Eu não. Vou refletir.
A festa das bruxas nunca me atraiu. Independente dos fartos motivos repetidamente argumentados por cristãos, sempre achei a festa pura perda de tempo, de gosto questionável. Portanto, nada de dar IBOPE para bruxas e vampiros. Em nome de Jesus, não. Definitivamente não tenho a menor atração pelo Halloween com suas travessuras ou gostosuras. Só quero paz, calma e reflexão.
Na minha reflexão quero agradecer.
O suor, as lágrimas, a crítica, as lutas e a perseverança daqueles que lutaram por nós. Sim, por nós. Muitos, nem se dão conta. Mal agradecidos que são, cospem no prato das gerações
passadas. Tratam a igreja com total descaso. Fazem vista grossa para suas vergonhas e humilhações. Roubam dinheiro através da exploração da boa fé.
Ridicularizam o altar com adultérios, fornicações, aberrações, idolatrias. Manipulam emoções. Fabricam doutrinas que se acomodam ao seu particular figurino. Colocam na boca de Deus palavras que Ele não disse. Inventam ritos litúrgicos repletos de mandingas. Chamam ao errado, certo, e ao amargo, doce. Enfim, são muitos mal agradecidos que não servem a igreja, antes, servem-se dela.
Quero agradecer a Lutero e todo o time de reformadores que, ao não suportarem mais o insuportável, protagonizaram o evento que mudou a face do mundo, a Reforma Protestante. Quantas reformas são necessárias para se formar um cristão? Difícil responder.
Talvez o lema da igreja reformada lance alguma luz: Igreja reformada sempre reformando. Existe neste lema a atitude da não conformação sabiamente incentivada por Paulo: Não vos conformeis com este século.
Desde quando degustei a biografia de Lutero e me aventurei nas Institutas de Calvino, fui desafiado a não me conformar, a olhar cada fato por todos os ângulos possíveis, a acreditar questionando, a ter uma visão crítica. Mas não só. Pois apenas teoria, por melhor elaborada que seja, nos deixa com o gosto do incompleto.
Os reformadores me desafiaram a agir, a se posicionar, a pregar, a denunciar, a perseverar. Muitos movimentos começaram e enfraqueceram, terminaram ou se mantiveram pela força das leis de uma cultura e estado. A reforma não, ela avançou por países no mundo todo, influenciando culturas, sistemas e povos.
Essencialmente, a reforma foi um movimento bíblico. No centro do púlpito estava quem tinha de estar: a Palavra de Deus. Está na hora de se retirar do centro dos nossos cultos tudo aquilo que não seja Palavra de Deus. Afinal, o quarto evangelho define a Cristo como o verbo que se fez carne. O mistério da encarnação só é entendido em submissão a Palavra, pois ela, a Palavra, é viva, eficaz e penetrante, capaz de se encarnar em nós. Assim deve ser porque, para qualquer habitante do mundo, a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.
É lamentável. Muitas igrejas, ano após ano, dedicam esforços para explicar as origens do Halloween, que é do diabo, que demônios dominam as crianças, que… Ok, tudo certo, mas será que é só isso? Será que bruxas, culturas que oferecem festas contaminadas e demônios merecem tanta atenção? Observou o final da última pergunta? Eu escrevi tanta, tanta atenção, entendeu?
Ou seja, evidente que o alerta é necessário e prudente, mas entendo que a Reforma Protestante merece espaço mais nobre e bem mais amplo. Afinal, como bem afirmou Lutero em sua poesia: Se nos quisessem devorar demônios não contados, não nos podiam assustar, nem somos derrotados. O grande acusador dos servos do Senhor, já condenado está, vencido cairá por uma só palavra.
Paz!
Autor: Pr. Edmilson Mendes
Divulgação: estudosgospel.com.br
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