Mulheres sendo doutrinadas na prisão chinesa. (Foto: Bitter Winter)
Governo comunista acusa cristãos de participarem de “cultos malignos”
Muitos cristãos são presos na China acusados de participarem de “cultos malignos” e nas prisões são torturados para renunciarem a fé.
As acusações usam a expressão “xie jiao” que indica ensinamentos heterodoxos proibidos por serem considerados hostis ao Partido Comunista da China.
Uma mulher cristã membro da The Church of Almighty God (CAG) da província de Jiangsu ficou três anos atrás das grades por este “crime” e contou que foi obrigada a recitar os regulamentos prisionais e os textos das leis nacionais como punição.
“Fui muitas vezes forçado a escrever relatórios ideológicos até meia-noite”, contou ela ao
Bitter Winter. O diretor da prisão também a pressionou repetidamente a assinar as “três declarações” – Declaração de Confissão, Declaração de Crítica e Declaração de Desmembramento – e renunciar à sua fé, porém ela se negou todas as vezes.
Sempre que ela se negava a renunciar a crença em Jesus, os guardas da prisão eram obrigados a espancá-la e torturá-la. Eles usaram bastões elétricos, ameaçando eletrocutá-la se ela continuasse se recusando a assinar as declarações.
“Recebi apenas uma porção de mingau de aveia e metade de um pão cozido no vapor uma vez por dia, de manhã, por 17 dias consecutivos”, continuou a mulher.
Ela acredita que os guardas esperavam fazê-la ceder. Eles também borrifaram o rosto e os olhos com água com pimenta, dizendo que “ninguém sai deste lugar antes de ser transformado”.
No segundo semestre de 2018 as torturas se intensificaram, com ela tendo apenas duas horas de sono por dia e sendo obrigada a escrever textos exaustivamente para decorar as leis do país. “Fui torturada assim por quatro meses”.
De acordo com os documentos obtidos pelo Bitter Winter, emitidos por instituições em todos os níveis do governo, as prisões que detêm presos condenados por “usar um xie jiao para minar a aplicação da lei” recebem cotas de “transformação”.
A tortura é tanta que, segundo documento emitido em 2019 pelas autoridades da província de Zhejiang, menos de 20% dos crentes presos e “transformados” na prisão voltam para a igreja CAG.
Naquela província, pelo menos 80% dos membros da igreja foram presos ou registrados pelo estado.
Phonte: Bitter Winter: Uma revista sobre liberdade religiosa e direitos humanos na China
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