sábado, 8 de junho de 2019

Caso Rhuan: quando quer, a grande mídia abafa sem o menor escrúpulo


A indignação é sempre seletiva


Sou cristão, nascido de novo, e reconheço que a homofobia existe no Brasil e no mundo. O crime existe, e nesta semana aconteceu em Londres um caso que evidencia o que estou afirmando. Duas namoradas foram espancadas num ônibus porque se recusaram a se beijar. Isso é homofobia e os cristãos devem sempre repudiar e se opor a este mal.

No entanto, veja só uma coisa: esta notícia ganhou a ênfase de que se tratava de um casal lésbico. Sempre que a notícia corrobora a narrativa progressista, nós vemos a grande mídia repercutindo e quase que pondo em negrito o detalhe da sexualidade ou do gênero, como sendo algo que não pode passar batido. Contudo, o mesmo não acontece quando a ordem se inverte.

Na sexta-feira passada (31), outro casal lésbico cometeu um crime absurdo, brutal e bizarro. Antes, há um ano, a mãe do menino Rhuan Maicon o mutilou numa “cirurgia de mudança de sexo” forçada, no Acre. E na semana passada, em Brasília, juntamente com sua companheira, Rosana Auri da Silva Candido assassinou e esquartejou o seu filho e ainda tentou triturar os ossos (além de fritar a carne) para dar um sumiço com o corpo.

Nenhuma global postou no Instagram. Não vimos movimentos políticos progressistas subindo nenhuma hastag no Twitter. Não houve “textão” de repúdio de nenhuma feminista no Facebook e as grandes plataformas de notícias da internet não deram o destaque devido na semana.

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O que quero dizer com tudo isto? É simples: não vimos nada disso porque a indignação é sempre seletiva, ainda mais quando se trata da classe artística e, especialmente, da grande mídia.

A repercussão foi ínfima, digna de uma nota de rodapé de um editorial despretensioso. Não houve comoção, porque muitos destes são capazes de humanizar um cachorro (como foi naquele do episódio do Carrefour) e desumanizar o ser humano. A inversão de valores é a práxis e o modus operandi destes setores da imprensa que são claramente vendidos a narrativas que favoreçam um pensamento político hegemônico no Brasil – e também no Ocidente.

O fato é que o ser humano é individualmente responsável por suas ações perante Deus e também perante os homens. Tem gente que cumpre a lei e que possui orientação hétero ou homossexual. Crime não tem gênero; porém, dependendo do gênero, o crime não é noticiado com a mesma veemência de quando o gênero específico é a vítima.

Essa ideia ignóbil de vítima coletiva estraga a qualidade do jornalismo brasileiro. Como confiar num setor da imprensa que só amplia a divulgação daquilo que lhe interessa mais na construção de uma narrativa política?

Gays não morrem apenas; matam também. Muitas mulheres morrem e muito mais homens morrem no Brasil. São mais de 60 mil homicídios e mais de 90% dos crimes não possuem uma conclusão investigativa.

Como afirmar um número preciso de crimes de ódio no Brasil, mesmo que saibamos que eles existam? A verdade é que estes dados estão inflados e a discussão não é equilibrada porque a grande mídia trabalha por uma agenda política, não pela verdade dos fatos.

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