quarta-feira, 10 de abril de 2019

Superestado Han da China: O Novo Terceiro Reich

Mais de um milhão de pessoas, sem nenhum motivo a não ser etnia ou religião, estão confinadas em campos de concentração no que Pequim chama de Região Autônoma Uigur de Xinjiang. 
Foto: confronto entre policiais chineses e mulheres da etnia uigure durante um protesto em Urumqi, capital de Xinjiang, em 7 de julho de 2009. (Foto: Guang Niu/Getty Images)

O presidente da China, Xi Jinping, exige que as cinco religiões reconhecidas, 'o reconhecimento oficial de uma religião se traduz num mecanismo de controle' façam parte da "chinalização". Os chineses, como parte dessa implacável e inexorável investida, estão destruindo mesquitas e igrejas, forçando os muçulmanos devotos a tomarem bebidas alcoólicas e comerem carne de porco, infiltrando funcionários Han para residirem em lares muçulmanos e jogarem uma pá de cal no ensino religioso para menores.

Nos últimos anos, tem havido muitas representações grotescas de africanos na mídia chinesa, embora se tenha notícia de achincalhações bem mais bizarras do que a do ano passado, esta foi impactante porque a principal emissora estatal, ao transmiti-la para cerca de 800 milhões de telespectadores, deixou claro o que as autoridades chinesas pensam sobre os africanos tanto como motivo de escárnio quanto como subumanos.

Campos de concentração, racismo, eugenia, ambições de dominação mundial. Já vimos esse filme, não?

Há um novo Terceiro Reich: a China.


Mais de um milhão de pessoas, sem nenhum motivo a não ser etnia ou religião, estão confinadas em campos de concentração no que Pequim chama de Região Autônoma Uigur de Xinjiang, território que os tradicionais habitantes da região, os uigures, dizem ser o Turquestão Oriental. Além dos uigures, os cazaques étnicos também estão confinados naqueles campos.

As famílias dessa região conturbada, mostradas em mapas como área a noroeste da República Popular da China, estão sendo separadas. Os filhos de pais uigures e cazaques presos ficam "confinados" em "escolas", excluídos do mundo do outro lado por arame farpado e tropas de choque fortemente armadas. 

A eles é negado ensino em sua própria língua além de serem forçados a aprender o mandarim. Essa camisa de força faz parte de uma política assim chamada de "hanificação", ou seja: programa de assimilação forçada. "Han" é o nome do maior grupo étnico da China.

Visto que os uigures e cazaques estão morrendo aos montes em campos de concentração, Pequim começou a construir crematórios para erradicar as tradições de sepultamento, descartando assim os cadáveres.

Os campos, um crime contra a humanidade, estão proliferando. A China já está construindo mais desses campos, atribuindo a eles os mais variados nomes eufemísticos como: "centros de formação profissional" no Tibete, no sudoeste da China.

Ao mesmo tempo, Pequim está requentando o esforço de eliminar a religião de norte a sul, de leste a oeste do país. Os cristãos sofrem de um ataque ainda maior por toda a China, assim como os budistas. O presidente da China, Xi Jinping, exige que as cinco religiões reconhecidas, 'o reconhecimento oficial de uma religião se traduz num mecanismo de controle' façam parte da "chinalização". 

Os chineses, como parte dessa implacável e inexorável investida, estão destruindo mesquitas e igrejas, forçando os muçulmanos devotos a tomarem bebidas alcoólicas e comerem carne de porco, infiltrando funcionários Han para residirem em lares muçulmanos e jogarem uma pá de cal no ensino religioso para menores.

Tais investidas, que têm antecedentes na história chinesa, foram intensificadas a partir do momento que Xi assumiu o cargo de Secretário Geral do Partido Comunista em novembro de 2012.

Ao mesmo tempo, Xi vem promovendo com muito mais ímpeto do que seus antecessores o conceito de uma ordem mundial sob o comando de apenas e tão somente um soberano, um soberano chinês.

Em linhas gerais, a visão de mundo de Xi é extraordinariamente parecida a do Terceiro Reich, pelo menos antes dos assassinatos em massa.

O Terceiro Reich e a República Popular têm em comum um rancoroso racismo, respeitosamente chamado na China de "chauvinismo Han". O grupo étnico Han que soma cerca de 92% da população da República Popular da China é na verdade um amálgama de grupos étnicos próximos.

A mitologia chinesa sustenta que todos os chineses são descendentes do Imperador Amarelo, que se acredita ter governado no terceiro milênio a.C. Os chineses se consideram uma ramificação da humanidade à parte do resto do mundo, uma visão reforçada pela doutrinação nas escolas, entre outras formas.

Especialistas chineses apoiam essa noção de distinção chinesa baseada na teoria da evolução do "Homem de Pequim", que sustenta que os chineses não compartilham o consagrado ancestral africano com o restante da humanidade. Não é de se estranhar que essa singular teoria da evolução chinesa tenha fortalecido posturas racistas.

Em consequência do racismo, muitos na China, entre eles autoridades, "acreditam serem categoricamente diferentes e implicitamente superiores ao resto da humanidade", ressalta Fei-Ling Wang, autor dos livros The China Order: Centralia, World Empire e Nature of Chinese Power.

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O racismo, portanto, é institucionalizado e abertamente promovido. Isso ficou dolorosamente evidente no ano passado na paródia de 13 minutos no Festival de Gala da Primavera da TV Central da China, o primeiro show de TV da China. 

No programa "Vamos Celebrar Juntos", a atriz chinesa do blackface interpretou uma mãe queniana, que tinha seios enormes e nádegas ridiculamente grandes. Pior do que isso, sua ajudante era um macaco do tamanho de um ser humano. A conjugação do macaco com a mulher ecoa a exposição do Museu Provincial de Hubei: "África", que em 2017 exibiu fotografias de africanos ao lado de imagens de primatas.

Nos últimos anos tem havido muitas representações grotescas de africanos na mídia chinesa, embora se tenha notícia de achincalhações bem mais bizarras do que a do ano passado, esta foi impactante porque a principal emissora estatal, ao transmiti-la para cerca de 800 milhões de telespectadores, deixou claro o que as autoridades chinesas pensam sobre os africanos tanto como motivo de escárnio quanto como subumanos. 

Nessas circunstâncias, é tranquilo afirmar que essas concepções estão alinhadas com as da liderança de Pequim que, alarmantemente, seduz cada vez a população chinesa com apelos baseados em raça e não apenas aos chineses que estão na China.

Entrementes, a raça superior deste século tem um problema. A China que já é o país mais populoso do planeta, enfrenta um galopante declínio demográfico. A taxa de natalidade do ano passado foi a mais baixa desde a fundação da República Popular em 1949. 

A população do país atingirá o ápice em 2029, segundo as Projeções da População Mundial das Nações Unidas para 2017 , publicada pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. Mas o ponto alto poderá de fato vir nos próximos dois anos, já que os dados da ONU se baseiam nas premissas excessivamente otimistas de Pequim. A título exemplificativo, no ano passado os demógrafos oficiais da China não previram o quase colapso da taxa de natalidade.

Em 2024 ocorrerá outro evento importante. Naquele ano, pela primeira vez em pelo menos 300 anos, possivelmente pela primeira vez na história que se tem notícia, a China não será a nação mais populosa do mundo. Essa honra irá para um país que os chineses, via de regra detestam e temem, a Índia. Quando a Índia atingir o ápice populacional em 2061, contará com uma população de 398 milhões maior do que a da China.

Quando a China começar a encolher, encolherá a passos largos. Em 2018, a população da China era 4,3 vezes maior do que a dos Estados Unidos. Segundo projeções, até 2100 a China terá uma população apenas 2,3 vezes maior do que a dos Estados Unidos.

A trajetória demográfica da China está traçada há décadas e terá consequências monumentais e extremamente adversas para a sociedade chinesa e para a "abrangente força nacional" do país. Talvez seja por isso que Pequim esteja procurando compensar a demografia em colapso, estabelecendo as bases para uma raça de chineses sobre-humanos.

He Jiankui da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul de Shenzhen anunciou em novembro que ele havia usado o sistema CRISPR para editar embriões humanos que produziu gêmeas nascidas vivas. Ele disse que estava fazendo com que os bebês ficassem resistentes ao HIV, mas há especulações de que ele também estivesse tentando aprimorar a inteligência. 

De qualquer maneira, o anúncio trouxe à mente os experimentos eugênicos dos nazistas, especialmente porque há evidências de que o governo chinês havia apoiado o experimento "o primeiro do gênero no mundo", considerado antiético e perigoso.

Com certeza, perigoso é Xi Jinping. "Mao Tsetung pode até ter jogado com os ressentimentos raciais do Terceiro Mundo ao tentar unir ex-nações que estavam sob domínio colonial contra os imperialistas brancos, mas ele achava que o comunismo era um fenômeno global que acabaria por encontrar um lar nos quatro cantos da terra e parte da utopia de Mao estava no futuro", salientou Charles Horner do Hudson Institute ao Gatestone Institute. "O Partido Comunista Chinês de Xi Jinping não é global nem utópico nesse sentido, ao que parece ele está enfeitiçado pela identidade e natureza chinesas".

Horner vê semelhanças desconcertantes entre a China de Xi e o Japão Imperial da década de 1930. "Assim como o Japão Imperial", ressalta Horner, "Xi e o Partido olham para trás, para um passado mitificado, quando um imperador afável reuniu o mundo inteiro para se deleitar em sua glória e compartilhar sua generosidade".

Campos de concentração, racismo, eugenia, ambições de dominação mundial. Já vimos esse filme, não?

Há um novo Terceiro Reich: a China.

Gordon G. Chang o autor do livro The Coming Collapse of China e Ilustre Colaborador Sênior do Gatestone Institute.

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