sábado, 24 de novembro de 2018

Traga à memória o que te dá esperança

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Por João Paulo Souza

Façamos nossas as palavras de Jeremias, quando, em meio à calamidade de sua nação, disse: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lamentações 3.21).


O que é esperança? De acordo como o dicionário online Caldas Aulete, significa “expectativa otimista da realização daquilo que se almeja”. Outro léxico, o Houaiss, dentre várias acepções, diz que esperança quer dizer “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé”.

Já o Dicionário da Bíblia de Almeida verte: “confiança no cumprimento de um desejo ou de uma expectativa”1. Com essas explicações, percebemos que a esperança está relacionada com o futuro, com o esperar confiantemente. Todavia, carecemos de distinguir entre esperanças terrenas e esperanças espirituais.

A história e a experiência humanas nos mostram que nem sempre a esperança pode ser alcançada. Às vezes ela pode ser frustrada (Provérbios 23.18). Por que isso acontece? 

Porque pessoas falham; promessas terrenas se alteram e eventos podem ser modificados por inúmeros motivos, inclusive pela intervenção divina. 

E, nesse contexto, a desesperança gerada pela decepção pode nos afundar no mar da angústia e da depressão. Basta lembrarmos de casos reais de pessoas que, por não experimentarem a materialidade de suas esperanças, acabaram por tirarem suas próprias vidas. Inclusive, na própria Bíblia, há casos de pessoas que se suicidaram (1 Samuel 31.2-5) ou que pediram a Deus a morte (1 Reis 19.4).

Então, o que podemos fazer para que tenhamos uma vida saudável e preservada das consequências negativas das frustrações oriundas das falhas de determinadas esperanças? Primeiro, devemos abraçar as esperanças eternas. 

Estas são as que estão escritas na Palavra de Deus: 

porque têm origem em Deus (Romanos 15.13), 
têm vida (1 Pedro 1.3-5), 
estimulam a fé o e amor fraternal (Colossenses 1.3-5), 
fomentam a purificação (1 João 3.1-6), 
superam as tribulações (Romanos 5.1-5), 
produzem alegria e paz no Espírito (Romanos 15.13) e, dentre outras bênçãos, estão fundamentadas na Pessoa graciosa de Jesus: “que é Cristo em vós, esperança da glória” (Colossenses 1.27). 

Segundo, precisamos criar, humanamente falando, esperanças lógicas e possíveis, isto é, esperanças factíveis, como por exemplo, o sonho de conseguir cursar um determinado curso ou trabalhar num determinado lugar ou constituir uma família. Nesse sentido, podemos (e devemos), sim, dar origem e acalentar muitas esperanças.

Dito isso, façamos nossas as palavras de Jeremias, quando, em meio à calamidade de sua nação, disse: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lamentações 3.21, ARA2). 

A postura deste profeta traz-nos uma grande lição. A de que, ao enfrentarmos terríveis provações, o melhor a fazermos é focarmos nossos pensamentos naquilo que é bom, em coisas que podem nos preservar de sentimentos destrutivos. 

Afinal, como afirma o apóstolo Paulo, “se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Colossenses 3.1-3).

1 Bíblia do Obreiro. Sociedade Bíblica do Brasil, 2014, Barueri, SP.

2 Almeida Revista e Atualizada

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