Infelizmente, esse tipo de canalhice não é nova. Pelo contrário. É uma coisa comum, acontece o tempo todo. Se você entrar em páginas feministas no Facebook ou em blog verá uma porção de posts relacionando estupro e impeachment, apenas pelo fato de Dilma ser uma mulher. A comparação, no entanto, não poderia ser mais desprezível.
O estupro é, na realidade, fruto de um desejo que não é apenas sexual, mas psicológico. O estupro tem mais a ver com poder, com dominação, com humilhação psicológica e até mesmo com o fato de a vítima ter dor. É um ato injustificável e imperdoável sob qualquer aspecto, provavelmente o crime mais hediondo que existe e o que deveria ser mais severamente punido. Um impeachment, no entanto, é apenas uma medida constitucional para um sistema político, e nada além disso.
Ainda que o impeachment de Dilma fosse injusto - e com certeza ele não é, e ainda que não houvesse nenhuma razão técnica para tirá-la do poder, mesmo assim o caso não passaria de uma pequena injustiça se comparado ao estupro. Perder um cargo de presidência pode até ser ruim, e pode até ser muito ruim se isso ocorre de maneira injusta - o que, repito, não é o caso com Dilma.
No entanto, o estupro é completamente diferente. A vítima de abuso sexual violento jamais se recupera totalmente, ela nunca mais é a mesma pessoa de antes do abuso. Uma pessoa estuprada sente nojo, vergonha, muitas vezes fica traumatizada para o resto da vida. É uma humilhação física e emocional terrível, e isso sem mencionar os efeitos nefastos que o ato pode gerar não só para a vítima, mas para toda a família.
O estupro é um crime desumano, é um crime contra a civilização, trata-se de algo que deve ser tratado com o mais absoluto repúdio. Comparar um crime tão nefasto com qualquer banalidade política é absurdo, imoral e injustificável. Quem faz isso está banalizando completamente o estupro e desrespeitando as vítimas reais de abuso para finalidades políticas.
O estupro é um crime desumano, é um crime contra a civilização, trata-se de algo que deve ser tratado com o mais absoluto repúdio. Comparar um crime tão nefasto com qualquer banalidade política é absurdo, imoral e injustificável. Quem faz isso está banalizando completamente o estupro e desrespeitando as vítimas reais de abuso para finalidades políticas.
Márcia Tiburi
Phonte: Modo Espartano
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