O avanço das escandalosas e cruéis práticas do infanticídio abortista.
O altar do deus cananita Moloch possuía a estátua de um
bezerro de bronze com uma fornalha em seu ventre onde, em honra à divindade, as
mães depositavam seus próprios filhos. Para amenizar o horror dessas mães, os
sacerdotes cuidavam para que as trombetas fossem tocadas bem alto afim de que
não se ouvisse o choro infernal das crianças sacrificadas.
Este tipo de prática religiosa era também comum entre
fenícios, amonitas e até entre os primeiros romanos, mas o cristianismo os fez
aparentemente desaparecer. Por séculos, a prática do infanticídio permaneceu
vista como expressão do próprio mal. O paganismo dos cátaros, a despeito de uma
fé cega no transcendente, trouxe de volta o pesadelo do aborto e do suicídio
como solução para a salvação em Cristo, em uma tentativa de transfigurar a fé
cristã em seu oposto.
Hoje vemos por todo lado a defesa do aborto e do
infanticídio (o “aborto pós-natal”), como método contraceptivo ou como meio de
seleção artificial do seres humanos mediante a constatação de deformidade ou
enfermidade incurável. Com isso, buscam escolher quem deve nascer a partir de
critérios de valoração baseados em um sofrimento indesejável, como se houvesse
sofrimentos desejáveis.
O paganismo é algo que subjaz na ideia do aborto, tal como o
sacrifício de bebês era inerente ao culto a Moloch. A diferença da fé dos
primeiros pagãos para com a dos últimos está no objeto adorado. E no caso
presente, temos a chamada comunidade médica ou científica, mas podemos ampliar
o rol de sacerdotes até alcançarmos os intelectuais do controle populacional,
do planejamento familiar, etc. O derramamento de sangue inocente continua sendo a solução para aplacar sofrimentos humanos, tal como no paganismo primitivo. O trono de Moloch, portanto, permanece vivo como a chama de uma fornalha que é alimentada com sangue, com carne viva.
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