Na manhã de 7 de março, o pastor Taufik Hilal, da igreja Esperança de Israel, participou do tradicional culto de oração da bancada evangélica num dos auditórios da Câmara dos Deputados. Ele entoou louvores, tocou o shofar, instrumento feito com chifre de carneiro e fez orações.
Horas mais tarde visitou o gabinete de Jair Bolsonaro, deputado federal do Rio de Janeiro, que lançaria naquela noite sua pré-candidatura à Presidência da República. Após explicar para o político que desejava ungi-lo, afirmou: “todo aquele que vai preparar alguma coisa por Deus recebe uma unção”.
Bolsonaro concordou e participou do momento de intercessão. Taufik tocou então o shofar e afirmou que estava anunciando no reino espiritual a vitória do capitão reformado.
Naquela altura, as pesquisas ainda colocavam o ex-presidente Lula em primeiro lugar na corrida eleitoral que nem havia começado ainda. Sete meses depois, Taufik conta ao Gospel Prime que sua iniciativa é resultado de muitos anos de intercessão pelo país.
“Havia muitos anos que o Espírito de Deus já nos revelava que alguém seria levantado por Deus para a redenção e resgate da nossa nação. Perseveramos em intercessão até que percebemos que Jair Bolsonaro estava sendo preparado pelo Senhor para esta finalidade”, assegura.
O líder evangélico já acompanhava a atuação do parlamentar e sentiu o desejo de conhecê-lo pessoalmente. Isso só ocorreu naquele 7 de março. “Havia a necessidade de uma unção específica […] No dia anterior, o Senhor Jesus trouxe ao meu coração a ordem para que levasse comigo o óleo de unção específico, vindo de Israel e o shofar (a trombeta bíblica) e que eu teria a oportunidade de ungir o futuro Presidente do Brasil”, relata.
Taufik explica que precisou aguardar muito tempo na porta do gabinete, até ser recebido. “Ninguém havia sido informado do procedimento ao qual eu estava prestes a realizar, nem o próprio Bolsonaro. Com humildade e resignação, ele não apenas submeteu-se àquele ato de fé, como também creu naquele ato profético com emoção”, garante.
Naquela altura era impossível prever o que aconteceria ao longa da campanha. Muitos analistas políticos apostavam que Bolsonaro tinha um “teto” de aproximadamente 20% dos votos e sua vitória, considerado o tamanho do partido e a falta de alianças, era altamente improvável.
O pastor confessa que manteve a fé que havia cumprido um propósito divino, embora convivia com “as incertezas” do processo eleitoral quando a mídia mantinha a narrativa que a maior probabilidade era a vitória de Lula ou alguém indicado por ele. Curiosamente, o ex-presidente foi preso em 7 de abril, exatamente um mês após Bolsonaro ser ungido por Taufik.
Pequeninho como Davi
O líder do ministério Esperança de Israel, com sede no Distrito Federal, explica que no momento em que ungiu o então pré-candidato do PSL o via como um “Davi” e por isso reproduziu o ato do profeta Samuel, apontando um novo rei que demoraria para ser reconhecido.
“No Livro de 2 Samuel, capítulo 23, é mostrado o desejo e a satisfação de Deus pelo governo do justo. O próprio Davi afirma que quando um justo governa no temor de Deus, será como a luz da manhã ao sair do sol de uma manhã sem nuvens”, lembra.
Para Taufik, existem paralelos entre a história do rei bíblico e Bolsonaro. “Davi era humilde, sem dinheiro, mas valente e destemido. Ninguém acreditava que os ‘gigantes’ desta nação pudessem ser vencidos, como o sistema Globo de televisão e o sistema montado nos anos do PT”, compara.
Duzentos e trinta e seis dias depois do que Taufik Hilal chama de “ato profético”, os brasileiros vão às urnas e todas as pesquisas indicam que o peselista sairá vitorioso. Sua campanha foi franciscana, mantida principalmente com o uso das redes sociais. No meio do caminho o candidato sofreu um atentado à faca e correu risco de morte. Ao longo de todo esse processo, manteve a fé, continuou intercedendo e conta que também pediu votos para Bolsonaro.
“Tenho a convicção de que cumpri as determinações do Deus Altíssimo”, encerra
Assista:
Phonte: Gospel Prime
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