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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Folha demonstra ser mídia digna de república das bananas


Só há uma forma de se discutir com a mídia vendida hoje no Brasil. É esfregar-lhes na cara o quanto estão recebendo de verbas estatais absurdas e indevidas originadas de publicidade estatal, que em quase todos os casos não deveria existir. E em seguida é imperativo demonstrarmos ao público que não estamos tratando de jornalistas, mas de advogados do PT disfarçados de jornalistas.
Em relação às verbas estatais, devemos perguntar, por exemplo, por que Petrobrás e Correios fazem anúncios? Elas são empresas monopolistas, logo não temos outra opção diante delas. Para que os anúncios? Único motivo: comprar apoio político na mídia. 
Só com os cortes de anúncios de empresas como Caixa, Banco do Brasil, Petrobrás e Correios, acabaríamos com 70% dos recursos de anúncios. Isto já melhoraria a qualidade de nossa mídia, que não teria mais os mesmos motivos para tanto babaovismo.

Uma evidência de como os líderes da grande mídia já não dão a mínima para suas próprias reputações (em troca das verbas de anúncios, evidentemente) está em um editorial da Folha de S. Paulo. Eles estão indignadíssimos com as discussões sobre o impeachment, inclusive quanto à possibilidade de Eduardo Cunha rejeitar uma petição contra Dilma. 

Acontece que em seguida um deputado poderia recorrer ao plenário da Câmara, onde uma maioria simples pode determinar o prosseguimento da ação (o que não é o mesmo que a decretação do impeachment, que depende de dois terços dos deputados e dos senadores).
O editorial segue:
A fim de que não se deturpe o recurso ao instituto, exige-se que dois terços dos deputados (342 de 513) afastem o presidente e dois terços dos senadores (54 de 81) confirmem a decisão. Somente um mandatário já incapaz de governar não bloquearia esse processo.
Mas, se o julgamento do impeachment é sobretudo político, não se deve ignorar que ele também contém muito de jurídico. Uma deposição assentada em razões banais traria instabilidade interna e mancharia a imagem do país aos olhos da comunidade internacional –o Brasil em tese superou sua fase de república das bananas.
Como já se afirmou neste mesmo espaço, o afastamento de um presidente é um remédio amargo a ser ministrado somente diante de circunstâncias extremas. Sendo mecanismo sempre traumático, não pode, ao contrário do que parte da oposição quer fazer crer, ser empregado sem que profundas razões o exijam.
Na ótica desses sujeitinhos, razão banal é toda aquela que desagrada ao PT. O mesmo jornal apoiou o impeachment de Collor, portanto não tem moral para fazer encenações deste tipo e ficar de graça.
Se a Folha de S. Paulo acha que pedaladas fiscais e corrupção endêmica na Petrobrás são motivos banais, isto comprova que a verba estatal de anúncios provoca falhas de caráter irreversíveis. Não poderia faltar o ad baculum (falácia do apelo ao medo), onde o jornalzinho diz que o impeachment "traria instabilidade e mancharia a imagem do país aos olhos da comunidade internacional".
Mentira, pois fizemos impeachment de Collor e nossa imagem não se manchou por isso. Nem a imagem dos Estados Unidos se manchou com o impeachment de Nixon. Quanto à instabilidade? Qualquer um que não seja petista (ou que não pertença às suas linhas auxiliares) e sentar na cadeira de presidente hoje traria mais confiabilidade ao país. A instabilidade seria reduzida, não ampliada.
O editorial também mente ao dizer que o Brasil "superou sua fase de república das bananas". Não enquanto lermos editoriais que parecem ter sido combinados com os donos do poder, assim como ocorre com os jornais de Cuba.
A argumentação da Folha de S. Paulo só enganaria pascácios e lorpas. No máximo, serve como munição para os já cooptados pelo esquema.
A Folha é uma mídia típica de uma república das bananas, que troca a honra pelo servilismo ao poder totalitário, tal como ocorrera na época do regime militar.

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