prestam homenagem ao senador John McCain, os preparativos para seu funeral estão em andamento e, apesar de Obama e Bush terem sido convidados, o presidente Donald Trump não foi.

McCain vinha criticando Trump desde 2015 e especificou meses atrás que ele não queria que Trump comparecesse ao seu funeral.

McCain, que foi diagnosticado com uma forma agressiva e rara de câncer no cérebro no ano passado, morreu no sábado aos 81 anos de idade.

De acordo com uma reportagem do New York Times, o vice-presidente Mike Pence foi convidado para os cultos fúnebres, mas não Trump.

McCain havia solicitado que George W. Bush e Barack Obama discursassem em seu funeral.
Dois membros da família reiteraram à CNN no sábado que Trump não estará presente no funeral.

John McCain com líder neo-nazista da Ucrânia

Trump não comentou sobre os desejos de McCain de que ele ficasse longe do funeral, mas ofereceu uma pequena mensagem sobre o falecimento do senador.

“Minhas mais profundas condolências e respeito vão para a família do senador John McCain,” escreveu ele. “Nossos corações e orações estão com vocês!”

McCain começou a atacar Trump em junho de 2015, quando Trump anunciou que estava concorrendo à presidência e chamou os imigrantes mexicanos de “estupradores” e traficantes de drogas durante um discurso.

McCain se distanciou de Trump dizendo em uma entrevista que ele discordou do comentário de Trump. Trump reagiu chamando McCain de “incompetente.”

Outra questão que enfureceu McCain é que em 2016 Trump criticou os neocons e suas guerras eternas. Nenhum candidato presidencial atacou os neocons tanto quanto Trump atacou, e McCain era um neocon proeminente.

Em um tuíte de 2016, Trump criticou o senador como “boca suja” e em um post de 2017 ele atacou McCain por apoiar o ObamaCare, a lei de saúde de Obama.

Trump zombou do histórico de McCain como prisioneiro de guerra durante a Guerra do Vietnã, dizendo que McCain só foi rotulado como herói “porque foi capturado.”

De sua parte, McCain criticou publicamente Trump em numerosas ocasiões. Em uma declaração de julho, McCain atacou Trump por sua reunião em Helsinque com o presidente russo Vladimir Putin.
McCain disse sobre os comentários de Trump: “Nenhum presidente anterior jamais se rebaixou de forma mais humilhante diante de um tirano.”

McCain novamente bateu em Trump em março, quando Trump parabenizou Putin pela reeleição.
“Um presidente americano não lidera o mundo livre ao parabenizar os ditadores por ganhar eleições falsas,” disse McCain.

McCain, que foi o candidato presidencial republicano derrotado em 2008, não foi tão crítico de Obama, o candidato vitorioso, quanto foi de Trump.

O senador também escreveu sobre sua longa briga com Trump em seu livro “The Restless Wave,” dizendo que o comportamento de Trump era perturbador.

“Sua falta de empatia por refugiados, inocentes, perseguidos, homens, mulheres e crianças desesperados é perturbadora,” disse o livro. “O modo como ele fala sobre eles é aterrador, como se o bem-estar ou o terrorismo fossem os únicos propósitos que eles poderiam ter para chegar ao nosso país.”

“Sua reação a notícias não lisonjeiras, chamando-as de ‘notícias falsas,’ sejam críveis ou não, é copiada por autocratas que querem desacreditar e controlar uma imprensa livre,” escreveu McCain. “Ele se recusa a distinguir as ações de nosso governo dos crimes dos despóticos. Ele elogia alguns dos piores tiranos do mundo.”

McCain, que era um inimigo feroz da Rússia, tinha laços estreitos com o complexo industrial militar.
Ele teria recebido mais de 100.000 dólares do financista-ativista esquerdista bilionário George Soros, que, a propósito, tem feito também campanha contra a Rússia.

John McCain com terroristas islâmicos na Síria

Com Barack Obama e Hillary Clinton, McCain era um apoiador descarado da revolução ucraniana, e dos EUA fornecendo armas para a Ucrânia contra a Rússia, dizendo que as sanções de Obama impostas contra a Rússia não foram suficientes. McCain também foi importante para os EUA, sob Obama e agora sob Trump, fornecendo armas para os rebeldes islâmicos na Síria e impondo sanções no governo sírio.

McCain se opôs à decisão de Trump de restringir homossexuais no Exército.

Guerras apoiadas por McCain no Oriente Médio provocaram a matança de comunidades cristãs indefesas. Apesar do fato de que ele nunca se importou com tais cristãos sofrendo perseguição e morte, alguns cristãos americanos estão honrando a morte de McCain. Tudo o que eu pude dizer, em um tuíte, foi:

O neocon John McCain celebrava guerras enquanto as vítimas cristãs delas pereciam. O fato de alguns cristãos americanos estarem honrando a morte desse belicista mostra seus corações frios pelas vítimas cristãs do desprezível belicismo dele.


Eu entendi a atitude não-cristã deles de honrar um neocon só depois que li as palavras de Chuck Baldwin: O amor dos cristãos americanos pelo Estado amante de guerras está matando outros cristãos.

Com informações do DailyMail.

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