Como confraria, a Maçonaria nasceu por volta do ano de 1720 da nossa era. Muitos sustentam que ela é muito mais antiga; há até aqueles que a remontam até Caim e a Lúcifer. Possivelmente eles não distinguem sua constituição orgânica de seus princípios e fim.
Findel e outros maçons que escreveram sua história dizem que ela não se originou além da data indicada; ora, se ela tivesse se originado mais além, eles teriam tido o cuidado de não retirar seu caráter de antiguidade. Seus arquivos agora são conhecidos, contudo nenhum deles é anterior a essa época.
Enfim, a Igreja de Jesus Cristo, que é a coluna e o sustentáculo da verdade, a guardiã do depósito sagrado da lei, não teria deixado de perceber a Maçonaria e condená-la, se ela tivesse existido desde a antiguidade. Nenhuma heresia escapou ao seu olhar vigilante, mal as heresias nasciam, e ela já as anatematizava.
Logo, como essa Igreja, tão cheia de solicitude para preservar o rebanho de Jesus Cristo do contágio da heresia, chegou ao século XVIII antes de descobrir a Maçonaria, a mais formidável das heresias?
“Além do segredo comum a todas as seitas separadas da unidade católica, aquele de trabalhar ao seu modo no desenvolvimento dessa grande obra de contradição e iniquidade que não cessa de ocorrer desde os séculos apostólicos, a Maçonaria, somente pela fato de tender ao mesmo fim pela via mais curta e os meios mais atrozes, deveria se envolver assim num segredo mais profundo.
Era sob a alegoria do templo de Salomão, construído por ordem de Deus, destruído em seguida pelos assírios, reedificado depois por Ciro, que os maçons escondem seu plano de conjuração. Eles entendem pelo templo de Salomão a liberdade e igualdade naturais que o homem recebeu de Deus; pelos assírios, as duas potências do Sacerdócio e do Império, que são consideradas como tendo estabelecido sua dominação sobre as ruínas da igualdade e da liberdade dos outros homens; e, enfim, pelo conquistador que o céu suscitou para o restabelecimento do templo de Salomão, eles entendem sua associação, cujo fim é restaurar o edifício deteriorado da liberdade e da igualdade. É em razão dessa alegoria que eles se chamam maçons e, em suas lojas, eles se cercam de diversos instrumentos usados na maçonaria”[1].
Findel e outros maçons que escreveram sua história dizem que ela não se originou além da data indicada; ora, se ela tivesse se originado mais além, eles teriam tido o cuidado de não retirar seu caráter de antiguidade. Seus arquivos agora são conhecidos, contudo nenhum deles é anterior a essa época.
Enfim, a Igreja de Jesus Cristo, que é a coluna e o sustentáculo da verdade, a guardiã do depósito sagrado da lei, não teria deixado de perceber a Maçonaria e condená-la, se ela tivesse existido desde a antiguidade. Nenhuma heresia escapou ao seu olhar vigilante, mal as heresias nasciam, e ela já as anatematizava.
Logo, como essa Igreja, tão cheia de solicitude para preservar o rebanho de Jesus Cristo do contágio da heresia, chegou ao século XVIII antes de descobrir a Maçonaria, a mais formidável das heresias?
“Além do segredo comum a todas as seitas separadas da unidade católica, aquele de trabalhar ao seu modo no desenvolvimento dessa grande obra de contradição e iniquidade que não cessa de ocorrer desde os séculos apostólicos, a Maçonaria, somente pela fato de tender ao mesmo fim pela via mais curta e os meios mais atrozes, deveria se envolver assim num segredo mais profundo.
Era sob a alegoria do templo de Salomão, construído por ordem de Deus, destruído em seguida pelos assírios, reedificado depois por Ciro, que os maçons escondem seu plano de conjuração. Eles entendem pelo templo de Salomão a liberdade e igualdade naturais que o homem recebeu de Deus; pelos assírios, as duas potências do Sacerdócio e do Império, que são consideradas como tendo estabelecido sua dominação sobre as ruínas da igualdade e da liberdade dos outros homens; e, enfim, pelo conquistador que o céu suscitou para o restabelecimento do templo de Salomão, eles entendem sua associação, cujo fim é restaurar o edifício deteriorado da liberdade e da igualdade. É em razão dessa alegoria que eles se chamam maçons e, em suas lojas, eles se cercam de diversos instrumentos usados na maçonaria”[1].
Para formar essa seita, que é sua obra-prima, satanás pegou inicialmente o que havia de pior nas heresias e seitas que atacaram a Igreja durante os dezessete primeiros séculos, condensando tudo isso naquilo que se tornou o símbolo ou o credo do maçon. A Maçonaria é o esgoto coletor de tudo o que a inteligência do mal produziu de pior: “Nela, diz o papa Gregório XVI, como num esgoto, corre, misturado a todas as imundices, tudo o que há de sacrílego, tudo o que há de infame, tudo o que há de blasfemo nas mais criminosas heresias e seitas[2]”.
Todavia, como satanás satisfaz ainda mais seu furor contra Deus conforme mais ele degenera o homem, que é feito à imagem de Deus, e o mergulha de modo mais profundo na lama, ele pegou, de preferência, os materiais do edifício maçônico nas abomináveis heresias dos gnósticos e dos maniqueus.
Todavia, como satanás satisfaz ainda mais seu furor contra Deus conforme mais ele degenera o homem, que é feito à imagem de Deus, e o mergulha de modo mais profundo na lama, ele pegou, de preferência, os materiais do edifício maçônico nas abomináveis heresias dos gnósticos e dos maniqueus.
De acordo com o ritual do 18º grau da Maçonaria escocesa, chamada Rosa-Cruz, o chefe, quando se reveste dos ornamentos cerimoniais e preside a Loja, deve carregar a Estrela da Itália sobre o peito. Nas outras, colocam-na na cabeça, nos ombros. Em seguida eles colocam-na sobre o coração, com a letra G no meio, o que significa: Gnose ou geração. Do outro lado, estão as letras F.E.C., o que quer dizer Fé, Esperança, Caridade, mas, acima de tudo, Fé, fé cega, sem a qual nada é feito. Os gnósticos e os maniqueus proscreviam todas as leis e se entregavam a todas as abominações da carne.
Para eles, a mentira, a hipocrisia, o perjúrio, todos esses meios eram bons. Santo Epifânio e Santo Agostinho dizem que eles se conheciam entre si por palavras secretas e por certos cumprimentos. São Leão Magno resumiu suas doutrinas e suas práticas nessas três palavras: “Eles têm por lei apenas a mentira, por religião, apenas o demônio, por sacrifício, apenas as turpitudes”. Ora, a doutrina e as práticas desses hereges ocupam um lugar tão importante na Maçonaria, elas constituem de tal modo suas bases profundas, que Weishaupt disse: “Somente os iluminados possuem os segredos do verdadeiro Maçon.
Até mesmo aos iluminados resta a ser descoberta grande parte dos segredos. O novo cavaleiro deve consagrar suas pesquisas nisso. Ele é especialmente advertido de que é pelo estudo dos antigos gnósticos e dos maniqueus que ele poderá fazer grandes descobertas sobre essa verdadeira Maçonaria”. O maniqueísmo, verdadeiro Proteu saído do inferno, assumiu diferentes formas para se dissimular. Na Idade Média, ele se encarnou principalmente na heresia dos albigenses; na Renascença, ele se refugiou sobretudo entre os astrólogos, os alquimistas, os necromânticos e cabalistas, que formavam seitas que tinham suas constituições, suas regras e seus ritos.
O concílio de Trento os condenou por um decreto, que é a nona regra do Índex. O protestantismo, o jansenismo e o filosofismo também forneceram à Maçonaria excelentes elementos. “Sob o ministério de Choiseul, diz Proyart, a Maçonaria se confundiu de tal modo com a filosofia do dia, que ela parecia formar apenas uma única e mesma seita com ela, como um personagem de duas caras, que, na busca de seus vastos desígnios, julgou mais conveniente se mostrar à luz do dia sob o manto filosófico, sendo o avental do maçon reservado aos mistérios da Loja[3]”.
Para eles, a mentira, a hipocrisia, o perjúrio, todos esses meios eram bons. Santo Epifânio e Santo Agostinho dizem que eles se conheciam entre si por palavras secretas e por certos cumprimentos. São Leão Magno resumiu suas doutrinas e suas práticas nessas três palavras: “Eles têm por lei apenas a mentira, por religião, apenas o demônio, por sacrifício, apenas as turpitudes”. Ora, a doutrina e as práticas desses hereges ocupam um lugar tão importante na Maçonaria, elas constituem de tal modo suas bases profundas, que Weishaupt disse: “Somente os iluminados possuem os segredos do verdadeiro Maçon.
Até mesmo aos iluminados resta a ser descoberta grande parte dos segredos. O novo cavaleiro deve consagrar suas pesquisas nisso. Ele é especialmente advertido de que é pelo estudo dos antigos gnósticos e dos maniqueus que ele poderá fazer grandes descobertas sobre essa verdadeira Maçonaria”. O maniqueísmo, verdadeiro Proteu saído do inferno, assumiu diferentes formas para se dissimular. Na Idade Média, ele se encarnou principalmente na heresia dos albigenses; na Renascença, ele se refugiou sobretudo entre os astrólogos, os alquimistas, os necromânticos e cabalistas, que formavam seitas que tinham suas constituições, suas regras e seus ritos.
O concílio de Trento os condenou por um decreto, que é a nona regra do Índex. O protestantismo, o jansenismo e o filosofismo também forneceram à Maçonaria excelentes elementos. “Sob o ministério de Choiseul, diz Proyart, a Maçonaria se confundiu de tal modo com a filosofia do dia, que ela parecia formar apenas uma única e mesma seita com ela, como um personagem de duas caras, que, na busca de seus vastos desígnios, julgou mais conveniente se mostrar à luz do dia sob o manto filosófico, sendo o avental do maçon reservado aos mistérios da Loja[3]”.
É com todos esses materiais que Satanás constituiu a Maçonaria. Ele, que fez parte da milícia angélica, que viu a unidade e a ordem de suas hierarquias; ele, que conheceu suas forças, visto que é por elas que ele foi vencido e precipitado no inferno, não soube fazer nada melhor que estabelecer a hierarquia na Maçonaria e organizá-la igual ao exército celeste. Daí, para a Maçonaria exterior, a priori, os três graus inferiores do Aprendiz-maçon, do Companheiro e do Mestre; em seguida, os graus elevados de Juiz-Filósofo-Grande-Comendador desconhecido, de Cavaleiro Kadosch e de Rosa Cruz.
Atrás da Maçonaria exterior, encontra-se a Maçonaria oculta, que é puramente e simplesmente a Sociedade secreta. Ela é a fonte e a alma de todas as Maçonarias, somente a ela são comunicados os segredos, e é também nas reuniões dessa Maçonaria oculta que ocorrem as orgias que não posso contar ao leitor.
Atrás da Maçonaria exterior, encontra-se a Maçonaria oculta, que é puramente e simplesmente a Sociedade secreta. Ela é a fonte e a alma de todas as Maçonarias, somente a ela são comunicados os segredos, e é também nas reuniões dessa Maçonaria oculta que ocorrem as orgias que não posso contar ao leitor.
Os membros dos graus elevados da Maçonaria exterior podem, além do mais, pressentir os segredos, entrever algo deles, porém eles ainda estão apenas na antecâmera, mal esclarecidos, como dizia Piccolo-Tigre[4] em sua carta de 18 de janeiro, à Venda piemontesa; eles ainda são brotos de maçons.
O fruto está mais oculto na escuridão profunda da seita. Se a caridade de Jesus Cristo tem um comprimento, uma largura, uma altura e uma profundidade que todos os santos conhecem[5], o ódio de Satanás também tem um abismo do qual somente alguns de seus filhos podem ver a extensão e sondar a profundidade; e, se posso seguir o paralelo, assim como, somente os santos que gozam da glória veem os desígnios de Deus nas profundezas de sua sabedoria; assim, somente os chefes da Maçonaria oculta conhecem as profundezas de Satanás; pois o Apocalipse nos ensina que ele também tem suas profundezas: Altitudines Satanae[6].
O patriarca da Maçonaria oculta e seus tenentes imediatos são os familiares, os amigos íntimos de Satanás, os apóstolos e as colunas de sua sinagoga; para eles, não existe mais segredo. Logo ele lhes permite ler no abismo de sua malícia e aí ver seus projetos. “Lá, não há mais Grandes-Orientes, não há mais Grãos-Mestres, mas uma unidade assustadora, concretizada por um governo oculto, tão simples quanto sabiamente organizado… Na liderança de todo esse exército tenebroso, há um chefe único e desconhecido, que permanece na sombra, que mantém todas as oficinas e todas a lojas em sua mão; chefe misterioso e terrível ao qual estão ligados, por um juramento de obediência cega, todos os maçons de todos os ritos e graus, que não conhecem sequer seu nome, e que, para a maioria, não querem crer em sua existência.
Esse homem diabólico é mais poderoso que qualquer rei desse mundo… Ele é conhecido por apenas cinco ou seis adeptos escolhidos, que o colocam em relação com cada seção ou venda ou loja, e os adeptos dessa seção desconhecem o papel que o tenente do grande chefe cumpre entre eles.
O fruto está mais oculto na escuridão profunda da seita. Se a caridade de Jesus Cristo tem um comprimento, uma largura, uma altura e uma profundidade que todos os santos conhecem[5], o ódio de Satanás também tem um abismo do qual somente alguns de seus filhos podem ver a extensão e sondar a profundidade; e, se posso seguir o paralelo, assim como, somente os santos que gozam da glória veem os desígnios de Deus nas profundezas de sua sabedoria; assim, somente os chefes da Maçonaria oculta conhecem as profundezas de Satanás; pois o Apocalipse nos ensina que ele também tem suas profundezas: Altitudines Satanae[6].
O patriarca da Maçonaria oculta e seus tenentes imediatos são os familiares, os amigos íntimos de Satanás, os apóstolos e as colunas de sua sinagoga; para eles, não existe mais segredo. Logo ele lhes permite ler no abismo de sua malícia e aí ver seus projetos. “Lá, não há mais Grandes-Orientes, não há mais Grãos-Mestres, mas uma unidade assustadora, concretizada por um governo oculto, tão simples quanto sabiamente organizado… Na liderança de todo esse exército tenebroso, há um chefe único e desconhecido, que permanece na sombra, que mantém todas as oficinas e todas a lojas em sua mão; chefe misterioso e terrível ao qual estão ligados, por um juramento de obediência cega, todos os maçons de todos os ritos e graus, que não conhecem sequer seu nome, e que, para a maioria, não querem crer em sua existência.
Esse homem diabólico é mais poderoso que qualquer rei desse mundo… Ele é conhecido por apenas cinco ou seis adeptos escolhidos, que o colocam em relação com cada seção ou venda ou loja, e os adeptos dessa seção desconhecem o papel que o tenente do grande chefe cumpre entre eles.
Cada um dos maçons da seção o representa, por sua vez, numa seção ou venda inferior, sempre sem o conhecimento dos adeptos aí reunidos; e assim sucessivamente até as lojas mais insignificantes da Maçonaria exterior, até as aparentes assembleias maçônicas mais estranhas aos complôs das sociedades secretas. Nessa hierarquia sub-maçônica, cada um é conduzido sem saber por quem, e executa ordens das quais se ignora a origem e o propósito real… Na Maçonaria oculta, os maçons deixam a máscara cair, eles desprezam e rejeitam o simbolismo ao mesmo tempo ridículo e perverso das iniciações preliminares; eles vão direto ao fato: Guerra a Deus, ao seu Cristo e à sua Igreja! Guerra aos reis e a toda potência humana que não está conosco! Tal é sua divina, tal é seu grito de convocação…
Mgr Rosset. La Franc-Maçonnerie et les moyens pour arreter ses ravages.
Tradução de Robson Carvalho.
Paris, Librairie Victor Lecoffre, 1882, p.31-38.
Tradução de Robson Carvalho.
Paris, Librairie Victor Lecoffre, 1882, p.31-38.
[1] Ndt.: Maçon, em francês, é pedreiro. Maçonnerie é alvenaria.
[2] Mirari vos, 15 de agosto de 1832.
[3] Louis XVI destronado antes de ser rei, 1ª parte.
[4] Nome de guerra de um dos membros da Alta Venda.
[5] Epístola aos Efésios, c. III, 18.
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