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terça-feira, 28 de julho de 2015

Beijo gay, nudez e Bíblia queimada: o lado "ousado" dos desenhos


A publicação de uma reportagem do UOL sobre um romance gay sugerido em “Avatar: A Lenda de Korra, que o SBT estreou na última quarta-feira (22), provocou a ira dos fãs da animação, que reclamaram que o relacionamento lésbico da protagonista é um fato secundário na história e que não tem nada demais se comparado com outras produções do estilo, inclusive em desenhos que marcaram a infância de gerações.

Em “Avatar: A Lenda de Korra”, a protagonista que dá nome ao desenho se relaciona com a amiga, porém o romance não é mostrado, apenas sugerido, com mãos dadas e entreolhares. O relacionamento lésbico só foi revelado após a exibição do último episódio pelo criador da série, Mike DiMartino, em seu blog.

A homossexualidade, além de temas como mundo espiritual, depressão e suicídio, fez “A Lenda de Korra” ser considerado “ousado” para crianças nos Estados Unidos, tanto que o canal Nickelodeon passou a exibir o desenho à noite e depois somente pela internet. A sugestão de romance gay, entretanto, chega a ser “careta” em comparação com quadrinhos norte-americanos e animações japonesas.

“Em ‘Camelot 3000′, HQ futurista, um relacionamento lésbico teve sua consumação na cama sendo cortada, ficando só na insinuação. Quando a obra foi republicada, a tal cena foi incluída, pois era uma reedição para público mais velho”, exemplifica o jornalista Alexandre Nagado, colaborador do UOL, especialista em quadrinhos e cultura pop japonesa.


“Sailor Moon” (1992), sucesso no Brasil, também tem um romance lésbico, entre Haruka (Sailor Urano) e Michiru (Salor Netuno). O namoro é mostrado apenas com olhares e mãos dadas.

Autora do livro “A Presença do Anime na TV Brasileira” (2010, Editora Laços), a jornalista Sandra Monte acredita que os desenhos não são capazes de manipular a personalidade do telespectador. “Em animações dos anos 1980, como ‘Rambo’ e ‘Comandos em Ação’, mesmo com tanta pistola, não conheço ninguém que tenha virado psicopata”, ironiza.

Desenhos japoneses de grande sucesso provocaram mais polêmica do que “A Lenda de Korra” e até foram censurados. “Sailor Moon” (1992), sucesso no Brasil, também tem um romance lésbico, entre Haruka (Sailor Urano) e Michiru (Salor Netuno). O namoro é mostrado apenas com olhares e mãos dadas. Mesmo assim, três episódios com elas não foram ao ar no Chile.

“[‘Sailor Moon’] é uma animação meiga demais. Não é uma relação homoafetiva que mudará o fato de ser um desenho para pré-adolescentes. Não acho que algo externo tenha capacidade de influenciar a sexualidade de alguém”, opina Sandra Monte.

O romance de Korra e Asami inspirou dezenas de histórias criadas por fãs, as fanfics. Foi o que aconteceu com “Naruto” (2002). O famoso anime não tem oficialmente casais gays, porém o protagonista beijou o amigo Sasuke duas vezes, e o público adolescente criou narrativas sobre um provável namoro entre eles. Os beijos foram cortados no Brasil, nos Estados Unidos e em outros países.

“Dragon Ball” (1986), um dos animes japoneses mais famosos, também foi censurado no Ocidente, e os cortes foram além da violência das lutas. Bulma, por exemplo, mostra os seios dezenas de vezes e já ficou nua para o mestre Kame (um personagem, digamos, atrevido) em troca de uma esfera do dragão. Em outro momento, o pequeno Goku descobre que Bulma não é homem ao tirar a calcinha dela e perceber que não tinha pênis.


Em cena do anime “Dragon Ball”, pequeno Goku descobre que Bulma não é homem ao tirar a calcinha dela e perceber que não tinha pênis.

Não é apenas a sexualidade que causa polêmica nos desenhos. Em “Os Cavaleiros do Zodíaco” (1986), que virou febre no Brasil nos anos 1990, uma Bíblia chegou a ser queimada. A cena, que foi cortada no Brasil, país predominantemente católico, aparece no quarto filme do anime, “Os Guerreiros do Armagedon”, inspirado no cristianismo e com Lúcifer como inimigo.


Bíblia é queimada no quarto filme dos Cavaleiros do Zodíaco, “Os Guerreiros do Armagedon”. Cena foi cortada no Brasil.

“O Japão é um país basicamente budista e xintoísta, com o catolicismo em terceiro lugar, mas bem distante das duas primeiras. Os símbolos cristãos não são vistos da mesma forma”, esclarece Alexandre Nagado.

Cenas violentas também foram cortadas em “Os Cavaleiros do Zodíaco”. Porém, nenhum outro desenho impressionou tanto pela violência quanto “Space Runaway Ideon” (1980). 

Praticamente desconhecido no Brasil, o anime futurista teve vida curta no Japão (39 episódios e dois filmes), mas o suficiente para mostrar várias crianças lutando e morrendo nas guerras espaciais. Em uma das cenas mais chocantes, uma menina teve a cabeça arrancada após ser atingida por um raio de um alienígena.

“Mas Ideon teve revistinha de colorir e aparecia em livros infantis. Hoje em dia, extremos de violência assim não aparecem em obras para crianças”, explica Nagado.

Phonte: Uol

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