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sábado, 22 de dezembro de 2018

Epidemia silenciosa de meninas cristãs raptadas no Egito


Lela Gilbert

A comunidade cristã do Egito enfrenta perigos que a maioria dos outros egípcios não precisa temer. Ameaças de violência durante os cultos das igrejas, ataques a ônibus cheios de inocentes peregrinos e seus filhos e assaltos a estabelecimentos cristãos bem-sucedidos acontecem com muita frequência.

Mas apenas ocasionalmente aparecem na mídia ocidental.
Enquanto isso, sequestros em massa, como os sequestros do Boko Haram na Nigéria, são amplamente divulgados. Até mesmo relatos de sequestros de meninas cristãs paquistanesas têm sido publicados de tempos em tempos.

No entanto, um pesadelo que está em andamento no Egito tem passado praticamente despercebido por anos. Vítimas ficam em silêncio. As autoridades fecham os olhos e os sequestros de motivação religiosa são extremamente difíceis de documentar.

Mas a verdade é que as mulheres cristãs no Egito enfrentam uma epidemia de sequestros, estupros, espancamentos e tortura. Inúmeras meninas e mulheres desaparecem para nunca mais serem vistas, e mesmo que sejam de alguma forma resgatadas, suas histórias são consideradas tão vergonhosas que ficam escondidas como segredos obscuros da família. 

Enquanto isso, os médicos notam silenciosamente os danos internos e “restauram a virgindade” a adolescentes e moças de vinte e poucos anos estupradas. Os padres tentam proteger a reputação da família quando as meninas retornam.

Enquanto isso, as sobreviventes devastadas nunca serão as mesmas.

Os ataques variam — alguns acontecem aleatoriamente, quando uma menina vulnerável é flagrada andando sozinha na calçada. Outros são conspirados por consórcios islâmicos, que pagam aos sequestradores US$ 3.000 por menina. Os agressores estupram as vítimas, mantêm-nas em cativeiro e exigem que as moças apavoradas se convertam ao islamismo — muitas vezes violentamente abusando delas até se renderem.

Esses crimes são particularmente comuns em aldeias fora das principais cidades do Egito, onde bandidos radicalizados agem com impunidade, às vezes formando multidões enfurecidas e deixando para trás um rastro de sangue, cinzas e pessoas destruídas.

O World Watch Monitor, uma publicação cristã internacional, entrevistou um homem que já foi um sequestrador. Ele explicou: “Um grupo de sequestradores se reúne em uma mesquita para discutir possíveis vítimas. Eles ficam de olho nas casas dos cristãos e monitoram tudo o que está acontecendo. Com base nisso, eles tecem uma teia de aranha ao redor [das meninas].”

Logo que uma vítima é entregue a uma organização islâmica radical, ele explicou, o preço dela, pago aos sequestradores, é muito dinheiro num país sem dinheiro como o Egito. Os sequestradores estão felizes com sua parte do saque. Contudo, seus operadores islâmicos radicais têm um objetivo “mais elevado”: fortalecer o islamismo e enfraquecer o Cristianismo.

As táticas variam. Algumas das adolescentes são lisonjeadas e namoradas por seus captores. Uma jovem de olhos brilhantes se apaixona e fica encantada quando seu amante misterioso, que promete se converter ao Cristianismo — se ela fugir com ele. Muitas vezes quando ela foge, nunca mais se ouve falar dela de novo.

Outras mulheres jovens são sequestradas na rua.

Uma adolescente egípcia — vamos chamá-la de “Samia” — cresceu em um lar copta. Sua mãe era devota; seu pai era violento quando bêbado.

Samia decidiu fugir, determinada a deixar sua pequena aldeia em Minya e encontrar uma nova vida em Alexandria. Ela chegou ao seu destino, mas enquanto caminhava por uma rua desconhecida da cidade, um carro encostou, dois jovens agarraram-na e arrastaram-na para o banco de trás. Quatro homens brutais depois revezaram-se estuprando-a enquanto zombava da pequena cruz tatuada em seu pulso.

Samia corajosamente escapou e voltou para casa. Até então, ela havia sido espancada. A cruz no pulso dela havia sido queimada com ácido — e ela estava grávida.

Sua mãe e irmã conseguiram fazê-la viver em um convento; mais tarde, ela voltou para casa meses, depois que as freiras fizeram o parto da criança, que ela nunca viu e seu pai nunca soube o que tinha acontecido a ela.

Abdel Fatah al-Sisi foi eleito presidente do Egito em uma votação esmagadora em maio de 2014. Sua vitória foi bem recebida por muitos egípcios, e após seu discurso de aceitação, Sisi foi endossado por vários líderes religiosos e políticos, inclusive o patriarca copta Tawadros II.

Mais tarde, perguntei ao Bispo Serapion, bispo copta de Los Angeles, sobre a situação dos coptas e outros cristãos no Egito após a eleição de Sisi. Os coptas estavam se saindo melhor agora, sob a presidência de Sisi?

Escolhendo cuidadosamente suas palavras, ele me disse que houve um progresso genuíno nos níveis mais elevados do governo, mas as autoridades locais ainda estão inclinadas a fechar os olhos para a perseguição anti-copta.

E por aí vai. Especialmente indefesas são as mulheres que são agredidas e levadas cativas, muitas vezes em nome do islamismo. As autoridades locais são as últimas a renunciar ao seu poder e prestígio de cidade pequena. E as minorias — coptas e outras comunidades cristãs — continuam sofrendo.

Meninas e mulheres são sequestradas e estupradas. Empresários são presos enquanto tentam coletar dinheiro que os muçulmanos lhes devem. Em vez de pagamento justo, eles são acusados de ter relações sexuais com mulheres muçulmanas ou de outros comportamentos escandalosos e são presos — às vezes por anos.

Minha amiga e colega Charmaine Hedding, fundadora da Fundação Shai — uma pequena organização humanitária internacional — está atualmente no Egito entrevistando mulheres cristãs que sobreviveram ao sequestro e abuso sexual.

“Nós fazemos o que podemos,” ela me disse. “Estamos oferecendo pequenas doações e incentivo. Mas também queremos garantir que esses violentos abusos sexuais sejam conhecidos no Ocidente, onde as mulheres de hoje são especialmente sensibilizadas para essas experiências devastadoras.

“Talvez quando as mulheres ocidentais começarem a entender o que realmente está acontecendo no Egito, veremos mais ajuda e preocupação para as vítimas traumatizadas de abusos religiosos e sexuais.”

Traduzido por Julio Severo do original em inglês do Instituto Hudson: Egypt's Silent Epidemic of Kidnapped Christian Girls

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