Por Josemar Bessa
“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” - Rm 8:33
Justificar é muito mais que absolver. Na justificação há uma resposta adequada para cada acusação, um indenização completa por cada demanda que pesa sobre os filhos (eleitos) de Deus, um recibo para cada dívida mostrando: Quitado! Quão gloriosa é a justificação que temos em Cristo. Mas isto que falamos não compreende tudo o que a justificação significa.
Justificar é muito mais do que perdoar e absolver. Ela dá uma justiça que a absolvição simples não poderia prover. Alguns são absolvidos por falta de provas, outros são honrosamente absolvidos... mas ninguém sai de um tribunal com as honras que Deus concede aos seus eleitos ao justificá-los: “Assim disse Hamã ao rei: Para o homem, de cuja honra o rei se agrada, Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça” ( Ester 6.8).
Viu o que Assuero fez a Mordecai? Quando Deus justifica um homem Ele não apenas o absolve, mas coloca-lhe um manto de justiça, um manto real, no qual ele pode estar diante de Deus como um santo, impecável em obediência – na obediência gloriosa do Seu Filho Amado. Recebem uma coroa de justiça:
“E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro.” – “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.” (Ap 4.4; 5.9,10).
Que glória há nesta verdade, você e eu, se fomos eleitos, se estamos no Reino, se fomos chamados eficazmente, se fomos regenerados, se cremos no Filho de Deus, se fomos justificados, embora em nós mesmos sejamos criminosos vis e culpados – agora aos olhos de Deus não somos mais apenas “não culpados” – somos vistos debaixo da justiça de Cristo – com uma justiça gloriosa, imaculada, sem ruga...
Como nossas mentes poderiam não se encher com este mistério infinito e gerar eterna e santa admiração parecendo ser nossa justificação algo grande demais para ser verdade? Como não viver cheio de um inesgotável regozijo? Como precisar de qualquer outro estímulo que nos leve a completa adoração?
Um criminoso culpado que mesmo assim recebe perdão, sai do tribunal com a cabeça baixa diante da multidão – com desejo de não encontrar ninguém que esteve naquele tribunal nunca mais – com grande senso de vergonha... Mas ser coberto por um manto de justiça diante dos olhos de um Deus infinitamente Santo é algo inacreditável demais! Se levantar como um filho amado, sem mancha, ruga... isso excede a todo pensamento humano agora e na eternidade. Nem homens, nem anjos podem compreender isso completamente.
Houvesse uma ruga, uma mácula e não poderíamos estar naquele dia diante de Deus – Seus olhos santos não podem descansar sobre qualquer imperfeição. Qualquer imperfeição ou mancha faz acender sua Ira.
“Quem os condenará?”
A Lei nos condena justamente e nossas próprias consciências nos condenam. Apesar disso o apóstolo Paulo levanta sua voz de maneira inabalável e inamovível e declara: “Quem os condenará?” – Olhe ao seu redor e não será difícil encontrar um mundo de condenação sobre os eleitos de Deus – podem ser condenados por se apegarem a uma doutrina que por não ser antropocêntrica, será taxada como “sem amor” – doutrinas perigosas – intolerantes – preconceituosos – apegados a uma falsa verdade absoluta (acusação feita por um mundo de mentiras e ‘verdades’ pessoais’), por não serem maleáveis, por serem orgulhosos por causa das doutrinas da graça ( quando na verdade elas são ofensivas por humilhar o homem)... Condenados! O Filho de Deus neste mundo foi condenado a morte.
Onde está a mente dos eleitos? A pergunta final é: Será que Deus os condenará? Será que Ele condenaria as Doutrinas que Ele revelou? Condenaria as experiências (regeneração, santificação...) que Ele mesmo operou por meio de Seu Espírito? Condenaria a vida que agora vivem na fé no Seu Filho amado? Por entrarem pela porta estreita que Ele providenciou e o caminho estreito que ele abriu?
Mesmo a condenação de uma Lei Santa e uma consciência sensível não prevalecerá. E por que não? Porque Cristo morreu! Esta é a resposta toda suficiente sobre a vida dos eleitos de Deus. Do começo ao fim o apóstolo fala sobre a cooperação das obras. Ele tem apenas duas respostas – “É Deus quem os Justifica” – Para os que ousam condená-los sua resposta é: “É Cristo que morreu” – Todos os acusadores na corte de Deus, na corte do Universo criado, ficam mudos.
Os eleitos receberam um novo coração para amar e obedecer alegremente a Deus aqui. Se sujeitar como Cristo em tudo se sujeitou ao Pai em obediência até a morte. Serão inevitavelmente santificados, vencerão o mundo, perseverarão até o fim no poder do Espírito, e por fim, serão glorificados. Nenhum desses passos faltará na vida de todos os eleitos de Deus. Todos os filhos de Deus se purificarão assim como ele é puro e buscarão dia e noite a santificação sem a qual ninguém verá a Deus, pois é o Espírito que opera isso neles; tanto o desejar como o efetuar.
Porque Deus justifica seus eleitos só eles podem dizer: “Se Deus é por nós quem será contra nós?” – É estranho como muitos gostam de ao mesmo tempo negar as doutrinas da graça – predestinação, eleição... e ainda assim citar esse verso. Mas não podem – O texto é claro sobre quem diz isto: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou. Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” – Por que podem dizer isto? Porque “quem os condenará se é Deus quem os justifica?”
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Fonte: Josemar Bessa
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