Após ter sua decisão mal interpretada, Waldemar Cláudio de Carvalho chegou a ser chamado de 'juiz da cura gay' pela grande mídia.
A decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho acabou sendo divulgada pela grande mídia como a 'liberação da cura gay'.
Após a militância LGBT e artistas / apresentadores globais voltarem a colocar em alta o famigerado termo "cura gay" em razão de uma decisão judicial recente, diversos sites e páginas do Facebook (como o próprio Portal Guiame) expuseram o equívoco evidente em classificar que o direito de psicólogos atenderem homossexuais egodistônicos (insatisfeitos com sua orientação sexual) implique em tratar a homossexualidade como doença.
Na última quinta-feira (21), o próprio juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal - responsável pela decisão que gerou tanta polêmica - se pronunciou e destacou que de fato, o uso do termo "cura gay" para caracterizar seu posicionamento é uma distorção da realidade.
Waldemar afirmou que houve uma ‘interpretação e a propagação equivocada’ sobre sua decisão.
"Em nenhum momento este magistrado considerou ser a homossexualidade uma doença ou qualquer tipo de transtorno psíquico passível de tratamento", disse.
O juiz também destacou que tem recusado a convites de meios de comunicação e programas de TV para falar sobre o assunto, porque "vedado ao Magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento (art. 36, III, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional)".
A decisão foi divulgada após a apresentação de uma ação apresentada por 30 psicólogos, que citaram os casos das profissionais Rozangela Alves Justino e Marisa Lobo - que foram criticadas e perseguidas por atenderem homossexuais egodistônicos. Segundo a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), este tipo de atendimento não é permitido.
O Conselho criticou decisão liminar, alegando que ela 'abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual'.
“A ação foi movida por um grupo de psicólogas (os) defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico”, afirmou o Conselho. “As terapias de reversão sexual não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico”.
Confira abaixo, a nota do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho
Nota da 14ª Vara Federal sobre o processo n. 1011189-79.2017.4.01.3400
Considerando a interpretação e a propagação equivocada acerca da decisão proferida por este Magistrado nos autos do Processo n. 1011189-79.2017.4.01.3400;
Considerando que em nenhum momento este Magistrado considerou ser a homossexualidade uma doença ou qualquer tipo de transtorno psíquico passível de tratamento;
Considerando ser vedado ao Magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento (art. 36, III, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional);
Considerando existir meio processual adequado à disposição das partes para pedir o esclarecimento de eventuais obscuridades ou contradições em qualquer decisão judicial (art. 1.022, I, do novo Código de Processo Civil);
Este Magistrado vem a público declinar dos convites a ele formulados por diversos meios de comunicação no intuito de debater ou esclarecer seu posicionamento acerca da questão. Espera-se a compreensão do público em geral, em especial daqueles que não tiveram a oportunidade de ler, em sua integralidade, a referida decisão, que se encontra disponível no sítio do TRF1
(http://portal.trf1.jus.br/sjdf/), em Notícias.
Cordialmente,
Brasília-DF, 21 de setembro de 2017.
Waldemar Cláudio De Carvalho
Juiz Federal da 14ª Vara do DF
Na última quinta-feira (21), o próprio juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal - responsável pela decisão que gerou tanta polêmica - se pronunciou e destacou que de fato, o uso do termo "cura gay" para caracterizar seu posicionamento é uma distorção da realidade.
Waldemar afirmou que houve uma ‘interpretação e a propagação equivocada’ sobre sua decisão.
"Em nenhum momento este magistrado considerou ser a homossexualidade uma doença ou qualquer tipo de transtorno psíquico passível de tratamento", disse.
O juiz também destacou que tem recusado a convites de meios de comunicação e programas de TV para falar sobre o assunto, porque "vedado ao Magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento (art. 36, III, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional)".
A decisão foi divulgada após a apresentação de uma ação apresentada por 30 psicólogos, que citaram os casos das profissionais Rozangela Alves Justino e Marisa Lobo - que foram criticadas e perseguidas por atenderem homossexuais egodistônicos. Segundo a Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), este tipo de atendimento não é permitido.
O Conselho criticou decisão liminar, alegando que ela 'abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de reversão sexual'.
“A ação foi movida por um grupo de psicólogas (os) defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico”, afirmou o Conselho. “As terapias de reversão sexual não têm resolutividade, como apontam estudos feitos pelas comunidades científicas nacional e internacional, além de provocarem sequelas e agravos ao sofrimento psíquico”.
Confira abaixo, a nota do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho
Nota da 14ª Vara Federal sobre o processo n. 1011189-79.2017.4.01.3400
Considerando a interpretação e a propagação equivocada acerca da decisão proferida por este Magistrado nos autos do Processo n. 1011189-79.2017.4.01.3400;
Considerando que em nenhum momento este Magistrado considerou ser a homossexualidade uma doença ou qualquer tipo de transtorno psíquico passível de tratamento;
Considerando ser vedado ao Magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento (art. 36, III, da Lei Orgânica da Magistratura Nacional);
Considerando existir meio processual adequado à disposição das partes para pedir o esclarecimento de eventuais obscuridades ou contradições em qualquer decisão judicial (art. 1.022, I, do novo Código de Processo Civil);
Este Magistrado vem a público declinar dos convites a ele formulados por diversos meios de comunicação no intuito de debater ou esclarecer seu posicionamento acerca da questão. Espera-se a compreensão do público em geral, em especial daqueles que não tiveram a oportunidade de ler, em sua integralidade, a referida decisão, que se encontra disponível no sítio do TRF1
(http://portal.trf1.jus.br/sjdf/), em Notícias.
Cordialmente,
Brasília-DF, 21 de setembro de 2017.
Waldemar Cláudio De Carvalho
Juiz Federal da 14ª Vara do DF
Phonte: Guia-me
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