quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Jair Bolsonaro agradece a Deus por sobreviver a ataque de faca durante campanha


Frances Martel

“Primeiro, quero agradecer a Deus por estar vivo,” foram as primeiras palavras do presidente eleito Jair Bolsonaro do Brasil, em um culto evangélico na noite de terça-feira, a primeira vez que ele aparece em público desde que venceu a eleição de domingo.

Bolsonaro proferiu um discurso de vitória online no domingo, mas passou a maior parte do tempo depois disso envolvido em reuniões para montar seu governo. Quando ele aparece em público agora, há a necessidade de mais segurança depois que um fanático socialista tentou assassiná-lo em um comício de campanha em setembro, esfaqueando-o no abdômen e causando danos suficientes para exigir uma cirurgia reconstrutiva em seu aparelho digestivo.

Bolsonaro chamou sua sobrevivência de “milagre” e começou seus comentários na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, no Rio de Janeiro, simplesmente expressando gratidão por sua vida. Bolsonaro tem um longo histórico com a igreja e o pastor Silas Malafaia, que observou em seus comentários ao apresentar o presidente eleito que ele oficiou o casamento de Bolsonaro com a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro, sua terceira esposa.

Depois de agradecer a Deus por “operar um milagre… pelas mãos de profissionais da saúde,” ele agradeceu a Deus por “esta missão, porque o Brasil está numa situação um tanto quanto complicada.” Abordando a “crise ética, moral e econômica” que o país enfrenta atualmente, ele comentou: “Tenho certeza de que não sou o mais capaz [para o trabalho], mas Deus capacita os escolhidos.”

Bolsonaro também admitiu que “chorou muito” depois da eleição, refletindo sobre a profundidade dos desafios que o Brasil estava enfrentando e como consertá-los. Ele também prometeu ao público que seus apoiadores haviam eleito “uma pessoa comprometida com os valores da família cristã,” sendo aplaudido.

O presidente eleito acrescentou que achava que tinha “tudo em meu caminho para não conseguir — um pequeno partido político sem financiamento partidário, pouco tempo de TV, 90% da mídia contra isso.” Ele concluiu repetindo seu slogan de campanha, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.”

Bolsonaro já foi um alvo distante para assumir a presidência brasileira, mas rapidamente ganhou destaque à luz do crescente escândalo conhecido como “Operação Lava Jato.” A polícia no sul de Curitiba, habilitada pelo juiz Sergio Moro, começou a revelar um esquema de corrupção em larga escala em 2016 em que políticos de todos os principais partidos políticos estavam negociando contratos lucrativos do governo para subornos. 

Empreiteiros privados como a desonrada Odebrecht prometeriam pagar subornos a políticos em troca de impedir licitações justas em projetos de infraestrutura e pagar à firma muito mais do que o custo do trabalho, um esquema que equivalia a milhões de dólares roubados dos contribuintes. 

Bolsonaro, sem alianças na esquerda política e parte do pequeno e conservador Partido Social Liberal (PSL), não tinha histórico de corrupção e fez campanha na promessa de prender e condenar todos os envolvidos no esquema.

Na segunda-feira, Bolsonaro disse em uma entrevista que espera nomear Moro, que se tornou um herói popular entre os brasileiros antissocialistas, como ministro da Justiça ou do Supremo Tribunal.

Bolsonaro também fez campanha em uma plataforma cristã conservadora, enfatizando sua fé, mas notando que, como católico, ele havia se casado com uma evangélica e considerado a promoção de valores cristãos mais importantes do que discordâncias entre denominações. 

O Pastor Malafaia, falando durante o culto de terça-feira, fez observações semelhantes, enfatizando que Bolsonaro foi eleito por evangélicos, católicos e crentes em outras religiões.

Malafaia também enfatizou que os cristãos que votaram em Bolsonaro estavam buscando um governo secular, não uma teocracia.

“Eu queria deixar isso claro e reafirmar que o estado é laico. E tem de ser,” afirmou Malafaia, acrescentando que ser laico não significa necessariamente ser “contra a religião,” mas apenas neutro para todas as religiões.

Malafaia acrescentou que “sem imprensa livre, não há democracia,” mas na era moderna, “todo telefone celular é uma estação de televisão e uma impressora de jornais. O monopólio da informação acabou.”

Bolsonaro assumirá o cargo em 1º de janeiro.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do Breitbart: Jair Bolsonaro Thanks God for Surviving Campaign Stabbing

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