domingo, 27 de janeiro de 2019

Todos precisam lembrar o Holocausto

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Julio Severo

O Holocausto, que foi perpetrado pela Alemanha nazista contra mais de 6.000.000 de judeus, que foram monstruosamente abusados, torturados e massacrados, é um crime genocida que deve ser lembrado por todas as nações.

O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto acontece a cada 27 de janeiro como memória de que em 27 de janeiro de 1945, Auschwitz-Birkenau, o maior campo de concentração e morte nazista, foi libertado pelo Exército Vermelho da União Soviética. Enquanto o exército nazista destruía os judeus, o Exército Vermelho tinha muitos soldados judeus que ajudaram a libertar os judeus alemães.

Os judeus estão certos ao afirmar que o genocídio nazista contra eles nunca deveria ser esquecido.

Cristãos — tanto católicos quanto evangélicos — precisam se lembrar porque o maior Holocausto contra os judeus aconteceu exatamente em uma nação cristã, a Alemanha nazista, que era cerca de 50% católica e 50% protestante, especialmente luterana. Embora uma minoria de corajosos católicos (inclusive Claus von Stauffenberg) e protestantes (inclusive o pastor luterano Dietrich Bonhoeffer) se opusessem a Hitler e até tentassem matá-lo, a maioria dos protestantes e católicos alemães apoiava Hitler, que era nominalmente católico.

Algumas tradições cristãs pervertidas ajudaram Hitler em sua campanha para perpetrar o Holocausto. 

Os católicos têm uma tradição, em palavras e ações, de antissemitismo, especialmente através da Inquisição. Os protestantes têm uma tradição de palavras antissemitas de Martinho Lutero, embora os protestantes, especialmente nos Estados Unidos — a maior nação protestante do mundo — tenham uma tradição de luta contra o antissemitismo. Aliás, a luta dos EUA contra o antissemitismo, o Holocausto e a Inquisição é a luta mais importante que o mundo já viu.

Os direitistas e os esquerdistas precisam se lembrar porque o maior Holocausto contra os judeus aconteceu exatamente em uma nação, a Alemanha nazista, que usou imagens de direita e de esquerda em sua campanha contra os judeus, embora a imagem predominante fosse direitista e Hitler tivesse um discurso claramente antimarxista, que atraía católicos e protestantes.

A maioria dos judeus que foram exterminados pelos nazistas no Holocausto era socialista. Aliás, o fundador do marxismo era um judeu alemão, descendente de rabinos. Os poucos sobreviventes judeus do Holocausto também eram marxistas e fundaram o Estado de Israel.

Hitler queria exterminar os judeus porque ele achava que eles eram uma raça inferior e porque eram marxistas. Sua “solução,” o Holocausto, foi genocídio.

Os nazistas odiavam os judeus porque achavam que eles eram uma raça inferior ou porque a maioria dos judeus era socialista. Outros odeiam os judeus porque uma minoria deles são magnatas capitalistas.

Entretanto, o Holocausto não é uma ameaça passada. Sua defesa moderna ou revisionismo ou negação traz novas ameaças. E essa ameaça existe especialmente hoje entre os muçulmanos.

Os muçulmanos deveriam lembrar o Holocausto contra os judeus porque a autobiografia de Hitler, Mein Kampf, tem sido um best-seller em países muçulmanos. Muitos muçulmanos expressam admiração por Hitler e pelo Holocausto, mas estranhamente eles não são criticados e condenados na mídia ocidental por seu ódio aos judeus. Esse ódio se manifesta em sua campanha interminável que usa qualquer situação, especialmente o caso palestino, para condenar os judeus como “criminosos” — como se os muçulmanos palestinos, que ocupam ilegalmente a Terra Prometida, fossem vítimas inocentes.

O esforço para retratar a vítima como o agressor e vice-versa é a alma do revisionismo do Holocausto, muito semelhante ao revisionismo da Inquisição. Os muçulmanos adoram o revisionismo do Holocausto, que diminui o sofrimento dos judeus e o número de vítimas judias.

Até mesmo durante o tempo de Hitler, os muçulmanos ajudaram os nazistas em sua campanha para exterminar os judeus.

Hoje, os muçulmanos usam dois métodos revisionistas desonestos para atacar os judeus. Eles subestimam intencionalmente o sofrimento dos judeus no Holocausto e intencionalmente tratam exageradamente as ações defensivas dos judeus para proteger o Estado de Israel contra terroristas palestinos. Esse é um resultado natural: se os muçulmanos admiram Hitler e as atrocidades nazistas contra os judeus, eles apoiarão qualquer atentado terrorista palestino contra os judeus.

Os muçulmanos não só defendem o revisionismo do Holocausto. Eles também defendem o revisionismo do genocídio dos cristãos armênios. Eles fazem com os cristãos a mesma coisa que fazem com os judeus.

Entretanto, enquanto muitos cristãos lutam contra o revisionismo do Holocausto, poucos judeus lutam contra o revisionismo do genocídio dos cristãos armênios. Aliás, o governo israelense tem resistido a todos os esforços para reconhecer o genocídio dos cristãos armênios. É hora de cristãos e judeus reconhecerem o genocídio contra eles. É hora também de Israel reconhecer o Holocausto de cristãos cometido pelo ISIS na Síria e ajudar os cristãos perseguidos pelo ISIS.

A lembrança do Holocausto é mais importante agora que a Europa vem sendo invadida por hordas de imigrantes muçulmanos que ameaçam os cristãos e sua cultura e ameaçam os judeus e sua sobrevivência, inclusive subestimando intencionalmente o Holocausto e suas vítimas judaicas e revivendo o antissemitismo.

É hora de lembrar o Holocausto antes que as próximas gerações europeias, que serão significativamente muçulmanas, esqueçam que os judeus são um povo vítima de genocídio.

Contudo, os judeus de esquerda pensam que a única ameaça de uma repetição do Holocausto vem dos cristãos conservadores. Osias Wurman, que é o cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro, Brasil, disse:

“Hoje, mais do que nunca, é preciso alertar a opinião mundial para esta perigosa guinada à direita que vem assolando a Europa e alguns países do continente americano. Uma pesquisa global, realizada em 2014, já mostrava que 46% dos entrevistados nunca tinham ouvido falar em Holocausto!”


O sr. Wurman faz uma comparação impossível. Ele busca igualar a mudança conservadora de curso político na Europa e provavelmente nos Estados Unidos com a indiferença ao Holocausto. Num tom pior, ele disse que essa mudança é “perigosa,” e fala da necessidade de alertar o mundo contra a mudança para a direita que está “assolando” a Europa e provavelmente os Estados Unidos.

No que se refere aos evangélicos, o conservadorismo, especialmente o conservadorismo dos EUA, é pró-Israel e contra o Holocausto, contra o aborto, contra o revisionismo católico da Inquisição e contra o revisionismo islâmico do genocídio armênio. Comparar sentimentos pró-Holocausto com o evangelicalismo conservador dos EUA é um disparate. 

Os judeus só enfrentariam problemas com alguns católicos de direita que defendem o revisionismo da Inquisição, que torturava e massacrava os judeus. Mais cedo ou mais tarde, eles também poderão defender o revisionismo do Holocausto.

Assim como os cristãos precisam ser informados para lembrar o Holocausto, os judeus também precisam ser informados de que antes do Holocausto nazista contra os judeus houve o genocídio turco islâmico dos cristãos armênios. 

Independentemente se Israel não reconhecer tal genocídio contra os cristãos, não faz sentido para os judeus encorajar as nações sobre a importância de lembrar o Holocausto nazista contra os judeus se os judeus se recusam a reconhecer o genocídio turco islâmico dos cristãos armênios.

Além disso, há um Holocausto moderno que deve ser lembrado por todos nós que nos lembramos do Holocausto nazista contra os judeus: o Holocausto do aborto, onde milhões de bebês inocentes são medicamente exterminados sob leis insanas. Até mesmo Israel tem tais leis insanas permitindo o massacre de inocentes. Aliás, Israel tem uma das leis de aborto mais liberais do mundo

Isso não faz sentido. O povo judeu, que foi vítima inocente do Holocausto nazista, deveria ser uma voz proeminente contra o Holocausto do aborto.

Neste dia 27 de janeiro, enquanto nos lembramos do sofrimento passado de milhões de judeus no Holocausto nazista, lembremo-nos também do presente sofrimento de milhões de inocentes através do aborto legal. Vamos nos lembrar de lutar contra o Holocausto do aborto, porque o objetivo do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto é impedir que novos holocaustos aconteçam. 

Enquanto estamos nos lembrando do Holocausto contra os judeus, bebês estão sendo torturados e assassinados neste exato momento pelo aborto legal nos Estados Unidos, na China, em Israel, na Coréia do Norte, etc.

Se o Holocausto é criminoso, por que se permite que o Holocausto do aborto continue?
Versão em inglês deste artigo: Everyone Should Remember the Holocaust

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