sábado, 22 de junho de 2019

Rhuan e o silêncio ensurdecedor

Menino Rhuan. (Foto: Reprodução/Facebook)
Menino Rhuan

Assusta demais constatar a seletividade da chamada grande mídia para esta tragédia.


9 anos de idade foi o limite da sua vida. Impensável, seu fim foi decretado por sua própria mãe com ajuda de sua companheira. Um ano antes de morrer esquartejado sem qualquer chance ou apelação, teve seu pênis cortado. Segundo confissão das assassinas e conclusão da investigação policial, a criança foi decapitada ainda viva e levou onze facadas enquanto dormia. Perguntada sobre a reação do menino, a resposta da mãe foi seca e fria: deu apenas um pequeno grito.

Os detalhes desta história macabra estão fartamente disponíveis na internet. Mas assusta demais constatar a seletividade da chamada grande mídia para esta tragédia. Com reportagens extremamente discretas e econômicas, o que se viu foi um “pequeno grito” de uma mídia que vai morrendo em sua credibilidade a cada dia.

Quem soube e acompanhou o caso teve as mesmas reações: indignação, nojo, revolta, medo. Menos a grande mídia, pois a pauta dela se baseia na ideologia de sua preferência, não naquilo que é notícia. É um silêncio que grita muito forte, pois a voz do menino Rhuan vai continuar incomodando corações e consciências em todos os cantos do país.

Tente imaginar se tal crime tivesse sido provocado por um casal hétero e cristão, imaginou? Teríamos notícias todos os dias, semanas, meses. Mas não, o crime inenarrável saiu de mãos que se escondem atrás de rótulos como “minorias”, portanto a condução da notícia recebeu a linha da discrição, da quase invisibilidade.

Rhuan não teve a chance de ser amado. Morreu sem saber por quê. Perplexos ficamos todos nós neste Brasil que não cansa de produzir tragédias. Sem oportunismos numa hora dessas, mentes monstruosas existem em todas as ideologias, em todos os lados, em todos os grupos. Mesmo assim, o silêncio seletivo da grande mídia é ensurdecedor.

Esta história me fez lembrar de Alan Kurdi, o menino morto numa praia da Turquia em 2015, que se tornou ícone do drama dos refugiados sírios graças a divulgação maciça por parte da mídia mundial, drama até hoje sem solução. Que a grande mídia brasileira acorde enquanto é tempo, senão ela perderá definitivamente o bonde da história. 

O menino Rhuan é tão ícone quanto o garoto sírio. Ambos precisam da mesma coisa: amor. E amor, no caso da mídia, passa por visibilidade, jamais por uma quase indiferença decepcionante.

Na Síria, no Brasil, como em qualquer lugar do mundo, falta cada vez mais Deus no coração do homem. Pesquise sobre as barbáries nos gulags, nos campos de concentração, na prisão de Abu Ghraib, você verá do que é capaz o homem quando Deus está fora da equação. 

Nos caso dos meninos Alan Kurdi e Rhuan, assim como milhares de crianças violentadas por todo o mundo, me consola saber que o Reino dos céus pertence a elas. Sendo assim, o Rei deste reino, Jesus, cuidará pessoalmente de cada uma, assim como julgará cada um dos culpados que tentaram fazer surda toda uma geração, que tentaram abafar pequenos gritos inocentes. Maranata!

Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: '"Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Saiba Mais:
-Assista - "Rhuan: O menino que não era um cachorro no Carrefour" - Nando Moura

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-Assista - "Conheça o lado macabro do Feminismo e do Progressismo" - Luiz Camargo

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