Unico SENHOR E SALVADOR

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quinta-feira, 5 de março de 2015

O perigo da apostasia

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Hebreus 5.11-14 
“Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir. 12 - Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos da palavra de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento. 13 - Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. 14 - Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”.

Hebreus 6.1,2,4-6,10,13,16-20 
“Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, 
2 - e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. 
4 - Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, 
5 - e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, 
6 - e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério. 
10 - Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho da caridade que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e ainda servis. 
13 - Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por quem jurasse, jurou por si mesmo. 16 - Porque os homens certamente juram por alguém superior a eles, e o juramento para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda. 
17 - Pelo que, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do seu conselho aos herdeiros da promessa, se interpôs como juramento, 
18 - para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta; 
19 - a qual temos como âncora da alma segura e firme e que penetra até o interior do véu, 2
0 - onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”.

Introdução

Quando o cristão estaciona na fé e não se aprofunda no conhecimento das coisas de Deus, corre o risco de ser levado por ventos de doutrinas (Ef 4.14) e apostatar, vindo a perder-se eternamente por não se arrepender.

I. Infância Espiritual

Muitos cristãos hoje, têm uma atitude infantil quanto ao estudo das Escrituras. Diante de passagens que deveriam conhecer bem através de cuidadoso estudo, eles desistem e passam a alegar que o Espírito Santo lhes ensinará, o que for preciso. Outros preferem seguir uma voz profética. Voluntariamente, ignoram que é difícil o Espírito Santo ensinar alguém aquilo que ele não está decidido aprender através do estudo. 

Como aconteceu aqueles cristão hebreus, a nossa fé tende a enfraquecer à medida que relaxamos o estudo e o conhecimento da Palavra de Deus dentro da ortodoxia.

1. Negligentes para ouvir (5.11). É próprio das crianças em geral serem negligentes para ouvir. Faz parte da sua estultícia (Pv 22.15). Aqui o escritor dirige-se aos cristãos que já deviam “ser mestres pelo tempo”, ou seja, pessoas que não eram mais neófitas na fé. Aliás, os novos convertidos, vistos como crianças espirituais, normalmente são os melhores ouvintes.

2. Necessitados de leite (vv.12,13). O crente “menino” não se desenvolve por não saber ouvir a Palavra de Deus. Os leitores da Epístola aos Hebreus ainda careciam dos ensinamentos rudimentares da fé cristã: precisavam “de leite, e não de sólido alimento”. Aliás, em nossos dias, observa-se muita “meninice” em diversas igrejas. Trata-se de “movimentos estranhos”, embusteiros e perigosos, que não têm base na Palavra de Deus.

O autor da Epístola aos Hebreus exorta os seus leitores a alcançarem a maturidade espiritual. Ele mostra que a chave para o crescimento espiritual não está em apenas ter conhecimento elementar da Palavra de Deus. E prossegue dizendo que os crentes da sua época, a despeito de alcançarem os fundamentos da fé reiteradas vezes, não progrediam; estavam deixando de edificar suas vidas no Senhor.

Essa gente precisa, se quer mesmo crescer e ser adulto na fé, do leite puro da Palavra de Deus para crescimento, fortalecimento e imunização espiritual.

Este tipo de fraqueza permanece, nem sempre por culpa dos cristãos, mas por falta de uma liderança espiritual segura da parte daqueles sobre cujos ombros pesam os cuidados pelo rebanho com algo sólido e substancial.

3. Maturidade cristã.

O crente deve esforçar-se por crescer não apenas na graça, mas também através do estudo cuidadoso das Escrituras, assim como por meio da sua aplicação ao seu viver diário. Sem uma aplicação positiva da Palavra de Deus no nosso cotidiano, anos de estudo serão inúteis. O autor da Epístola aos Hebreus diz que a maturidade cristã é evidenciada quando o crente é capaz de distinguir entre o bem e o mal. Noutras palavras: além de estudar a Bíblia, é preciso praticar os seus ensinamentos.

Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (v.14).

II. Os Rudimentos da Doutrina

Note que o contexto nos admoesta a olhar para além dos ensinamentos do AT. Até divisarmos o seu cumprimento no NT.

Veja a seguir a relação dos ensinamentos do AT. Nos quais os leitores da Epístola aos Hebreus estavam estacionados:

1. Arrependimento de obras mortas (6.1). Produzir obras era ideal do sistema levítico, as quais não tinham valor algum quanto a obter-se a vida eterna em Cristo. Sendo eles judeus convertidos ao cristianismo, provavelmente ainda queriam reviver os velhos conceitos da lei, tais como a guarda do sábado, a implementação dos sacrifícios, a observância das luas novas, (Cl 2.16-17), esquecendo-se da salvação somente pela graça, mediante a fé (Ef 2.8-9).

2. Fé em Deus.
Está fé nada tinha de errado entre os judeus cristãos, mas uma vez que Cristo Se revelou, o cristão deve crer também nEle e na sua obra realizada no Calvário, donde nos veio o Novo Concerto, pelo Seu sangue.

3. Doutrina do Batismo. Isto se refere as cerimônias de abluções (purificação por meio da água) do sistema religioso levítico.

A doutrina dos batismos faz parte do início da fé, e não dos estágios mais avançados do desenvolvimento espiritual. Hoje, ainda há “meninos”, ensinando que só se deve batizar em nome de Jesus, e não na forma trinitariana como Jesus ordenou (cf. Mt 28.19).

4. Imposição de mãos. Isto se refere à identificação dos ofertantes com os sacrifícios que ofereciam no sistema levítico (Lv 16.21).

Quanto à imposição das mãos, nos moldes do Antigo Testamento, que consistia num gesto simbólico de transmissão de bênçãos (como fez Jacó), os crentes daquela ocasião não deveriam mais preocupar-se. Agora, com Cristo, o gesto de impor as mãos, no nome de Jesus, propicia a cura divina (Mc 16.18; At 28.8).

5. Ressurreição dos mortos. A ressurreição dos mortos foi ensinada no Antigo Concerto; apesar disto, aqueles cristãos são deparados a não se devotarem a um ensinamento tão misterioso, uma vez que Cristo revelou tudo isso por meio do Seu ensino e da Sua própria ressurreição (Jó 19.25; Dn 12.2; Is 26.19; Lc 20.37;-38; Jo 5.28-29; 11,25;20).

6. O juízo eterno (v.2).
Este é um assunto largamente ensinado não somente no AT, mas também no NT (Sl 96.13; 98.9; Ec 12.14; Jl 3.11-12).

Todo crente em Jesus, desde o início de sua fé, em seu discipulado básico, deve saber que Cristo morreu por nossos pecados, mas ressuscitou para nossa justificação (Rm 4.25), e para um dia julgar o mundo com justiça (At 17.31).

III. O grave perigo da apostasia


1. O que é apostasia. Do gr. apostásis, afastamento, abandono da fé. Apostatar significa abandonar a fé cristã de modo premeditado e consciente. No texto em apreço o escritor adverte quanto ao perigo da apostasia.

2. O arrependimento impossível (vv.4,5). O capítulo em estudo contém uma solene advertência contra a apostasia deliberada e insensível. Nele são apresentados cinco motivos pelos quais um apóstata empedernido não pode mais arrepender-se:

a) “Já uma vez foram iluminados”. Jesus é a luz do mundo (Jo 8.12); os que o aceitam de verdade, experimentam seu perfeito fulgor, e reconhecem que outrora encontravam-se nas trevas, no mundo, sem Deus e sem salvação. Agora não são mais novos convertidos. São crentes que sabem diferençar as trevas do Diabo da luz de Cristo.

b) “Provaram o dom celestial”.
O texto não se refere a neófitos na fé, com limitada convicção do evangelho. Refere-se, sim, a crentes que tiveram uma experiência real com Cristo (ver 1ª Pe 2.1-3), provando a salvação que, pela fé, é dom de Deus (Ef 2.8,9).

c) “E se fizeram participantes do Espírito Santo”. Aqui a advertência é severa para aqueles que foram pelo Espírito Santo imersos no corpo de Cristo. O apóstolo Paulo diz que “todos temos bebido de um Espírito” (1ª Co 12.12,13). Fica claro que o escritor dirigia-se a pessoas que conheciam muito bem o significado da comunhão com o Espírito Santo.

d) “E provaram a boa Palavra de Deus”.
O escritor repete o verbo provar, referindo-se a crentes que tiveram um conhecimento mais que superficial das verdades de Deus, expressas em sua Palavra. Não apenas sentiram o “cheiro”, mas “comeram” a Palavra, experimentando-a e confirmando-a como verdadeira (cf. Jo 17.17).

e) “E (provaram) as virtudes do século futuro”. Os leitores da carta eram crentes que além da vasta experiência espiritual, puderam, ainda no presente, experimentar as bênçãos e as virtudes do porvir. Jesus disse: “E curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: É chegado a vós o Reino de Deus” (Lc 10.9); “... o Reino de Deus está entre vós” (Lc 17.21).

3. A recaída no fosso da apostasia (v.6). O escritor diz que para aqueles que possuíam as experiências descritas nos vv. 4 e 5, e recaíssem, seria “impossível” (v.4a) serem “outra vez renovados para arrependimento” (v.6a). Não se trata de um crente que se afasta da igreja local por pecados relativamente comuns entre os homens. Quase sempre essas pessoas se arrependem e pedem perdão a Deus e à igreja.

A impossibilidade de arrependimento referida pelo escritor, diz respeito a crentes judeus que, mesmo providos das experiências mencionadas acima, abandonam a Cristo, negando-o e renegando-o de modo proposital e deliberado. 

Trata-se de uma pessoa que chegou a um estágio tão escrachado de desvio, que sua consciência encontra-se cauterizada (conforme 1ª Tm 4.2), ficando insensibilizado a qualquer advertência por parte do Espírito Santo. Este é o “pecado para a morte” de que trata o apóstolo João em sua epístola (1ª Jo 5.16b).

A razão da queda seria porque as pessoas teriam abandonado a vida cristã, atraídas por outro modo de vida religiosa, ou seja, estavam voltando ao legalismo da lei.

Cristo é o único meio de salvação. O homem que aceita a Cristo e mais tarde O que rejeita definitivamente não achará qualquer meio de salvação. O pecado de rejeitar a Cristo deixa o homem sem nenhum outro sacrifício pelo pecado (Hb 10.26). Esaú não valorizou o seu direito de primogenitura e espontaneamente o trocou por um guisado de lentilhas. 

Mais tarde, refletiu quanto ao seu ato impensado e, com lágrimas, buscou benção igual junto a seu pai, mas a oportunidade já havia passado. Ele vendera a sua primogenitura, a qual era concedida uma única vez. (Hb 12.16-17).

4. Expondo Cristo ao vitupério.


a) Voltam a crucificar o Filho de Deus. A morte de Cristo foi por Deus preordenada para ocorrer apenas uma vez, como de fato aconteceu. Os sacerdotes do Antigo Testamento ofereciam muitas vezes sacrifícios, inclusive por si mesmos (Hb 9.26). Mas Cristo ofereceu-se uma única vez “para tirar os pecados de muitos” (Hb 9.28). Quem o conhece, experimentou sua salvação, e mesmo assim, peca proposital e deliberadamente, volta a crucificá-lo, expondo-o ao vitupério.

b) Terra maldita. Usando uma trágica metáfora, o escritor dá a entender que o coração de quem tem conhecimento de Cristo e o despreza, apostatando da fé, é como uma terra antes boa, mas tornando-se reprovada, “produz espinhos e abrolhos”, e só presta para ser queimada.

As penas sofridas por aqueles que desobedeciam as leis do AT são pequenas quando comparadas com as sofridas por aqueles que rejeitam os favores da revelação divina trazida por Jesus Cristo. As violações das leis do AT. muitas vezes resultava em morte física, mas hoje, a rejeição da revelação de Cristo resultará em morte espiritual, isto é, perdição eterna.

As revelações do AT eram confirmadas por sinais, da mesma maneira, a revelação de Cristo é confirmada. Este é um fato confirmado ao longo de toda a história da Igreja Cristã. Temos, como exemplo, o fato de a ressurreição de Cristo dentre os mortos e a concessão dos dons do Espírito Santo, por Sua vontade, aos crentes desde então. São estes crentes que estão atualmente demonstrando que o Evangelho ainda é poder de Deus para a salvação.

IV. A Fidelidade de DEUS

1. Deus não é injusto (v.10). O escritor considera os destinatários de sua carta como pessoas amadas, de quem espera “coisas melhores, e coisas que acompanham a salvação...”. Isso prova que, embora a apostasia os ameaçasse constantemente, eles não tinham caído nela: estavam sendo advertidos. Em seguida, ele diz que “Deus não é injusto” para se esquecer da obra, do trabalho e da caridade deles para com os santos, a quem serviam.

2. Deus cumpre suas promessas (v.13). Deus fez promessa a Abraão e, como não tinha alguém maior por quem jurasse, jurou por si mesmo, prometendo abençoá-lo e multiplicá-lo na terra, ainda que sua esposa fosse estéril. E o patriarca alcançou a bênção, porque esperou com paciência (vv.14,15).

3. É impossível que Deus minta (vv.16-20). Deus quis mostrar a “imutabilidade de Seu conselho aos herdeiros da promessa”, fazendo um juramento. Certamente Deus não precisa jurar, mas para que os homens não tivessem dúvida, Ele “se interpôs com juramento”. O escritor enfatiza que “é impossível que Deus minta” e, por isso, devemos “reter a esperança proposta, a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu”, onde está Jesus, nosso mui amado e Eterno Sumo Sacerdote.

Conclusão

Aqueles que têm a experiência gloriosa da salvação precisam cuidar-se para não caírem no engano do Diabo. É indescritível o prejuízo de quem apostata da fé, negando a eficácia do sangue de Cristo para a salvação dos pecadores. Tais desafortunados podem chegar à situação de arrependimento impossível, e se perderem eternamente.

Pr. Elias Ribas

Página na Web: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/

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