Por Thomas Magnum
Introdução
É bem verdade que heresia é um termo empregado e originário da teologia e que trata de tudo que é contrário a ortodoxia cristã.
O conceito de heresia tem sua origem nas Sagradas Escrituras inicialmente como partido ou escolha, facção ou seita, não necessariamente tinha um sentido pejorativo inicialmente, mas no desenvolvimento da própria narrativa neotestamentária temos já uma evolução do conceito para um discurso opositor a doutrina apostólica (Vide segunda epístola de Pedro capítulo 2).
A fé cristã fornece um modo de “ver” o mundo, o que nos ajuda a dar-lhe sentido e agir dentro dele. O cristianismo faz sentido em si mesmo, e ao mesmo tempo dá sentido ao mundo. Ele nos oferece um modo de ver as coisas que ao mesmo tempo reflete e cria a coesão [...] Nosso modo de “ver” as coisas configura nosso comportamento perante elas.
Então ao tratarmos de ideologia como podemos conceituá-la e estabelecer um fio condutor de análise teológico/social do termo e procurar incorporá-lo dentro do espectro de exame de uma teologia filosófica que discirna e viabilize esclarecimento dos possíveis benefícios ou perigos da ideologia? Tratamos então ideologia como um arcabouço construído de ideias que formam uma cosmovisão.
A ideologia tem um fim redentor, o objetivo ideológico é escatológico. E esse ethos angaria canonicidade, tem uma conotação de ideia canônica para que adere o estudo de terminado pensamento o adotando como fonte real da verdade discursada.
Há um sem número de correntes ideológicas que se denominam cristãs, será que de fato o cristianismo comunga com ideologias? A esquerda ou a direita política por exemplo? Será que a correta visão do Estado é a visão de um estado cheio, total? Ou de um Estado vazio, menor?
Essas são perguntas que devem ser respondidas, porque toda ideologia busca estabelecer um trono, busca soberania ideológica.
Minha intenção então é tentar estabelecer uma abordagem à ideologia que a mostre e a compare com a religião ou melhor com a inclinação religiosa para a manutenção do bem ou da vida social, cívica e política. A discussão deve, sem dúvida, ter a teologia como árbitro. Se não utilizarmo-nos de fonte absoluta na regulação da análise, é improvável que consigamos chegar em algum lugar na discussão em pauta.
Esse termo foi empregado algumas vezes no Novo Testamento e tem
uma história complexa ao estudarmos seu fenômeno na história do pensamento cristão ou história da teologia. Ao tratarmos então de ideologia estamos comumente palmilhando no campo das ideias, do conhecimento discorde, do partido optado, da escolha e da escola do discurso.
O Conceito de heresia
O conceito de heresia na patrística vai se desenvolver de forma mais sistemática e combativa, no que se refere ao corpus doutrinário do Novo Testamento. No entanto a questão herética não restrita ao ataque levantado a cristologia e a trindade que requereu a resposta do concílio de Niceia e os principais concílios da igreja em relação à Trindade e a pessoa de Cristo.
uma história complexa ao estudarmos seu fenômeno na história do pensamento cristão ou história da teologia. Ao tratarmos então de ideologia estamos comumente palmilhando no campo das ideias, do conhecimento discorde, do partido optado, da escolha e da escola do discurso.
O Conceito de heresia
O conceito de heresia na patrística vai se desenvolver de forma mais sistemática e combativa, no que se refere ao corpus doutrinário do Novo Testamento. No entanto a questão herética não restrita ao ataque levantado a cristologia e a trindade que requereu a resposta do concílio de Niceia e os principais concílios da igreja em relação à Trindade e a pessoa de Cristo.
Essa oposição é um ofuscamento da importância do cristianismo e do significado que a fé cristã traz a criação.
A fé cristã fornece um modo de “ver” o mundo, o que nos ajuda a dar-lhe sentido e agir dentro dele. O cristianismo faz sentido em si mesmo, e ao mesmo tempo dá sentido ao mundo. Ele nos oferece um modo de ver as coisas que ao mesmo tempo reflete e cria a coesão [...] Nosso modo de “ver” as coisas configura nosso comportamento perante elas.
A teologia cristã tem o objetivo de dizer a verdade sobre o que ela vê – e ela vê o mundo de um modo específico: como a criação de Deus.1
Então quando esse ensino cristão é distorcido chamamos isso de heresia. A questão trata de tudo que for ofensivo ao dogma cristão.
A Ideologia
Então quando esse ensino cristão é distorcido chamamos isso de heresia. A questão trata de tudo que for ofensivo ao dogma cristão.
A Ideologia
Então ao tratarmos de ideologia como podemos conceituá-la e estabelecer um fio condutor de análise teológico/social do termo e procurar incorporá-lo dentro do espectro de exame de uma teologia filosófica que discirna e viabilize esclarecimento dos possíveis benefícios ou perigos da ideologia? Tratamos então ideologia como um arcabouço construído de ideias que formam uma cosmovisão.
A ideologia tem um fim redentor, o objetivo ideológico é escatológico. E esse ethos angaria canonicidade, tem uma conotação de ideia canônica para que adere o estudo de terminado pensamento o adotando como fonte real da verdade discursada.
Há um sem número de correntes ideológicas que se denominam cristãs, será que de fato o cristianismo comunga com ideologias? A esquerda ou a direita política por exemplo? Será que a correta visão do Estado é a visão de um estado cheio, total? Ou de um Estado vazio, menor?
Essas são perguntas que devem ser respondidas, porque toda ideologia busca estabelecer um trono, busca soberania ideológica.
Minha intenção então é tentar estabelecer uma abordagem à ideologia que a mostre e a compare com a religião ou melhor com a inclinação religiosa para a manutenção do bem ou da vida social, cívica e política. A discussão deve, sem dúvida, ter a teologia como árbitro. Se não utilizarmo-nos de fonte absoluta na regulação da análise, é improvável que consigamos chegar em algum lugar na discussão em pauta.
O questionamento de que a teologia não pode ser árbitro de uma ciência política decente é falaciosa, porque se não for a teologia se terá uma outra fonte total de fundamentação que decorre de pressupostos. Logo, a argumentação a partir de um ponto inicial deve ser através da revelação de Deus, porque sem Deus e sua autorrevelação na Bíblia não há possibilidade de estabelecermos um discurso coerentemente decente sobre ordem criacional.
A partida na criação nos mostrará o pensamento político que está engajado em teorizar sobre o interesse público com uma base na realidade estabelecida pelo que existe e não numa “nova criação” ideológica. Portanto, concluo que a visão cristã não se coaduna com ideologia com revelação e a visão de Estado é uma só.
Não é verdade que a visão cristã de Estado se subdivida em um sem-número de interpretações tanto quanto há grupos ou movimentos políticos cristãos. Pelo contrário, essas distinções são fruto da união deletéria entre o cristianismo e os movimentos da nossa época, que são procedentes do espírito desse mundo.
A ideia genuinamente cristã de Estado está arraigada na visão radical das Escrituras acerca da relação entre o reino de Deus em Cristo Jesus e as estruturas sociais temporais nas quais a graça geral ou comum de Deus enfraquece a decadência moral e espiritual causada pelo pecado.2
O discernimento Teológico e Filosófico
O discernimento necessário para o cristão a tudo que se refere a política está na Escritura. As teorizações ideológicas são meras caricaturas da revelação especial de Deus. Mas ainda sobre uma questão conceitual de ideologia podemos dizer que
Ideologia é um discurso que não compreende a realidade, mas motiva os homens a substituir uma realidade que compreenderam mal por outra da qual não vão compreender nada.3
Vejamos que a definição acima dada por Olavo de Carvalho é precisa do que é o cerne da ideologia. Seu núcleo é na verdade uma corrupção da realidade, ou uma má compreensão dela e pior ainda a substituição dessa ideia equivocada da verdade e da realidade por outra pior ainda. Essa substituição é sem sombra de dúvidas é redentora.
O juízo sobre a Ideologia
Diante da conceituação de ideologia percebemos que é uma heresia do cristianismo, isso é claro, a substituição redentiva da realidade por uma proposta substituta para o bem da humanidade é uma corrupção do ensino cristão sobre o que a filosofia reformacional chama de motivo básico cristão – Criação, Queda, Redenção e Consumação.
A expressão famosa de Marx descrita em seu artigo Sobre a Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1844), que a religião é o ópio do povo é uma colocação que deve ser analisada e sublinhada como fato presente dentro do próprio marxismo posterior.
Em seu artigo sobre Marxismo e Religião o sociólogo marxista Michael Löwy defenderá que a fala de Marx é “pré-marxista” ainda era ele discípulo de Feuerbach e
Ainda fazendo uma triagem sobre o pensamento de Marx interpretado por Löwy lemos algo interessante ainda em seu artigo:
Por outro lado, Marx se refere cada tanto ao capitalismo como uma “religião da vida diária” apoiada no fetichismo das mercadorias. Descreve o capitalismo como “um Moloch que exige o mundo inteiro como um sacrifício devido”, e o progresso do capitalismo como um “monstruoso Deus pagão, que só queria beber néctar na caveira da morte”.
Nos diz o historiador e intelectual cristão Alister McGrath:
Não é preciso provar de forma exaustiva que a intenção do marxismo, principalmente através de seu braço ideológico/cultural, com forte desenvolvimento sistemático na escola de Frankfurt conhecido como Marxismo Cultural tem esse propósito ideológico.
Ao examinarmos a história do Dogma, notaremos que o conceito de ortodoxia e heresia era justamente essa ideia defendida por Marx e Engels de que a classe dominante era a ortodoxia e a oprimida a heresia. O que era necessário fazer, então? Revolução. O pensamento revolucionário é uma manifestação herética desse ponto de vista puramente histórico.
Não é verdade que a visão cristã de Estado se subdivida em um sem-número de interpretações tanto quanto há grupos ou movimentos políticos cristãos. Pelo contrário, essas distinções são fruto da união deletéria entre o cristianismo e os movimentos da nossa época, que são procedentes do espírito desse mundo.
A ideia genuinamente cristã de Estado está arraigada na visão radical das Escrituras acerca da relação entre o reino de Deus em Cristo Jesus e as estruturas sociais temporais nas quais a graça geral ou comum de Deus enfraquece a decadência moral e espiritual causada pelo pecado.2
O discernimento Teológico e Filosófico
O discernimento necessário para o cristão a tudo que se refere a política está na Escritura. As teorizações ideológicas são meras caricaturas da revelação especial de Deus. Mas ainda sobre uma questão conceitual de ideologia podemos dizer que
Ideologia é um discurso que não compreende a realidade, mas motiva os homens a substituir uma realidade que compreenderam mal por outra da qual não vão compreender nada.3
Vejamos que a definição acima dada por Olavo de Carvalho é precisa do que é o cerne da ideologia. Seu núcleo é na verdade uma corrupção da realidade, ou uma má compreensão dela e pior ainda a substituição dessa ideia equivocada da verdade e da realidade por outra pior ainda. Essa substituição é sem sombra de dúvidas é redentora.
A exemplo disso temos as ideologizações de correntes de pensamento sócio-político como o socialismo e comunismo e seus desdobramentos como fascismo e comunismo que enaltecem ou entronizam um deus ou um semi-deus. A presença de um profeta que foi o responsável pela difusão e sistematização das ideias e os arautos, os proclamadores ou pregadores da filosofia que é o que temos claramente no trabalho político de pensadores militantes da ideologia citada.
E essa religião, como foi dito distorce a compreensão da realidade a exemplo disso temos
E essa religião, como foi dito distorce a compreensão da realidade a exemplo disso temos
Inspirados pela ideologia do socialismo, os seguidores de Lenin substituíram a sociedade tzarista, da qual tinham uma compreensão falseada, pela monstruosidade incompreensível que foi a sociedade soviética. Inspirados nos falsos diagnósticos sociais de Hitler, os nazistas desmantelaram uma república que não compreendiam e puseram no lugar dela um pesadelo ininteligível. Guiados por pessoas que acham que mito fundador é ideologia, um povo que não compreende a raiz de seus males se prepara, neste país, para produzir males infinitamente maiores que, se vierem a se consumar, talvez já não possam ser compreendidos por nenhuma inteligência humana.4
O juízo sobre a Ideologia
Diante da conceituação de ideologia percebemos que é uma heresia do cristianismo, isso é claro, a substituição redentiva da realidade por uma proposta substituta para o bem da humanidade é uma corrupção do ensino cristão sobre o que a filosofia reformacional chama de motivo básico cristão – Criação, Queda, Redenção e Consumação.
Essa estrutura do plano redentor de Deus nas Escrituras sempre é corrompido pela ideologia, os mecanismos usados por ideólogos terá uma estrutura redentora, caricaturando o cristianismo e estabelecendo seu discurso com fundamentação das bases cristãs, mas, o substituindo por uma outra ideia a respeito da restauração.
A escatologia é o foco da ideologia. Tomemos como exemplo o marxismo que se desdobra num discurso cientificista, mas, apresenta bases religiosas de uma seita.
Como em toda seita, no marxismo, a correção lógica, a rigidez filosófica ou a comprovação dos dados oferecidos são simplesmente dispensáveis. Se houverem, servirão para corroborar suas teses. Se não existirem, mais importante é a manutenção do fervor religioso e do apego emocional àquilo que é mais do que uma corrente de pensamento, mas uma verdadeira expressão religiosa.5
A expressão famosa de Marx descrita em seu artigo Sobre a Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (1844), que a religião é o ópio do povo é uma colocação que deve ser analisada e sublinhada como fato presente dentro do próprio marxismo posterior.
Em seu artigo sobre Marxismo e Religião o sociólogo marxista Michael Löwy defenderá que a fala de Marx é “pré-marxista” ainda era ele discípulo de Feuerbach e
um neo-hegeliano. Sua análise da religião era, por conseguinte, “pré-marxista”, sem referência a classes e a-histórico. Mas tinha uma qualidade dialética, cobiçando o caráter contraditório da “angústia” religiosa: ambas uma legitimação de condições existentes e um protesto contra estas.
Foi só depois, particularmente em A Ideologia Alemã (1846), que o característico estudo marxista da religião como uma realidade social e histórica começou.
Foi só depois, particularmente em A Ideologia Alemã (1846), que o característico estudo marxista da religião como uma realidade social e histórica começou.
O elemento chave deste novo método para a análise da religião é aproximar-se dela como uma das diversas formas de ideologia – ou seja, da produção espiritual de um povo, da produção de idéias, representações e consciência, necessariamente condicionadas pela produção material e as correspondentes relações sociais.
Embora ele esteja acostumado a utilizar o conceito de “reflexo” – o qual conduzirá a várias gerações de marxistas para um beco sem saída – a ideia chave do livro é a necessidade de explicar a gênese e desenvolvimento das distintas formas de consciência (religiosa, ética, filosófica, etc.) pelas relações sociais, “o que significa, é óbvio, que a questão pode ser representada em sua totalidade” (Marx, 1969b: 154, 164). Uma escola “dissidente” da sociologia da cultura marxista (Lukács, Goldmann) estará a favor do conceito dialético de totalidade em lugar da teoria do reflexo.6
Ainda fazendo uma triagem sobre o pensamento de Marx interpretado por Löwy lemos algo interessante ainda em seu artigo:
Apesar de seu pouco interesse pela religião, Marx prestou atenção à relação entre protestantismo e capitalismo. Diversas passagens de O Capital fazem referência à contribuição do protestantismo à acumulação primitiva de capital – por exemplo, por meio do estimulo à expropriação de propriedades da Igreja e campos comunais.
Nos Grundrisse, formula – meio século antes do famoso ensaio de Max Weber! – o seguinte comentário significativo e revelador sobre a íntima associação entre protestantismo e capitalismo: “O culto do dinheiro tem seu ascetismo, sua auto-abnegação, seu auto-sacrifício – a economia e a frugalidade, desprezo pelo mundano, prazeres temporários, efêmeros e fugazes; o correr atrás do eterno tesouro.
Daqui a conexão entre o Puritanismo inglês ou o Protestantismo holandês e o fazer dinheiro” (Marx, 1968: 749-750, Tomo I; 1973: 232; 1960a: 143). A semelhança – não a identidade – com a tese do Weber é surpreendente, mais ainda uma vez que o autor da Ética Protestante não pôde ter lido esta passagem (os Grundrisse foram publicados pela primeira vez em 1940).
Por outro lado, Marx se refere cada tanto ao capitalismo como uma “religião da vida diária” apoiada no fetichismo das mercadorias. Descreve o capitalismo como “um Moloch que exige o mundo inteiro como um sacrifício devido”, e o progresso do capitalismo como um “monstruoso Deus pagão, que só queria beber néctar na caveira da morte”.
Sua crítica à economia política está salpicada de frequentes referências à idolatria: Baal, Moloch, Mammon, Bezerro de Ouro e, é óbvio, o conceito de “fetichismo” por si mesmo. Mas esta linguagem tem mais um significado metafórico que substancial (em termos da sociologia da religião) (Marx, 1960b: 226, Vol. 9 e 488, Vol. 26).
Considerando a última fala do autor nesse trecho “ Mas esta linguagem tem mais um significado metafórico do que substancial”. É válido observar que a crítica de Marx a religião é religiosa, é uma alternativa social, antropológica, teológica.
Considerando a última fala do autor nesse trecho “ Mas esta linguagem tem mais um significado metafórico do que substancial”. É válido observar que a crítica de Marx a religião é religiosa, é uma alternativa social, antropológica, teológica.
O materialismo é uma antítese do transcendental, da espiritualidade e da devoção a divindade, mas, a alternativa dada pelo pensamento marxista é espiritual de igual modo e propõe uma redenção e esta em substituição aos “ídolos” ou ao Deus do cristianismo. Sobre essa questão vejamos ainda o que disse Marx e Engels:
As ideias da classe dominante são, em todas as épocas, as ideias dominantes, ou seja, a classe que é o poder material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, o seu poder espiritual dominante.
A classe que tem à sua disposição os meios para a produção material dispõe assim, ao mesmo tempo, dos meios para a produção espiritual, pelo que lhe estão assim, ao mesmo tempo, submetidas em média as ideias daqueles a quem faltam os meios para a produção espiritual.
As ideias dominantes não são mais do que a expressão ideal [ideel] das relações materiais dominantes, as relações materiais dominantes concebidas como ideais; portanto, das relações que precisamente tornam dominante uma classe, portanto, as ideias do seu domínio7
Nos diz o historiador e intelectual cristão Alister McGrath:
A Origem de uma explicação essencialmente social da heresia pode ser localizada nas origens do marxismo. Karl Marx (1818 – 1883) propôs uma explicação sobre a origem das ideologias (a “produção de ideias, de concepções, de consciência”, uma noção de que poderia hoje ser traduzida por “visão de mundo”) que afirmava que elas eram fundamentalmente expressões de fatores econômicos e sociais.
A ideologia age como a superestrutura de uma civilização ou cultura, uma vez que ela define as convenções e as crenças que compõe as ideias dominantes de uma sociedade. As “ideias reinantes” de determinada época histórica são, desse modo, aquelas da classe dirigente.8
Não é preciso provar de forma exaustiva que a intenção do marxismo, principalmente através de seu braço ideológico/cultural, com forte desenvolvimento sistemático na escola de Frankfurt conhecido como Marxismo Cultural tem esse propósito ideológico.
De subverter poderes culturais reinantes e instaurar uma nova ideologia pautada na luta de classes. Essa questão não pode ser entendida de outra forma.
Religião e Marxismo
Ao examinarmos a história do Dogma, notaremos que o conceito de ortodoxia e heresia era justamente essa ideia defendida por Marx e Engels de que a classe dominante era a ortodoxia e a oprimida a heresia. O que era necessário fazer, então? Revolução. O pensamento revolucionário é uma manifestação herética desse ponto de vista puramente histórico.
Mas não fica somente nesse aspecto da analise herética historicamente pautada em uma sobreposição de poderes culturais, há uma manifestação herética teologicamente falando no marxismo. Como já mencionei anteriormente, a substituição escatológica de uma redenção em Cristo substituída pela utopia comunista irá vislumbrar um novo escaton.
Reconhecendo que o Cristianismo tem dominado o Ocidente “ideologicamente” a revolução deve se dar contra essa cultura cristã ocidental. E isso se dará pela instauração de uma guerra ideológica, sexual, religiosa, econômica e civil.
Portanto, o que teremos para um estabelecimento de uma ideologia marxista? Pela lógica, uma tomada de poder. Uma subversão do adversário, uma aniquilação do inimigo dominante. A questão que deve se ressaltar, é, em primeiro lugar, com quem está a força dominante.
Reconhecendo que o Cristianismo tem dominado o Ocidente “ideologicamente” a revolução deve se dar contra essa cultura cristã ocidental. E isso se dará pela instauração de uma guerra ideológica, sexual, religiosa, econômica e civil.
Portanto, o que teremos para um estabelecimento de uma ideologia marxista? Pela lógica, uma tomada de poder. Uma subversão do adversário, uma aniquilação do inimigo dominante. A questão que deve se ressaltar, é, em primeiro lugar, com quem está a força dominante.
Segundo, essa força deve ser tomada para que se domine. Terceiro, a substituição ideológica deve ser implantada e isso se dará também com a utilização (stricto senso, utilitarismo), instrumentalização da religião instaurando uma nova perspectiva escatológica da ideologia que se vale a afeição religiosa.
Posta essa questão, defendo que a ideologia marxista é uma heresia, não apenas do ponto de vista sociológico de tomada do poder, mas, também, no âmbito teológico, quebrando o segundo mandamento do decálogo “não terás outros deuses além de mim” (Êx 20.2) e também quebra do sétimo, oitavo, nono e décimo mandamento do decálogo. Ao se defender uma ideologia que vai contra o motivo básico da Escritura de criação, queda, redenção e consumação, temos uma distorção e uma alteração da religião da Bíblia.
A quebra do sétimo mandamento está em adulterar a mensagem da verdade sobre o homem e seu relacionamento com Deus e com seu próximo.A quebra do oitavo mandamento está em furtar a verdade sobre a realidade descrita na Palavra de Deus subvertendo-a por uma “nova revelação” na ideologia marxista.
A quebra do nono mandamento está em mentir sobre a finalidade da redenção em Cristo. Toda heresia é quebra desse mandamento e a quebra do décimo mandamento está em uma defesa do comunismo e do pensamento totalitário, invasão de esferas que são soberanas em si mesmas. No décimo mandamento temos a propriedade privada como instituída pela boca de Deus.
Conclusão
Minhas considerações sobre esse tema estão numa abordagem teológica. Essa linha de análise se vale da revelação de Deus e que Yhaweh é o único Deus e nenhuma ideologia pode substituir sua revelação. Se qualquer ideólogo sobrepor a ideologia em detrimento da revelação de Deus, é idolatria. E toda idolatria é heresia.
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te."
2 Timóteo 3.1-5
2Dooyeweerd, Herman. Estado e Soberania. 2014, p.43.
3Carvalho, Olavo.
4Ibidem.
5Blanco, Fabio.
6Löwy, Michael. Marxismo e religião: ópio do povo?. http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/campus/marxispt/cap. 11.doc
7Marx Karl; Engels Friederich. A Ideologia Alemã: Teses sobre Feuerbach. 1984, p.56.
8MacGrath, Alister. Heresia, Uma História em Defesa da Verdade. 2014, Ed. Hagnos | Luz e Vida, p.245.
Phonte: Teologia Brasileira
Minhas considerações sobre esse tema estão numa abordagem teológica. Essa linha de análise se vale da revelação de Deus e que Yhaweh é o único Deus e nenhuma ideologia pode substituir sua revelação. Se qualquer ideólogo sobrepor a ideologia em detrimento da revelação de Deus, é idolatria. E toda idolatria é heresia.
"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te."
2 Timóteo 3.1-5
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1McGrath, Alister. Heresia, Uma História em Defesa da Verdade. 2014, Ed. Hagnos | Luz e Vida, p.28.2Dooyeweerd, Herman. Estado e Soberania. 2014, p.43.
3Carvalho, Olavo.
4Ibidem.
5Blanco, Fabio.
6Löwy, Michael. Marxismo e religião: ópio do povo?. http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/campus/marxispt/cap. 11.doc
7Marx Karl; Engels Friederich. A Ideologia Alemã: Teses sobre Feuerbach. 1984, p.56.
8MacGrath, Alister. Heresia, Uma História em Defesa da Verdade. 2014, Ed. Hagnos | Luz e Vida, p.245.
Phonte: Teologia Brasileira
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