Unico SENHOR E SALVADOR

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sábado, 2 de fevereiro de 2019

Por que Jesus disse "Pai, por que me abandonaste?"

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Por Mario Persona

Jesus nunca disse "Pai, por que me abandonaste", ele disse "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste (ou abandonaste)" (Sl 22:1, Mt 27:46; Mc 15:34). 

O Pai não abandonou o Filho do mesmo modo como Abraão foi até o altar do sacrifício com seu filho Isaque, ambos figuras do Pai e do Filho. Na cruz Jesus foi feito pecado por nós e daí as trevas por três horas enquanto ele recebia sobre o seu corpo o juízo que era devido ao pecado.

Deus não podia ter comunhão com ele naquelas três horas, pois Deus é Santo e naquela cruz estava o Filho de Deus tornado em pecado, o qual Deus não podia tocar, mas apenas julgar e condenar. Nem eu nem você vamos entender isso, pois é um dos grandes mistérios inacessíveis ao homem.

George Cutting escreve em seu livro "Luz para as almas ansiosas":

De que modo então, depois de calar "toda boca" na família humana inteira, e pronunciar "todo homem" culpado diante dele, poderá Deus salvar qualquer um com justiça? Ouça a resposta abençoada do Espírito de Deus: "Pois é Cristo quem morreu" (Rm 8:34). "Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (Is 53:5).

A culpa do pecado recaiu sobre o Cordeiro,segundo os desígnios do próprio Deus. Toda indagação da consciência perturbada quanto à penalidade aplicada ao pecado é respondida por outra pergunta — a qual perdurará por toda a eternidade — "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mc 15:34).

Quem poderia responder esse "Por que?" misterioso do Calvário? Vamos fazer uma pausa e investigar. Os demônios confessaram ser ele o Santo de Deus. Poderiam os poderes das trevas nos dar uma razão? Impossível. O próprio Satanás viu-se frustrado toda vez que se aproximou daquele que podia dizer, "Porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim" (Jo 14:30).

Os anjos ministraram a ele depois de sua tentação no deserto. Não sabiam que Deus se agradava dele e que fizera sempre aquilo que dava prazer ao Pai? Seria possível, no entanto, responderem a esta pergunta momentosa? Repetimos, impossível: "para as quais coisas os anjos desejam bem atentar" (1 Pe 1:12).

Seus discípulos viram como a boca dos opositores fora silenciada pelo seu desafio sem resposta: "Quem dentre vós me convence de pecado?" (Jo 8:46). Eles deviam conhecer as palavras de Davi nas escrituras do Velho Testamento: "Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão" (Sl 37:25). 

Vemos agora o único Homem absolutamente justo que já pisou nesta terra — "Jesus Cristo, o justo" — e ele foi desamparado! Maravilha das maravilhas! — Por que? O homem não tem resposta paia essa pergunta; nem mesmo aqueles mais dedicados a ele.

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Deus o Pai, atraíra mais de uma vez a atenção do céu e da terra para o fato de que no Abençoado e Humilde, ele encontrara perfeita satisfação e prazer. Irá ele abrir novamente os céus para dar uma resposta a esse "Por que?"misterioso? Não. O bendito portador de pecados é deixado para sentir, como só ele poderia sentir, em meio às trevas daquelas três horas, o terror dessa palavra: "DESAMPARADO".

Outros haviam clamado em tempos idos; suas vozes foram ouvidas, eles foram salvos; mas atente às palavras dele, enquanto alcançam e ferem nosso coração, em meio àquelas trevas terríveis: "Eu clamo... e tu não me ouves" (Sl 22:2). Não existe, portanto, resposta à pergunta? Bendito seja Deus, ela existe, caso contrário, adeus a qualquer esperança de paz para você e para mim. A fé encontrou uma resposta. 

De onde a tirou? Se os demônios, anjos, homens, não puderam fornecê-la; se Deus não o fez, qual a sua procedência? Ela saiu dos lábios daquele que fora Esquecido! Ele justificou a Deus por se esquecer dele.

Quão precioso! Precioso e inconcebível! Repita isso sempre e jamais deixe que essa lembrança se apague. Ele justificou Deus por desampará-lo. Ouça as suas palavras benditas no Salmo 22:3, "PORÉM TU ÉS SANTO, o que habitas entre os louvores de Israel". Foi como se dissesse: "Sois tão santo que não poderias fazer menos que isso, em toda justiça, além de voltar as costas ao pecado, mesmo quando teu amado Filho o levava sobre si". É verdade! Quando se trata de julgar o pecado, não pode haver alívio, nenhuma resposta, até que a taça da condenação se esgote.

Quanta solenidade, todavia quanta beleza nisso tudo! Como o pecador perturbado se sente atraído para esse precioso Salvador, enchendo seu coração de paz e fazendo-o transbordar de louvor. Que maior prova podemos ter então de que os pecados dos crentes em Jesus já foram julgados com justiça — julgados na Pessoa de seu adorável Substituto? Deus pode ser agora "justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Rm 3:26) Eles não são justificados pelo fato de nada poder ser dito contra a sua Pessoa, mas sim pelo sangue precioso que, de uma vez por todas, satisfez todas as acusações que o próprio Deus poderia fazer contra eles.

Adorai-Lhe, Adorai-Lhe,
Sua gloriosa obra consumou
Louvai-Lhe e Exaltai-Lhe,
Do pecador o juízo tirou
E sobre o Filho de Deus o lançou
"Está consumado" clamou em dor
na cruz ao morrer por mim
Fui culpado e pecador
Mas Cristo me salva assim.

Vemos assim que os pecados do crente não escaparam do castigo. O evangelho não fala de um Deus cujo amor foi expresso passando por alto o pecado, mas de um Deus cujo amor pelo pecador só poderia se manifestar quando seus direitos santos contra o pecado tivessem sido rigorosamente satisfeitos e sua penalidade suportada até o fim.

"Que seja o pecado julgado"
Sobre a cruz está escrito.
"E o pecador libertado"
Oh gozo bendito!

Phonte: O Que Respondi

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