Por Antognoni Misael
Quando novo convertido, em meados de 1998, e cotidianamente indo à igreja com um violão debaixo do braço e a Bíblia na mão, eu sempre era interpelado por algum irmão na igreja e nas ruas com a seguinte pergunta: “- o irmão já consagrou o violão a Deus?”. Eu respondia prontamente: – “Ora, claro que sim”. Eu mentia quando falava isso. Na verdade eu não tinha (ainda) consagrado o violão, nem mesmo a minha língua.
Então, alguns dias depois me lembro de ter, numa certa noite, colocado aquele violão de marca Digiorgio deitado em minha cama, e impondo as mãos, finalmente o consagrara. Foi uma cena patética, admito, mas totalmente sincera e bem intencionada.
Dali em diante eu só tocava canções evangélicas, e quando algum colega não convertido pedia para tirar algum som naquele instrumento, eu entregava o violão com o coração apertado e ao mesmo tempo dividido entre a vontade de aprender novos acordes e/ou solos, mas com o sério temor de que ele tocasse algum “som secular” e eu fosse castigado por Deus por causa da quebra daquele pacto.
Mas, não demorou por muito tempo... Logo eu estava aprendendo alguns “solinhos” no violão tipo, a introdução de “Que País é esse” [Legião Urbana], o início melódico da canção “Ben” [Jackson 5], dentre outros toques. Definitivamente eu havia “profanado” meu violão e aquilo me gerava alguns motins internos. Lembro-me ainda que tentei consagrá-lo novamente, mas... não dava pra passar todos aqueles anos limitando o prazer de me desenvolver naquele instrumento ao som de um repertório restrito ao discos evangélicos.
Daí eu fui a um Congresso de Jovens Evangélicos e em uma das palestras sobre música um dos palestrantes advertiu aos jovens músicos a se aperfeiçoarem em seus instrumentos, e assim como o salmista Davi, a serem peritos naquilo que fazem. Então, buscando ser um “levita” fiel - era assim que eu me via (risos) -, eu passei a investir em vídeo-aulas de violão e guitarra.
Essa experiência foi determinante pra que eu pudesse avançar tecnicamente e conceitualmente em relação a música e catalisar todas as influências do que eu ouvia e compartilhava com os amigos, entretanto, o trágico: eu continuava a profanar meu instrumento, uma vez que, todos os exercícios estudados naquelas vídeo-aulas, assim como, todas as músicas me disponibilizadas por Play Along, eram músicas que não tinham em sua identificação o “selo evangélico”.
Em outras palavras, eu precisaria fazer um curso de violão com professores remidos, pois isso preservaria a consagração do meu instrumento.
Passada essa fase eu me recordo de ter cansado dessa “neura” de consagrar o tal instrumento. Os arranjos de violões de Djavan, por exemplo, assim como os arranjos de guitarra do U2 me deixavam extasiado de admiração ante aquela criatividade toda.
Foi então que eu descobri que consagrar um violão ou guitarra era, de fato, um ato tolo e insano de minha parte. Indubitavelmente não havia possibilidade alguma de eu consagrar um mero instrumento. Eu parei e refleti: do que me valia consagrar um violão e não consagrar o resto dos objetos que eu usava? Diante desse pressuposto eu precisaria também consagrar, por exemplo, minha televisão, o rádio da casa, o sofá da sala, o caderno da escola, os livros da estante, os sapatos que usava, o quarto em que dormia... - Meu Deus!! Onde eu iria parar com isso tudo?!
Aos poucos Deus foi me acalentando a alma e soprando no meu entendimento, como que dizendo: “é só a sua vida que precisa ser consagrada. Se ela for santificada em mim eu me agradarei dela. Por isso viva fazendo tudo para a minha Glória e não te perturbes com as classificações do que me é sagrado ou profano. Na verdade tudo é meu! Portanto, edifica-te naquilo que é bom, honesto, agradável, útil, amável e de boa fama, dando sempre Glórias a mim”.
Desse dia em diante percebi que o que eu tentara fazer com um simples violão, impulsionado por uma tradição oriunda das gerações anteriores da antiga igreja que pertencia era muito parecido com a espécie de um rito que eu necessitaria realizar para não entristecer a Deus, por isso soava algo como “não escuteis isto, não toques aquilo!”.
Passada essa fase eu me recordo de ter cansado dessa “neura” de consagrar o tal instrumento. Os arranjos de violões de Djavan, por exemplo, assim como os arranjos de guitarra do U2 me deixavam extasiado de admiração ante aquela criatividade toda.
Foi então que eu descobri que consagrar um violão ou guitarra era, de fato, um ato tolo e insano de minha parte. Indubitavelmente não havia possibilidade alguma de eu consagrar um mero instrumento. Eu parei e refleti: do que me valia consagrar um violão e não consagrar o resto dos objetos que eu usava? Diante desse pressuposto eu precisaria também consagrar, por exemplo, minha televisão, o rádio da casa, o sofá da sala, o caderno da escola, os livros da estante, os sapatos que usava, o quarto em que dormia... - Meu Deus!! Onde eu iria parar com isso tudo?!
Aos poucos Deus foi me acalentando a alma e soprando no meu entendimento, como que dizendo: “é só a sua vida que precisa ser consagrada. Se ela for santificada em mim eu me agradarei dela. Por isso viva fazendo tudo para a minha Glória e não te perturbes com as classificações do que me é sagrado ou profano. Na verdade tudo é meu! Portanto, edifica-te naquilo que é bom, honesto, agradável, útil, amável e de boa fama, dando sempre Glórias a mim”.
Desse dia em diante percebi que o que eu tentara fazer com um simples violão, impulsionado por uma tradição oriunda das gerações anteriores da antiga igreja que pertencia era muito parecido com a espécie de um rito que eu necessitaria realizar para não entristecer a Deus, por isso soava algo como “não escuteis isto, não toques aquilo!”.
Portanto, o apóstolo Paulo escreve dizendo que práticas semelhantes a ungir um violão para não ser infiel a Deus, como “não fazer determinadas coisas (tocar, provar, comer)” são figurações que apenas têm aparência de sabedoria, culto em si mesmo, e falsa humildade, a saber que todas estas coisas com o uso se destroem e diante de Deus são insignificantes, pois não tem valor algum contra o pecado [Cl 2.16-23].
Desse dia em diante descobri também, para tristeza de muitos religiosos, que a maioria dos grandes violonistas e guitarristas não professava a fé em Cristo. Descobri também que não eram só os crentes que faziam belas canções, arranjos e solos em cordas. Descobri que todo dom perfeito do alto provém de Deus, de modo que é uma dádiva oferecida tanto a justos e ímpios, assim como o sol que nasce para ambos ou uma chuva que cai na terra de um e de outro.
Pois é. A vida deve ser inteiramente consagrada, o violão, não. Violão não tem vida, alma e entendimento. Consagrar violão é um ato que pode ser insano ou infantil.
“E quanto a ‘o que tocar no violão’?” Talvez esta pergunta continue no ar.
Bem, restaram-me critérios bem seletivos quanto ao ‘o que tocar’. Em suma, toque músicas boas, levando sempre em consideração a importante informação de que Deus se agrada da arte.
E você? Também consagrou o violão a Deus?
Antognoni Misael, músico e colunista do Púlpito Cristão.
Desse dia em diante descobri também, para tristeza de muitos religiosos, que a maioria dos grandes violonistas e guitarristas não professava a fé em Cristo. Descobri também que não eram só os crentes que faziam belas canções, arranjos e solos em cordas. Descobri que todo dom perfeito do alto provém de Deus, de modo que é uma dádiva oferecida tanto a justos e ímpios, assim como o sol que nasce para ambos ou uma chuva que cai na terra de um e de outro.
Pois é. A vida deve ser inteiramente consagrada, o violão, não. Violão não tem vida, alma e entendimento. Consagrar violão é um ato que pode ser insano ou infantil.
“E quanto a ‘o que tocar no violão’?” Talvez esta pergunta continue no ar.
Bem, restaram-me critérios bem seletivos quanto ao ‘o que tocar’. Em suma, toque músicas boas, levando sempre em consideração a importante informação de que Deus se agrada da arte.
E você? Também consagrou o violão a Deus?
Antognoni Misael, músico e colunista do Púlpito Cristão.
Irmão, li sua história bem interessante. Deus me cobrou durante anos para consagrar o meu dom e o meu instrumento, também um violão a Ele. E isto não é infantil e muito menos insano!
ResponderExcluirA Bíblia relata sobre lugares, pessoas e objetos consagrados a Deus por ordem expressa dEle.
Em certa ocasião um rei perdeu seu reinado e foi severamente castigado por Deus qdo ousou usar objetos (taças) consagrados ao Senhor.
O q não serve, de fato, nisso vc tem razão, é consagrar o instrumento e não ter o coração consagrado.
Depois q consagrei meu instrumento e meu dom, q Deus me deu, embora muito inferir ao do Djavan por exemplo rs, eu nunca mais ouvi e muito menos toquei qq outra música q não fosse inspirada pelo Espírito de Deus (aliás, nem todas as evangélicas/gospel o são).
Que Deus revele mais a vc sobre o tema CONSAGRAÇÃO, seja do q for, seja do violão, seja do dom, seja do notebook, da tv, do quarto, da cama. E q Ele pessoalmente te mostre q estes atos não são patéticos, mas sim poderosos em Deus e geram poderoso efeito no mundo espiritual. Consagre e santifique seus ouvidos, se é q posso sugerir algo, e depois veja como tudo o mais fluirá sem a necessidade de tantas dúvidas e conflitos. A Paz.
Elaine Elaine sábias palavras.
ExcluirSábias palavras
ExcluirVou consagrar meu violão amanhã e resolvi pesquisar sobre o assunto, me surpreendi com essa mensagem...Quando a gente consagra o violão ou qualquer instrumento a Deus, Ele passa a usar o instrumento, derramando unção e poder para libertar vidas que estão presas pelo diabo e para curar corações feridos. Um instrumento é muito sério quando é usado para obra de Deus. Consagre o seu também para que Deus possa te usar libertando vidas.
ResponderExcluir