O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, acompanhado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, posa para uma foto ao visitar o Muro Ocidental na Cidade Velha de Jerusalém, em 1º de abril de 2019.
O antigo Muro das Lamentações, o local de oração mais sagrado do judaísmo, está localizado na parte oriental da cidade que Israel capturou na guerra do Oriente Médio de 1967 e posteriormente anexado em uma ação não reconhecida internacionalmente.
Israel há muito tempo considera toda Jerusalém como sua capital eterna e indivisível, enquanto os palestinos querem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado que eles buscam no território que Israel conquistou na guerra de 1967.
O presidente dos EUA, Donald Trump, quebrou o consenso mundial em 2017 ao reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferiu a embaixada dos EUA em maio passado.
O Brasil no domingo abriu uma nova representação comercial para Israel em Jerusalém, recuando dos primeiros sinais de que seguiria os Estados Unidos com uma mudança total de sua embaixada.
O Muro das Lamentações é o que restou do complexo de um templo judaico destruído pelos romanos em 70 d.C. A praça acima conhecida pelos muçulmanos como o Noble Sanctuary é o terceiro local mais sagrado do islamismo, contendo a mesquita de al-Aqsa e a Cúpula da Rocha.
Bolsonaro, em uma viagem de quatro dias a Israel, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aproximaram-se juntos do muro e se inclinaram lado a lado diante das pedras enormes. Bolsonaro colocou uma nota de oração entre as pedras, como é o costume.
A proposta original de Bolsonaro de transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém enfureceu o mundo muçulmano, e altas autoridades brasileiras recuaram da proposta por temor de prejudicar os laços com os países árabes e ameaçar bilhões de dólares em exportações brasileiras de carne halal.
O porta-voz do presidente, Otavio Rego Barros, disse no domingo que a representação comercial não seria uma representação diplomática, mas a medida enfureceu os palestinos.
O embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeban, disse para a Reuters que ele pode ser chamado de volta, apesar de uma resposta ainda estar sendo considerada.
“Pelo que me disseram, dependerá de como a visita de Bolsonaro vai evoluir,” disse Alzeban. “Nós desejamos que o tema de Jerusalém não tenha sido tocado.”
Alzeban disse que os palestinos também ficaram chateados porque Bolsonaro não considerou uma visita aos territórios palestinos e não coordenou sua viagem com as autoridades palestinas.
Netanyahu disse que espera que o escritório de comércio do Brasil em Jerusalém seja um passo em direção à mudança da embaixada para a cidade.
“Não há reconhecimento de Jerusalém como a capital,” disse Barros, porta-voz da presidência do Brasil. “Nosso presidente continua a avaliar essa possibilidade (de transferir a embaixada), mas não é isso que decidimos neste momento.”
Traduzido por Julio Severo do original em inglês do site da Voz da América (rádio oficial do governo dos Estados Unidos): Bolsonaro Visits Western Wall, Palestinians Angry at Jerusalem Mission
Phonte: www.juliosevero.com
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