Recebido como celebridade entre juízes e desembargadores de Santa Catarina, o juiz federal Sérgio Moro palestrou nesta sexta-feira durante o Congresso Estadual de Magistrados, em Itapema. Tirou fotos, conversou com os participantes e deu até autógrafos.
O painel não foi muito longo. Por cerca de 20 minutos, Moro falou sobre a corrupção no Brasil e o papel do Judiciário no cenário atual. Depois respondeu perguntas do público, criticou a morosidade dos processos e disse que o Judiciário não conseguirá mudar o país sozinho.
Ovacionado por mais de 200 magistrados presentes, Moro iniciou a palestra relembrando o período da ditadura e do descontrole inflacionário no país – fases que, segundo ele, chegaram a ser vistas como algo natural por quem viveu naquelas épocas.
Em seguida, as comparou com a situação atual:
— Esse caso (a Lava-Jato) revela indícios de algo que muitos de nós cogitávamos que era a realidade neste país e talvez seja. E é uma realidade preocupante, um quadro de corrupção sistêmica e que não podemos ter como natural. Há indícios, neste caso, de pagamentos sistemáticos de propina à administração pública — afirma.
O juiz relembrou que muitas testemunhas ouvidas sequer sabiam explicar o motivo das propinas pagas e que a resposta era assustadora: “essa era a regra do jogo”. De acordo com Moro, existia uma norma de que em todo contrato com a Petrobras havia pagamento de propina e isso não era restrito à estatal, mas estava espalhado pela administração pública brasileira:
— Esse quadro, se for verdadeiro, representa aquela naturalização do problema. São fatos que nos deixam assustados.
— Esse caso (a Lava-Jato) revela indícios de algo que muitos de nós cogitávamos que era a realidade neste país e talvez seja. E é uma realidade preocupante, um quadro de corrupção sistêmica e que não podemos ter como natural. Há indícios, neste caso, de pagamentos sistemáticos de propina à administração pública — afirma.
O juiz relembrou que muitas testemunhas ouvidas sequer sabiam explicar o motivo das propinas pagas e que a resposta era assustadora: “essa era a regra do jogo”. De acordo com Moro, existia uma norma de que em todo contrato com a Petrobras havia pagamento de propina e isso não era restrito à estatal, mas estava espalhado pela administração pública brasileira:
— Esse quadro, se for verdadeiro, representa aquela naturalização do problema. São fatos que nos deixam assustados.
Em seguida falou sobre a responsabilização de crimes do colarinho branco e sobre a baixa efetividade do sistema penal, que faz com que casos como a Lava-Jato se tornem apenas exceções.
Segundo o magistrado, mesmo com toda exposição do problema o Congresso e o Executivo não apresentaram propostas para melhorar o quadro atual.
Segundo o magistrado, mesmo com toda exposição do problema o Congresso e o Executivo não apresentaram propostas para melhorar o quadro atual.
Phonte: Folha Edition
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