Unico SENHOR E SALVADOR

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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Como Jesus enfrentou os falsos mestres e a doutrina mortal

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Este é um bom momento para ser um falso mestre e defender uma doutrina mortal. Parece que o herege mais desavergonhado na atualidade receberá uma audiência e, com toda a probabilidade, um contrato para publicar um livro. A novidade é atraente, a ortodoxia é considerada enfadonha. 

São aqueles que fazem o alerta e lançam o desafio que correm o risco de serem rotulados de “odiadores”. Há mais paciência para aqueles que subvertem a verdade de modo sorrateiro do que para aqueles que a defendem corajosamente. A convicção é um sinal de arrogância, enquanto a humildade é expressa na incerteza. 

O amor, ao que parece, requer que suportemos com paciência qualquer quantidade de erro. E esse tipo de amor, nos é dito, é exemplificado por Jesus. Ele não julgou, acolheu todas as opiniões, teria aceitado diferentes tipos de ensinos, desde que esses ensinos contivessem amor e vestígios de verdade.

No entanto, um rápido exame dos evangelhos mostra que essa opinião está muito distante do Jesus da Bíblia. Isso mostra que a sociedade reinterpretou Jesus através do relativismo de nossos dias. Quando Jesus interagia com pessoas buscadoras, perdidas e equivocadas, ele invariavelmente era compassivo. Ele lhes respondeu com paciência e bondade. Mas quando Jesus interagia com hipócritas religiosos e falsos mestres, ele respondia com ira justa e convicção firme.

Hoje, aqueles que amam a verdade precisam aprender a demonstrar uma convicção firme como a de Jesus por meio da antiga disciplina da polêmica: a prática de se engajar em debates e disputas públicas. O objetivo da polêmica não é ­­­­“marcar pontos” ou flexionar o músculo teológico, mas repreender os mercadores de erros e expressar preocupação com aqueles que são capturados por suas mentiras. 

Como os antigos hereges de Creta, os falsos mestres de hoje devem ser calados “porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe ganância” (Tt 1.11). Ao fazermos isso bem, imitamos a Jesus Cristo, que foi um polemista habilidoso.

Vemos um exemplo da polêmica de Jesus em Mateus 23, onde Jesus fala à multidão sobre os escribas e fariseus. O que ocorre nessa ocasião não é uma defesa privada, mas uma censura pública. Jesus aborda publicamente a doutrina mortal daqueles líderes religiosos em benefício de suas vítimas e de vítimas em potencial. Jesus não esconde nada. Ele não tem tempo para elogia-los pelas coisas que fazem bem. 

Ele não prepara o seu discurso para dar-lhes o benefício da dúvida. Antes, especifica o seu erro doutrinário e ações de injustiça; as rotula com linguagem forte, mas apropriada; adverte sobre as consequências de seu erro; e convoca os seus ouvintes a rejeitarem os falsos mestres e a sua doutrina mortal.

Jesus evidencia o erro doutrinário dos falsos mestres

Aquelas autoridades religiosas estavam mascarando o erro como se fosse a verdade. Jesus confronta o erro deles dizendo à multidão: “Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los” (Mt 23.4). Em nome de Deus, esses líderes defendem um sistema de justiça baseado em obras que ignora e nega a livre graça de Deus. 

Jesus lhes dá um exemplo de seu falso ensino: “Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou!” (Mt 23.16). Eles reinventaram a fé para que pudessem manter uma aparência religiosa mesmo quando violavam os juramentos. 

Eles adaptaram as suas crenças para que pudessem permanecer justos segundo a letra da lei, mesmo que violassem o seu espírito. Jesus identifica isso como uma falsa doutrina e a enfrenta.

Quando respondemos ao erro lhe dando o benefício da dúvida, chegamos perto de cometer o mesmo erro que os falsos mestres: mascarar o erro como se fosse a verdade. Como Jesus, devemos amar a verdade e amar as pessoas o suficiente para chamarmos o erro do que ele é.

Jesus evidencia as ações injustas dos falsos mestres

As autoridades religiosas ensinam o erro como se fosse a verdade e, em consequência, agem de modo hipócrita. Quando Jesus adverte a multidão do erro doutrinário desses líderes, ele também fala sobre as ações ímpias deles. 

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mt 23.23). 

E novamente: 

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!” (Mt. 23. 25-26). 

Jesus evidencia as ações injustas dos falsos mestres.

Alguns podem achar difícil conciliar o amor de Jesus e sua repreensão ousada nessa ocasião, mas isso revela uma perigosa tendência de separar o amor de Deus de sua implacável demanda pela verdade. Desonra a Deus quando chamamos a injustiça de boa (Is 5.20). Honra-o quando nós, como Jesus, chamamos a injustiça de má.

Jesus evidencia a verdadeira identidade dos falsos mestres

Tendo evidenciado a injustiça deles, Jesus descreve e rotula apropriadamente os falsos mestres. Somente em Mateus 23, Jesus chama os escribas e fariseus de “hipócritas” seis vezes. Além disso, ele os chama de “guias cegos”, “insensatos e cegos”, “cegos”, “túmulos caiados”, “filhos dos que mataram os profetas”, “serpentes” e “raça de víboras”. Jesus não se esquiva de chamar os falsos mestres exatamente do que eles são. 

 O “Jesus manso e humilde” expressa sem pecar a ira divina para com aqueles que deveriam falar a verdade, e não o erro, e que ensinavam doutrinas de demônios sob a bandeira do céu.

É verdade que devemos sempre evitar difamar alguém, chamando-o do que não é. Mas é igualmente verdade que quando Deus é caluniado por falsos mestres que afirmam ensinar em seu nome, devemos chamá-los do que eles são.

Jesus evidencia o juízo vindouro dos falsos mestres

Jesus se certifica que os seus ouvintes conheçam a completa gravidade dessa doutrina mortal. Ele sabe que aderir a tais ensinos falsos terá as consequências mais terríveis, então seis vezes ele repete a expressão “Ai”. Essa é uma palavra de juízo divino, de miséria abjeta que pressagia um fim miserável. 

“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mt. 23.32). 

Eles não escaparão, e nem aqueles que se submetem a tal erro odioso.

Como temos explorado ao longo desta série, a doutrina falsa é uma doutrina mortal que conduz mestres e ouvintes à destruição. É bom e amoroso alertá-los sobre essa destruição, para que retornem “à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele para cumprirem a sua vontade” (2Tm 2.26).

Jesus chama os seus ouvintes para a verdade

Jesus expõe a doutrina mortal e as ações injustas desses falsos mestres. Ele descreve apropriadamente aqueles que aceitam essa doutrina e expõe as consequências desse erro. No entanto, a polêmica não é meramente confrontar o erro, mas também ensinar a verdade. E a ortodoxia não é apenas conhecer a verdade, mas também se submeter a ela. Por essas razões, Jesus apela aos seus ouvintes para que se afastem do absurdo e da inconsistência do erro em relação à verdade de Deus. 

Ao contrário dos escribas e fariseus que fazem todos os seus atos para serem vistos pelos outros, Jesus diz à multidão: 

“Mas o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado” (Mt 23.11-12).
Se os ouvintes de Jesus apenas aplicarem a razão e a lógica, eles verão que esse ensino não pode ser verdadeiro e que essas ações não promovem a justiça. Eles rejeitarão o que é falso e aceitarão com alegria o que é verdadeiro. Eles deixarão de lado a falsa doutrina e a hipocrisia religiosa para, em vez disso, abraçarem a sã doutrina e a vida piedosa.

Conclusão

Este é um bom momento para ser um falso mestre e defender uma doutrina mortal. E continuará a ser, a menos que o povo de Deus aceite a sua responsabilidade de defender a fé e proteger as pessoas vulneráveis. Jesus nos deixou tanto a ordem quanto o exemplo. 

Jesus mostra que, enquanto a polêmica gera poucos amigos (afinal de contas, foram os que ele repreendeu que o mataram e os que ele advertiu que o abandonaram), isso honra Deus e salva os ouvintes de caírem na armadilha da doutrina mortal.

Sou grato a Conrad Mbewe por seu esboço dessa passagem.

Por: Tim Challies. © Challies. Website: challies.com. Traduzido com permissão. Fonte: How Jesus Called Out False Teachers and Deadly Doctrine.

Original: Como Jesus enfrentou os falsos mestres e a doutrina mortal. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: William Teixeira. Revisão: Camila Rebeca Teixeira.

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