terça-feira, 11 de junho de 2019

Não, não há pessoas demais neste planeta


Bryan Fischer

É comum ouvir os ambientalistas equivocados reclamarem e se queixarem do número excessivo de pessoas e que a Terra está ficando sem recursos para sustentá-los. Não deixe que eles mintam para você. Eles estão totalmente errados.

Na verdade, o problema é que há poucas pessoas. Quanto mais seres humanos há, mais capital humano há para inovar, criar e produzir. Uma maneira simples de medir a produtividade e a abundância é o preço das mercadorias básicas. Com base na lei fundamental de oferta e demanda, conforme a oferta aumenta, a demanda e os preços caem. 

Quando a oferta cai, os preços sobem à medida que a caça aos dólares fazem reduzir o abastecimento.

Assim, rastrear o preço das mercadorias é uma maneira infalível de medir a abundância. Se a Terra estiver passando por uma abundância de oferta, os preços das mercadorias cairão. Mas se, como os ambientalistas querem que acreditemos, estamos ficando sem os produtos essenciais da vida, os preços vão subir como um foguete lançado à Lua.

Pesquisa do Instituto Cato revela que quanto mais a população cresce, mais os preços das mercadorias caem. Aliás, os preços das mercadorias caíram 65% entre 1980 e 2017. Os seres humanos estão, na verdade, experimentando não a escassez, mas uma superabundância dos produtos básicos da vida à medida que a população cresce.

Os recursos do planeta se tornaram 380% mais abundantes — não menos — nos últimos 40 anos. E Cato prevê que os preços cairão mais 37% nas próximas décadas.

Paul Ehrlich, o autor do livro “The Population Bomb” — “Bomba Populacional” — (ele era professor na Universidade de Stanford quando eu estava fazendo meu trabalho de graduação lá) se alimentou do pessimismo natural do homem para persuadir as pessoas de que estávamos condenados por uma crescente população. O economista Julian Simon argumentou exatamente o oposto. Sua visão era de que, à medida que a população crescia, mais e mais pessoas chegavam ao mundo com a engenhosidade de resolver problemas de produção e disponibilizar mais recursos para todos, a um preço mais barato.

Eles fizeram uma famosa aposta em 1980 sobre o preço de uma “cesta” de matérias-primas que Ehrlich estava convencido de que se tornaria mais escassa e mais cara na próxima década. (Ehrlich tinha a vantagem de jogar no próprio campo nesse assunto — ele escolheu a dedo todas as mercadorias da cesta.) Para ganhar a aposta, os preços tinham de subir para que Ehrlich vencesse e abaixar para que Simon ganhasse.

Apesar do crescimento populacional de 873 milhões de pessoas durante essa década, Ehrlich perdeu a aposta. Todas as cinco mercadorias que ele selecionou abaixaram de preço, em uma média de 57,6%. Ehrlich teve de enviar um cheque para Simon no valor de US$ 576,07.

Dois pesquisadores concluíram que Simon teria ganho a mesma aposta “em todos os anos de 1980 a 2015.”

Em 2010, um incidente internacional foi desencadeado quando a Guarda Costeira do Japão deteve o capitão de um navio chinês após uma colisão. A China retaliou suspendendo todas as remessas de minerais de terras raras para o Japão. A China na época representava 97% de todos os minerais de terras raras, que são usadas em sistemas de defesa, energia eólica e produção de carros elétricos.

Como o modelo de Simon previu, as pessoas empreendedoras encontraram um jeito. Alguns usaram brechas legais para encontrar maneiras de fabricar seus produtos com menor quantidade de elementos, e descobriram que não precisavam de terras raras — eles só as usavam porque eram relativamente baratas.

Empresas de todo o mundo lançaram novos projetos de mineração, expandiram as capacidades das fábricas existentes e reciclaram terras raras. O preço logo caiu depois de um pico inicial.

Então, em 2018, cientistas japoneses descobriram uma amostra de 16 milhões de toneladas de minerais na lama do mar profundo a 1,271 km da costa japonesa. O pequeno pedaço de terra parece conter uma carga de elementos de terras raras, “inclusive o valor de 780 anos de ítrio, 620 anos de európio, 420 anos de térbio e 730 anos de disprósio.” Os cientistas que descobriram esse depósito concluíram que “tem o potencial de fornecer esses materiais em uma base semi-infinita para o mundo.”

Os escritores do artigo do Instituto Cato, Gale L. Pooley e Marian L. Tupy, selecionaram uma cesta de 50 mercadorias, inclusive alimentos, energia, matérias-primas e metais preciosos. Eles descobriram que, entre 1980 e 2017, o preço dessas mercadorias, ajustado pela inflação, caiu 36,3%, enquanto a renda horária real global cresceu 80,1%. As mercadorias que levavam 60 minutos de trabalho para comprar em 1980 levaram apenas 21 minutos de trabalho para comprar em 2017.

Enquanto a maioria das pessoas presume que o crescimento populacional leva a um esgotamento de recursos, a verdade é o contrário. Por causa das contribuições feitas por todos os seres humanos nascidos no planeta, as mercadorias hoje são mais abundantes devido ao crescimento populacional, e não apesar disso. Aliás, “Entre 1980 e 2017, a disponibilidade de recursos aumentou a uma taxa de crescimento anual combinada de 4,32%. Isso significa que a Terra era 379,6% mais abundante em 2017 do que em 1980.”

Os autores concluem desta maneira:

“O instrumento (o piano) tem apenas 88 notas, mas essas notas podem ser tocadas de uma maneira quase infinita. O mesmo se aplica ao nosso planeta. Os átomos da Terra podem ser fixos, mas as combinações possíveis desses átomos são infinitas. O que importa, então, não são os limites físicos de nosso planeta, mas a liberdade humana de experimentar e reimaginar o uso dos recursos que temos.”

Nós temos muitas pessoas no planeta Terra? Não. Na verdade, não temos o suficiente. É hora de ser fecundo, se multiplicar e encher a terra. Ocupe-se com essa responsabilidade.

Traduzido por Julio Severo do original em inglês da Associação Americana da Família: No, We Do Not Have Too Many People

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