A namorada do opositor russo assassinado Boris Nemtsov, a ucraniana Anna Duritskaya, recebeu ameaças de morte, informou a Procuradoria Geral da Ucrânia.
"Em 5 de março de 2015 Anna Duritskaya, testemunha no caso da morte do opositor russo Boris Nemstov, compareceu à delegacia de Bila Tserkva, na região de Kiev, para registrar que desconhecidos a ameaçaram de morte durante o período que passa na casa de seus pais", afirma um comunicado.
O procurador-geral da Ucrânia, Viktor Shokin, informou que foram adotadas todas as medidas necessárias para proteger a vida e a saúde de Duritska.
O porta-voz do gabinete do procurador, Andrii Demartyno, explicou à AFP que a proteção incluirá vários oficiais de unidades especiais da polícia, que devem garantir a segurança da modelo ucraniana.
Anna namorava Nemtsov há dois anos e meio.
Demartyno, no entanto, não revelou os detalhes das ameaças.
Além disso, a justiça abriu uma investigação por tentativa de assassinato em Bila Tserkva.
Duritska estava com Boris Nemtsov, um dos políticos mais críticos a respeito do presidente russo Vladimir Putin, quando ele foi assassinado a tiros a poucos metros do Kremlin na sexta-feira da semana passada.
A modelo ucraniana deixou Moscou na segunda-feira à noite, depois de ter sido interrogada, segundo ela relatou, por quase três dias em um apartamento moscovita por vários investigadores, apesar de ter contado tudo o que sabia.
"Não sei quem fez isso (...), não sei como o assassino se aproximou, ele estava atrás de mim", declarou a jovem à emissora, dizendo-se muito abalada e querendo voltar para casa, na Ucrânia. "Tenho o direito de sair da Rússia, não sou suspeita e já dei todas as informações que podia", insistiu.
A mãe de Anna, Inna Duritskaya, chegou a dizer que temia pela segurança da filha, apelando às autoridades ucranianas.
"Estou com medo de que a acusem de assassinato simplesmente porque eles precisam de uma pista ucraniana", disse à agência France Presse.
Investigação
Os investigadores russos declararam não descartar nenhuma pista: crime político ou até mesmo a tese islâmica, em razão de seu apoio ao jornal satírico francês "Charlie Hebdo", ou ainda de um assassinato ligado ao conflito ucraniano e cometido por "elementos radicais".
A investigação está a cargo do general Igor Krasnov, conhecido por ter trabalhado nos meios nacionalistas e radicais, em particular no contexto das investigações sobre a tentativa de assassinato, em 2005, de Anatoly Chubais, líder de um grupo público e ex-colega de Boris Nemtsov no governo russo na década de 1990, e do assassinato do advogado Stanislav Markelov e da jornalista Anastasia Baburova, em 2009.
Phonte: g1
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