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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Apartheid religioso no Brasil: Polícia e família divergem sobre morte de mãe de santo na BA. Embora não descarte a possibilidade de intolerância religiosa, delegada responsável pelo caso fala em “perturbação do sossego alheio”


A Polícia Civil baiana ainda investiga se a morte por infarto da ialorixá Mildreles Dias Ferreira, de 90 anos, no dia 1º de junho, pode ter sido provocada por intolerância religiosa.

Segundo parentes e amigos, Mãe Dede de Iansã, como era conhecida, comandava o terreiro de candomblé Oyá Deña havia 45 anos, no distrito de Vilas de Abrantes, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, e infartou após uma vigília de evangélicos na porta do terreiro.

De acordo com a delegada Maria Daniele Monteiro, titular da 18ª Delegacia, mais de dez pessoas já foram ouvidas sobre o suposto crime de ódio. “Existe a perturbação clara do sossego alheio. A questão da intolerância religiosa não está descartada, mas ainda estamos investigando.

Moradores que foram ouvidos não confirmaram que evangélicos se concentravam na porta do terreiro”, afirma a delegada.

“Mãe Dede passou a madrugada da vigília em claro e na noite seguinte acabou morrendo. Gera desconforto e a gente sabe que falam muito em demônio, então, fica parecendo provocação. Mas fica complicado afirmar porque os cânticos são assim”, comenta Maria Daniele Monteiro.

A família da mãe de santo, no entanto, afirma que integrantes da igreja evangélica Casa de Oração Ministério de Cristo praticam perseguição religiosa contra frequentadores do terreiro desde que o templo começou a funcionar no local há pouco mais de um ano. “Mesmo após a morte da minha avó, eles continuam com as provocações.

Quando temos visitas, ficam provocando e gritam ainda mais alto com palavreados que prefiro nem reproduzir. Até caixa de som colocam fora da igreja”, conta Bárbara Cerqueira, neta de Mãe Dede.

Segundo ela, evangélicos se concentraram em frente ao terreiro na madrugada anterior à morte da ialorixá. “Eles rezam, mas com palavras ofensivas dentro e fora da igreja. Dizem que é coisa do demônio. Minha avó não resistiu às ofensas e acabou morrendo. Ela já havia procurado a polícia”, lembra Bárbara.

Phonte: Terra

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