O bispo argentino Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências Sociais e amigo de longa data do papa Francisco concedeu uma entrevista polêmica ao jornal La Stampa na semana passada.
Elogiou os chineses, dizendo que eles são, “neste momento, os que melhor implementam a doutrina social da Igreja”. Classificando o regime comunista de “brilhante exemplo” e “extraordinário”, elogiou o regime comunista: “Eles procuram o bem comum, subordinando todas as coisas ao bem geral”. Elogiou a China não ter favelas nem uma juventude cheia de problema com drogas, como outras nações.
“Existe uma consciência nacional positiva. Eles querem mostrar que mudaram, já aceitam propriedade privada”, insiste. “A economia [na China] não domina a política, como acontece nos Estados Unidos”, comparou, “Como é possível que as multinacionais petrolíferas controlem Trump, quando sabemos que isso é ruim para o planeta?”.
Após retornar de uma viagem ao país mais populoso do mundo, ele disse que foi o que viu por lá que o faz ter essa impressão. Contudo, não mencionou problemas conhecidos como a falta de liberdade religiosa, censura à imprensa e prática indiscriminada do aborto.
Rapidamente sua declaração causou preocupação na cúpula da Santa Sé, em um momento que o Vaticano negocia com a China o reconhecimento de bispos que se submetem ao controle do governo sobre a Igreja.
Segundo a imprensa, há um desconforto por parte das lideranças católicas e muitas críticas, mas devido à posição de Sorondo, o assunto está sendo tratado internamente.
Um dos críticos mais abertos da posição de Sorondo foi o padre Joseph Fessio, que classificou os elogios à China de algo “pior do que errado”, causando “um embaraço para a Igreja”.
A revista eletrônica Catholic Herald publicou uma longa análise das declarações de Sorondo, comparando com os dados disponíveis sobre o país e concluiu que o líder religioso não conhece, de fato, o país, e está apenas repetindo o que a propaganda estatal divulga.
Uma pesquisa nos dados da Comissão Nacional de Controle de Narcóticos da China mostra que “o problema da droga da China é severo e crescente, com aumentos bruscos no abuso e produção de drogas sintéticas”. A desigualdade social no país asiático também é bastante documentada, com o Banco Mundial tendo mostrado que podem haver como 250 milhões de chineses vivendo em favelas.
Além disso, o papa Leão XIII declarou, em sua encíclica Rerum Novarum que “ninguém pode ser, ao mesmo tempo, um católico sincero e um verdadeiro socialista”. Desde a declaração papal, em 1931, a Igreja Católica denunciou diversas vezes o socialismo e o comunismo como ideologias econômicas malignas que privam os indivíduos da propriedade privada e do fruto justo de seu trabalho.
Até o momento, o papa Francisco não se posicionou sobre o assunto.
Com informações de Daily Wire
Phonte: Gospel Prime
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