quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Relatório revela que livros didáticos sauditas contêm antissemitismo persistente


Michael Wilner

Washington -
Os livros didáticos da Arábia Saudita continuam a promover teorias de conspiração antissemitas e violência contra os judeus, apesar das declarações públicas da liderança em Riad alegando que o reino saudita vai reformar, de acordo com um estudo divulgado nesta semana.

O documento, divulgado pela Liga Anti-Difamação dos EUA, revelou que os livros didáticos do ensino médio continuam ensinando que os sionistas têm a ambição de construir um “governo judaico mundial para controlar o mundo inteiro” e continuam propagando falsos ensinamentos religiosos que pedem o assassinato de judeus.

Várias passagens destacadas no relatório referem-se a versículos atribuídos no Hadith ao
profeta Maomé, mas não incluídos no Alcorão, que foram adotados por extremistas religiosos para justificar a violência. O rei da Arábia Saudita, Salman, prometeu policiar essas interpretações.

Mas o relatório da LAD sugere que o policiamento dele, até agora, se mostrou de pouca importância.
O presidente da LAD, Jonathan Greenblatt, pediu que o governo de Trump faça uma “maior apuração” desses livros didáticos.

“Os EUA não podem fazer vista grossa enquanto a Arábia Saudita mostra discurso de ódio antissemita, ano após ano, no material educativo que dá aos seus filhos,” disse Greenblatt.

Membros do Congresso dos EUA há muito tempo pressionam a Arábia Saudita para revisar seus livros, uma medida que eles dizem vai acabar com o ódio na mente de seus jovens.

Respondendo ao relatório, um funcionário do Departamento de Estado fez referência aos comentários da Secretária de Imprensa da Casa Branca Sarah Huckabee Sanders no mês passado em que ela condenou o antissemitismo em todas as suas formas.

“O antissemitismo é uma praga para a humanidade e é responsável por muitos dos piores horrores da história humana. Todos nós temos o dever de confrontar o antissemitismo em todas as suas formas, e em todos os lugares e em qualquer lugar que ele apareça,” disse Sanders no mês passado, depois das mortes a tiros na sinagoga em Pittsburgh, na Congregação da Árvore da Vida da Pensilvânia. 

“O povo americano rejeita ódio, intolerância, preconceito e violência. Somos uma nação que acredita na liberdade religiosa, tolerância e respeito. E nós somos um povo que preza a dignidade de toda vida humana.”

A Liga Anti-Difamação sediará sua terceira conferência anual sobre o combate ao ódio, chamada “Nunca é Agora,” em Nova Iorque, em 3 de dezembro.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do jornal israelense Jerusalem Post: Report finds antisemitism remains in Saudi textbooks

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