terça-feira, 4 de dezembro de 2018

#MeToo causa prejuízo a mulheres em Wall Street

Resultado de imagem para fearless girl wall street

Conforme a Folha, as mulheres estão sendo seriamente prejudicadas em Wall Street por causa do movimento #MeToo.

"Nada de jantares com colegas mulheres. Nada de sentar ao lado delas no avião em viagens de negócios. Quartos de hotel precisam ser reservados em andares diferentes. Reuniões a dois devem ser evitadas", diz o texto.

Um consultor afirma que hoje em dia é "um risco desconhecido" contratar uma mulher. E se ela entender algo que um colega homem disse da maneira errada?

"Em muitas companhias de Wall Street, homens estão adotando estratégias controversas para a era do #MeToo, e no processo tornam a vida ainda mais difícil para as mulheres", diz a matéria.

Isso tem a ver com o Efeito Pence, pois "o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, declarou que evita jantar a sós com qualquer mulher que não a sua cônjuge. Nas finanças, o impacto geral pode, em resumo, ser o de segregar os sexos.

Mais:

Entrevistas com mais de 30 executivos importantes indicam que muitos deles estão assustados com o #MeToo, e enfrentam dificuldades para lidar com a questão. "A sensação é a de que você está sempre pisando em ovos", disse David Bahnsen, antigo diretor executivo do banco Morgan Stanley e hoje consultor autônomo de investimentos, com uma carteira de mais de US$ 1,5 bilhão (R$ 5,76 bilhões) sob administração.

Não se trata de um fenômeno que afete apenas um setor. Os homens dos Estados Unidos estão tentando controlar seus comportamentos no trabalho, para se proteger contra o que veem como correção política nada razoável –ou simplesmente para fazer a coisa certa. As consequências são fortes em Wall Street, onde as mulheres são escassas nos escalões executivos mais elevados. O setor por muito tempo fomentou uma cultura que mantém queixas embaraçosas longe dos tribunais e das atenções do público, e até agora conseguiu evitar um megaescândalo como o que derrubou Harvey Weinstein.


Resultado de imagem para #MeToo

A presidente da Associação Financeira Feminina e vice-presidente sênior do banco Wells Fargo, Karen Elinski, disse: "As mulheres estão buscando ideias sobre como lidar com isso, porque está afetando nossas carreiras". "É uma perda real", ela afirma.

Mas a coisa pode ser danosa em vários aspectos, pois até mesmo a questão é difícil de ser discutida.

"Se homens evitarem trabalhar a dois com mulheres ou viajar em companhia delas, ou se deixarem de orientar mulheres por medo de acusações de assédio sexual", ele disse, "ainda que possam estar evitando queixas por assédio sexual, é possível que isso os enquadre em uma situação de queixa por discriminação de gênero", diz.

A matéria ainda afirma que "em foro privado, muitos dos homens admitem que estão seguindo o conselho de Pence, afirmando que ficar sozinhos com colegas mulheres os inquieta, especialmente se elas forem jovens ou atraentes, por medo de dar origem a boatos ou, nas palavras de um deles, por medo de que suas empresas incorram em possível responsabilidade judicial caso haja qualquer incidente".

No fundo, quem acreditou que o #MeToo realmente lutava pelo direito das mulheres?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um blogueiro feliz, comente!!
Porém...
Todo comentário que possuir qualquer tipo de ofensa, ataque pessoal e palavrão, será excluído sem aviso prévio!