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sábado, 2 de fevereiro de 2019

Mortes Coletivas: A tragédia de Brumadinho e DEUS

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Nosso país ficou chocado com mais uma tragédia em Minas Gerais causada pelo rompimento de mais uma barragem, dessa feita em Brumadinho, a 65 kms de Belo Horizonte.

O mar de lama causou a destruição de lares, a perda de centenas de vidas e representa mais um desastre ambiental em nosso país. Diante da catástrofe, muitas pessoas são levadas a meditar sobre a presença do mal, do sofrimento e da injustiça no mundo e como isso se harmoniza com a pregação cristã de que há um Deus onipotente e infinitamente bom.

Qualquer tentativa de entender as tragédias, desastres, catástrofes e outros males que sobrevêm à humanidade, não pode deixar de levar em consideração três componentes da
revelação bíblica, que são a realidade da queda moral e espiritual do homem, o caráter santo e justo de Deus e o sofrimento de Jesus Cristo por nós.

Lemos em Gênesis 1—3 que Deus criou o homem e a mulher e que os colocou no jardim do Éden, com o mandamento para que não comessem do fruto proibido. O texto relata como eles desobedeceram a Deus e decaíram assim do estado de inocência, retidão e pureza em que haviam sido criados. Essa “queda” afetou não somente a Adão e Eva, mas trouxe consequências terríveis a toda a sua descendência. A culpa deles foi imputada por Deus aos seus filhos, e a corrupção de sua natureza foi transmitida por geração ordinária a todos os seus descendentes. 

Ou seja, a humanidade inteira, sem exceção – visto que não há um único justo, um único que seja inocente e sem pecado – está sujeita ao justo castigo de Deus, o que inclui – atenção! – a morte, as misérias espirituais, temporais (onde se enquadram as tragédias, as calamidades, os desastres, as doenças, o sofrimento) e as misérias espirituais (que a Bíblia chama de morte eterna, inferno, lago de fogo, etc.).

A queda do homem impactou também toda a criação. Deus disse a Adão, “maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo” (Gn 3.17-19). As catástrofes, desastres, calamidades, tragédias, que sejam naturais ou fruto do erro humano, são o resultado de Deus ter amaldiçoado a terra por causa do pecado do homem. 

Deus permite estas misérias e castigos para despertar a raça humana, para provocar o arrependimento, para refrear o pecado do homem, para incutir-lhe temor de Deus, para desapegar o homem das coisas desta vida e levá-lo a refletir sobre as coisas vindouras.

Diante de desastres como Brumadinho devemos nos lembrar que eles ocorrem como parte das misérias e castigos temporais resultantes das nossas culpas, de nossos pecados, como raça pecadora que somos. Poderia ser eu que estava na região quando a barragem se rompeu e levou a todos. Ou, alguém muito melhor e mais reto diante de Deus. 

Ainda assim, Deus não teria cometido qualquer injustiça, ainda que os que morreram soterrados fossem os melhores homens e mulheres que já pisaram a face da terra. Pois mesmo estes são pecadores. Não existem inocentes diante de Deus. Pensemos nisto, antes de ficar indignado contra Deus diante do sofrimento humano.

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Não nos esqueçamos, entretanto, que o Deus justo é também o Deus que sofre conosco. Deus Filho se tornou um de nós pela encarnação no ventre de Maria, e viveu uma vida de sofrimento e dor que terminou com sua morte na cruz. O sofrimento que ele carregou e suportou não era decorrente do pecado, pois nele não havia pecado, nem original nem seu próprio. 

Ele carregou nossa dor e experimentou nosso sofrimento para que pudéssemos ser justificados dos nossos pecados, perdoados, aceitos por Deus como seu filhos, para nos livrar do sofrimento eterno e recebermos a vida eterna. Deus sabe o que é sofrer. Por isto, podemos encontrar nele respostas e conforto na hora da dor.

Por último, preciso deixar claro três coisas. 

Primeira, que nada do que eu disse acima me impede de chorar com os que choram, e sofrer com os que sofrem. Somos membros da mesma raça, e quando um sofre, sofremos com ele. 

Segunda, nada do que foi dito acima me impede de pedir justiça e querer que os culpados pelo rompimento da barragem sejam responsabilizados. 

Terceira, é preciso reconhecer que a revelação bíblica é suficiente, mas não exaustiva. Não temos todas as respostas para todas as perguntas que se levantam quando um desastre destes acontece. Não sabemos os propósitos maiores e finais de Deus com aquela tragédia. Só a eternidade o revelará. Temos que conviver com a falta destas respostas neste lado da eternidade. Mas, é preferível isto a aceitar respostas que venham a negar o ensino claro da Bíblia sobre Deus, como por exemplo, especular que ele não existe, ou que, se existe, que ele não é soberano e nem onisciente e onipotente. 

Posso não saber os motivos específicos, mas consola-me saber que Deus é justo, bom e verdadeiro, e que todas as suas obras são perfeitas e retas, e que nele não há engano.

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