Unico SENHOR E SALVADOR

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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Avaliando o Sucesso


Ao avaliar os primeiros vinte anos como rei, alguém poderia facilmente afirmar que Salomão foi incrivelmente bem-sucedido. Salomão estava no momento da vida em que ele precisava direcionar sua mentalidade de sucesso para uma de significância, a fim de evitar que suas conquistas acabassem em fracassos. 

Se alguém deseja uma imagem do “sucesso de acordo com o que vem de cima”, da grandeza do ponto de vista de Deus, não espere pelo retumbar das bandas de Broadway; ao invés disso, escute o retinir da água pingando em uma bacia, enquanto Deus encarna em uma humildade que faz os anjos segurarem suas respirações, limpando os pés dos Seus discípulos indignos.
Alcançando sucesso

Os capítulos 9-11 de 1Reis detalham os anos finais da vida de Salomão e recontam a sua apostasia. No capítulo 9, Deus emitiu tanto uma promessa quanto uma advertência em relação à adoração (especialmente na questão do Templo). 

As pessoas foram lembradas que a construção em si (do Templo) não era uma mera garantia da bênção de Deus. Mesmo hoje o povo de Deus pode ser tentado a confiar em empreendimentos anteriores ou indicadores externos de sucesso, em vez de buscar implacavelmente o “chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (cf. Fp 3.12-14).

Conforme os dois livros de Reis revelam o progresso do povo de Deus ao longo do período da monarquia, fica evidente que Israel confiava mais nas aparências externas de religiosidade do que agradar a Deus por meio da transformação interior (cf. Lv 20.26; Rm 12.1-2; 1Pe 1.13-16). 

Receber imensos privilégios espirituais pode às vezes levar a pessoa a pensar que é imune à disciplina de Deus. 1Reis nos lembra que grandes privilégios sempre aumentam as responsabilidades, ao invés de diminuí-las.

Quando ele terminou de construir o Templo e o seu próprio palácio, Salomão realizou tudo o que desejava. Naquele momento, o Senhor lhe apareceu novamente (1Rs 9.1-2); embora, essa ocasião foi diferente pois Deus não perguntou à Salomão o que ele desejava (cf. 3.5). Deus avisou ao rei o que aconteceria caso ele não medisse o sucesso por aquilo que Deus queria dele (9.3-9). 

O restante de 1Reis irá recontar a história do povo de Deus até um ponto onde a promessa de Deus seria intensivamente relevante (cf. Dt 28.36-37,58-68; Js 23.15-16).

Semelhante a todos os líderes de Deus, a Salomão foi concedida uma escolha; isso queria dizer que suas responsabilidades eram significativas, especialmente porque o reino podia colher os benefícios tanto da independência política quanto da independência econômica.

 Apesar disso, como Jesus disse: “A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48). Por essa razão, o escritor de 1Reis (9.10-10.29) aborda a habilidade de Salomão de governar o povo de Deus.

Salomão investiu muito para financiar e manter seu projeto de construção. Para compensar a sua enorme dívida “o rei Salomão deu vinte cidades da Galileia a Hirão” (9.11). As cidades eram evidentemente parte da herança de Aser (cf. Js 19.24-31), o que significava que Salomão estava entregando a Terra Prometida.

Salomão investiu bastante na proteção militar ao construir uma rede de cidades fortificadas na região. Entretanto, os projetos não foram sem custos, porque grandes finanças e recursos humanos foram necessários. 

As cidades foram construídas com trabalho forçado (1Rs 9.15,20-22; cf. 4.6). Moisés e Samuel alertaram o povo que um rei cobraria impostos deles excessivamente, além de exigir o seu trabalho para benefício próprio e, iria, no geral, enriquecer o reino à custa dos outros (Dt 17.16-17; 1Sm 8.11-17). O reino de Salomão foi poderoso, mas suas ambições pessoais foram esmagadoras para o povo, e acabariam levando à uma rebelião.

1Reis 9.1 afirma que quando o Rei Salomão terminou de construir o Templo e o palácio real, tudo o que ele “tinha desejado e designara fazer” estava realizado. Salomão começou seus projetos de construção no quarto ano do seu reino (6.1), e ele levou vinte anos para construir os “dois edifícios” (9.10). 

Se ele subiu ao trono com aproximadamente vinte anos de idade, então ele estava em seus quarenta quando acabou de construir tudo o que “tinha desejado e designara fazer”. Ele estava um pouco além da metade do seu reinado de quarenta anos (11.42).
Atingindo um significado

O Rei Salomão estava vivendo os melhores anos de sua vida, conforme ele andava experimentando o auge dos seus dias, tanto como homem quanto como rei. Ao chegar à metade do seu reinado de quarenta anos, Salomão aproveitou a invejável e única situação de ter feito tudo que “tinha desejado e designara fazer”. 

Com quarenta e quatro anos, Salomão foi favorecido e especialmente abençoado por ser o responsável pela “era de ouro” de Israel. A História coloca Salomão como um dos reis de mais sucesso desta nação.

Pouco depois da metade do seu reinado, a vida de Salomão parecia – segundo todos os padrões – ser extremamente bem-sucedida. No entanto, ele nunca emergiu do sucesso para a significância.

A segunda metade da vida de Salomão não foi de sucesso. Seu reinado foi marcante mas completamente superficial. Salomão falhou como rei porque ele fez compromissos com os padrões de Deus, que resultaram em consequências devastadoras e duradouras.

A vida de Salomão demonstrou diversas verdades. Primeira: sucesso tem o potencial inerente de se tornar viciante. Salomão acumulou uma grande fama e riqueza, mesmo assim faltava-lhe um objetivo ou propósito que o movesse e uma estratégia para o futuro. Seu estilo de vida se tornou excessivamente um de autosserviço.

Segunda: sucesso pode se tornar enganoso porque pode obscurecer o seu verdadeiro ser e circunstância. Toda a riqueza que cercava Salomão obscurecia o fato de que o seu coração estava se afastando de Deus.

Perto do fim de sua vida, Salomão escreveu que uma vida sem o foco em Deus é uma vida sem sentido e propósito. “Vaidade de vaidades”, ele observou; tudo é totalmente fútil sem o Senhor Deus (Ec 1.2). Um grande acúmulo de “coisas” não pode substituir um relacionamento com Deus.

Terceira: sucesso pode se tornar ilusório. Certamente ninguém que terminou de ler 1Reis 10 iria imaginar que todo o resplandecente sucesso desapareceria em poucos anos, no entanto foi exatamente o que aconteceu.

Avaliar nossas vidas quando chegamos em sua metade é especialmente urgente quando experimentamos tremendo sucesso. Lógico que não podemos nos gloriar do dia de amanhã, porque não sabemos o que trará à luz (Pv 27.1). Portanto, nós devemos viver cada dia prudentemente. Escolhas feitas no presente determinam se poderemos dizer: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4.7); e, também vão determinar se nós escutaremos o Senhor dizendo: “Muito bem, servo bom e fiel!” (Mt 25.21).

O decreto eterno de Deus sempre foi o de chamar um povo – consagrado e separado – para si do mundo, e que esse povo eleito viveria suas vidas terrenas como santos (“os únicos”) – consagrados e separados – Nele. Para isso, uma primeira razão para a “pressão” (“tribulação”) exercida sobre os cristãos é para produzir perseverança (resistência), conforme o cristão é dependente do Senhor Deus (Rm 5.3-11). À medida que o “caráter comprovado” se torna evidente na vida cristã, a confiança em Deus se intensifica, e essa esperança “não decepciona” (v.4-5).

O padrão do Rei Davi não é a perfeição, mas o pecado que é confessado; e quando é, há arrependimento e o errado feito certo.

Sucesso aparente pode diminuir o que realmente vai resistir, se não medirmos nossas vidas pelos padrões de Deus. Sucesso autêntico só pode ser determinado ao longo de grandes períodos de tempo. Genuíno sucesso é medido exclusivamente pela perseverança; nesse sentido, a vida de um cristão não é uma arrancada, mas sim uma maratona. A aspiração e o objetivo na vida devem ser de persistir no alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.10-14).

Salomão é um dos principais exemplos de que a nossa maior ameaça pode ser nós mesmos. O sucesso de Salomão aconteceu mais rápida e extensivamente que de qualquer outro em sua geração. Quando Salomão estava experimentando o auge de seu reinado, seus contemporâneos certamente imaginaram que seu reino duraria mil anos. Mesmo assim o rei se afastou de Deus, e sua autoindulgência continuou produzindo resultados vergonhosos, até ele reconhecer a “vaidade de vaidades” resultante de suas próprias ações (Ec 1.2).

Salomão nunca encontrou um inimigo no campo de batalha, mesmo assim perdeu a maior de todas as batalhas: a batalha com si mesmo. As decisões de Salomão infligiram angústia duradoura sobre o seu reino, e no final, seu legado foi de sofrimento para os que o serviam. Pelas suas próprias ações e qualidades, Salomão demonstrou que um grande intelecto não substitui um coração obediente (cf Ec 12.13-14).

Você e eu também somos vulneráveis da mesma maneira que o Rei Salomão. Nós seríamos intensamente arrogantes e tolos se imaginássemos que de alguma maneira somos impenetráveis às influências que culminaram na queda de Salomão. 1Reis 1-11 é divinamente destinado e revelado para nos estimular a examinar quaisquer que sejam as grandes tentações que existem em nossas vidas e, assim, obrigar-nos a depender de Deus para nossa perseverança (cf. 1Co 10.11-13).

O Rei Davi estabeleceu um padrão de obediência (por exemplo Sl 32.51). Os pecados de Davi são falhas gritantes na sua vida de servo fiel. Quando o profeta Natã repreendeu Davi, o rei se arrependeu e viveu sua vida de forma agradável perante Deus, conforme ele compreendia a bênção do perdão e confiava no Senhor. O padrão do Rei Davi não é a perfeição, mas o pecado que é confessado; e quando é, há arrependimento e o errado feito certo. 

A graça de Deus nunca deve ser considerada uma oportunidade para o pecado, porque persistir na desobediência desloca a longanimidade de Deus (cf. Rm 6.1-4; 1Pe 4;17). Cristãos não são perfeitos, mas vamos orar para que quando estamos conscientes do nosso pecado, nos arrependeremos e terminaremos bem a obra que Deus nos confiou. 

 Ron J. Bigalke

Phonte: A Chamada

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