domingo, 2 de agosto de 2015

Caio Fábio, IPB e TMI


"Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?"
Amós 3-3
Julio Severo
A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) não conseguiu produzir um Ronald Reagan ultraconservador e anticomunista. Mas produziu, como sua maior criação, Caio Fábio, que era pura TMI, tanto em filosofices quanto em dissimulações. 
Dentro da IPB, ele nunca enfrentou oposição por promover a Teologia da Missão Integral (TMI), mas era tratado e bajulado como uma celebridade, ou até mesmo como um inquestionável, intocável e incriticável deus gospel. 

No que dependesse da IPB, ele estaria reinando e avançando essa teologia esquerdista até hoje. Ele só não continuou porque acabou escorregando em seus próprios pecados.
Em seus dias de “glória” gospel, especialmente na década de 1990, a grande façanha dele foi aproximar Lula dos evangélicos e do PT, sem resistência da IPB, que nunca emitiu uma nota oficial de repúdio. Embora hoje ele alegue estar “arrependido,” sua grande ambição agora é aproximar os evangélicos de Marina Silva, cuja formação foi na Teologia da Libertação. Marina, que recebe assessoria espiritual de Caio, conta com o apoio dos poderosos chefões da TMI.
Com Lula ou Marina, o que fica patente em Caio é a alma dele na TMI. Ele só não tem hoje, para dar para Marina, a mesma “gloriosa” influência gospel que ele tinha no passado que tanto beneficiou Lula e o PT.
Se não fossem os “escorregões” sexuais e financeiros dele, a IPB parecia muito pouco interessada em removê-lo de seu confortável pedestal de “glória” esquerdista, que também era motivo de orgulho na IPB.  
Aprecio e admiro o papel de resistência conservadora de alguns pastores dentro da IPB. Quando digo que não houve resistência na IPB ao ídolo Caio Fábio, refiro-me a resistências visíveis e públicas, como é o caso de pastores e teólogos que adotam posturas públicas contra atividades neopentecostais, inclusive a Marcha para Jesus. Aliás, a própria IPB tem um pronunciamento oficial público contra a Marcha para Jesus. Mas não tem nenhum pronunciamento oficial público contra a TMI, e nunca teve nenhum documento oficial público contra o esquerdismo de Caio Fábio.
Falo também da minha experiência. Na primeira metade da década de 1990 (o auge da glória de Caio Fábio), frequentei uma IPB. Incrivelmente, quase toda a liderança presbiteriana era pró-PT ou simpatizante, e também maçônica e indiferente ou hostil aos dons sobrenaturais do Espírito Santo. Eu, que era o mais pobre deles, era extremamente anti-PT, anti-maçonaria e pró-dons do Espírito. No meu período ali, li tudo o que a IPB publicava: revistas e jornais. Nunca, nenhuma vez, vi ali críticas ao Caio Fábio, ao seu esquerdismo e à TMI.
Outra coisa que muito me chamou a atenção também no período em que estive na IPB na primeira metade da década de 1990 foi como as igrejas e presbitérios da IPB incentivavam (quase que ordenavam) assinaturas coletivas da Ultimato, revista fundada por um presbiteriano conhecido. O motivo que os pastores usavam para levar os membros a fazer assinatura era se protegerem da “ameaça” neopentecostal. Eu não tinha condições de pagar assinatura, mas lia-a de outros membros.
Recordo, nessa revista, Paul Freston, que era membro de carteirinha do PT, atacando o neopentecostalismo e expondo a preocupação de que a maior resistência ao PT entre evangélicos era desse segmento. Robinson Cavalcanti, em toda edição, falava da “ameaça” dos evangélicos conservadores americanos, denegrindo-os completamente. Esses evangélicos conservadores eram minha inspiração! Cavalcanti tinha ligações políticas com o PT e era fundador do Movimento Evangélico Progressista, que trabalhava intimamente com o PT.
Enquanto as igrejas da IPB estavam usando a Ultimato para se proteger da “ameaça” neopentecostal, a TMI estava invadindo suas igrejas através dessa revista notoriamente esquerdista. Enfim, estavam coando mosquitos neopentecostais e engolindo camelos marxistas.
O que pude aproveitar da minha experiência na IPB foi entender como ocorreu o fortalecimento da Esquerda em suas igrejas através de publicações como a Ultimato. Claro que essa infiltração ocorreu muito antes de eu nascer. Mas pude acompanhar seu desenvolvimento numa igreja local da IPB.
Anos de doutrinação esquerdista da Ultimato em igrejas presbiterianas com críticas aos neopentecostais e aos evangélicos conservadores dos EUA e elogios ao PT produziram uma geração hostil aos neopentecostais e conservadores e aberta ao socialismo.
É difícil saber, nesse ponto, se foi a IPB quem criou Caio Fábio como ídolo progressista ou se foi Caio Fábio, em sua glória gospel que deu honra à IPB, que levou a IPB a ficar à vontade com um esquerdismo que já a influenciava desde pelo menos a década de 1950.
Enquanto a maior estrela presbiteriana do Brasil foi o progressista Caio Fábio, a maior estrela presbiteriana dos EUA foi o conservador Ronald Reagan.
Quando ele era presidente do Screen Actors Guild, sindicato de artistas de Hollywood, na década de 1940, Reagan era também informante do FBI, encarregado de detectar e monitorar artistas socialistas. Ele era ardentemente anticomunista.
Tento imaginar o trabalhão dele se ele estivesse no Brasil. Detectar e monitor socialistas na IPB não seria difícil. Tudo o que ele precisaria fazer seria ir à Universidade Presbiteriana Mackenzie, para estar com Ariovaldo Ramos e outros chefões da TMI no Brasile, de quebra, ter almoço com o chefão do Genizah na chancelaria do Mackenzie. (Ambos progressistas são frequentadores dessa instituição.)
Pena que não haja no Brasil um Ronald Reagan ultraconservador e anticomunista para dar uma solução definitiva para a presença da TMI e seus derivados na IPB e suas instituições.

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