Que se trata de uma farsa, já muitos perceberam, mesmo seus defensores. Sua periculosidade está escrita na história, testemunha factual de sua peçonha. E mesmo assim o marxismo subsiste.
Todavia, longevidade não é sinal de imortalidade, nem resistência de indestrutibilidade. Ideias e filosofias também morrem, levando para o túmulo seus cultuadores e apologistas. O Reich de mil anos não durou nem quinze, apesar de suas impressionantes e momentâneas conquistas.
A história do pensamento também possui suas ruínas. A Igreja Positivista no Brasil é um feliz monumento ao fim de ideias que antes pareciam dominar a cultura e que hoje nada mais são do que irrisórias lembranças. Comte, com sua cientolatria, tinha um projeto de mundo que visava substituir a devoção a Deus pelo culto à humanidade, algo não muito diferente do que propôs o marxismo.
“Olhando para as coisas em conjunto, o movimento positivista, que se pretendeu inovador, impregnou todo o ambiente cultural do século XIX, universalizando a experiência e resolvendo nela toda a realidade”.[1] O Brasil também foi submerso na invasão ideológica e abraçou até mesmo a religião da humanidade e a utopia cientificista. Hoje o positivismo é um fóssil ideológico.
Mas foi um poema de Teófilo Dias (1854 – 1889) que me deu esperanças. Nela o cientificismo positivista se revelou em toda sua fúria como um Tirossanaurus Rex triunfante.
A Cruz
Tu, que prendeste um dia os braços de Jesus,
Quando neles quis ter a humanidade erguida,
Hás de cair prostrada, exânime abatida.
— Já lambe-te o pedal a devorante luz.
A força, que ao porvir o Grande Ser conduz,
A implacável ciência, a eterna deicida,
Vertendo nova seiva à árvore da vida,
Arrancou-lhe a raiz de onde surgiste, oh cruz!
O pensamento audaz, esquadrinhando os mundos,
Calcinou, sulco a sulco, os germens infecundos
Da divina semente, estéril e vazia.
Podes deixar cair, desanimada, os braços!
— Já não existe um Deus, que veja dos espaços
Teu gesto de terror, de súplica sombria!
Publicado no livro Fanfarras (1882).
Hoje, um pouco mais de um século depois, o poema soa como tolice. O cristianismo simbolizado na cruz é muito mais vibrante do que em sua época e a crença em Deus convive ao lado da ciência sem a menor dificuldade. As frustradas aspirações cientificistas do positivismo se encontram soterradas sob a fé cristã de milhares de brasileiros.
E por que pensar que o marxismo é indestrutível? Por que lutar contra ele como se fosse uma causa perdida? Ele pode proliferar e conquistar espaços em meio a vítimas adormecidas. No entanto, as pessoas estão acordando e a luta está apenas começando.
O impeachment de modo nenhum é o fim do PT. E mesmo o fim do PT não é o fim do marxismo cultural. No entanto, não se mata a fera sem os primeiros golpes. Ela não é invencível. Apenas se faz de invencível. Pode ser verdade que o Tiranossaurus Rex foi o maior predador de sua época. Hoje, no entanto, ele não é mais do que um fóssil.
Temos esperança que um dia nossos filhos e netos viverão em um país onde o marxismo cultural terá sido apenas uma triste experiência social. Então ele não passará de um simples fóssil ideológico.
[1] RIBEIRO JR. João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 55
Eguinaldo Hélio Souza é pastor.
Todavia, longevidade não é sinal de imortalidade, nem resistência de indestrutibilidade. Ideias e filosofias também morrem, levando para o túmulo seus cultuadores e apologistas. O Reich de mil anos não durou nem quinze, apesar de suas impressionantes e momentâneas conquistas.
A história do pensamento também possui suas ruínas. A Igreja Positivista no Brasil é um feliz monumento ao fim de ideias que antes pareciam dominar a cultura e que hoje nada mais são do que irrisórias lembranças. Comte, com sua cientolatria, tinha um projeto de mundo que visava substituir a devoção a Deus pelo culto à humanidade, algo não muito diferente do que propôs o marxismo.
“Olhando para as coisas em conjunto, o movimento positivista, que se pretendeu inovador, impregnou todo o ambiente cultural do século XIX, universalizando a experiência e resolvendo nela toda a realidade”.[1] O Brasil também foi submerso na invasão ideológica e abraçou até mesmo a religião da humanidade e a utopia cientificista. Hoje o positivismo é um fóssil ideológico.
Mas foi um poema de Teófilo Dias (1854 – 1889) que me deu esperanças. Nela o cientificismo positivista se revelou em toda sua fúria como um Tirossanaurus Rex triunfante.
A Cruz
Tu, que prendeste um dia os braços de Jesus,
Quando neles quis ter a humanidade erguida,
Hás de cair prostrada, exânime abatida.
— Já lambe-te o pedal a devorante luz.
A força, que ao porvir o Grande Ser conduz,
A implacável ciência, a eterna deicida,
Vertendo nova seiva à árvore da vida,
Arrancou-lhe a raiz de onde surgiste, oh cruz!
O pensamento audaz, esquadrinhando os mundos,
Calcinou, sulco a sulco, os germens infecundos
Da divina semente, estéril e vazia.
Podes deixar cair, desanimada, os braços!
— Já não existe um Deus, que veja dos espaços
Teu gesto de terror, de súplica sombria!
Publicado no livro Fanfarras (1882).
Hoje, um pouco mais de um século depois, o poema soa como tolice. O cristianismo simbolizado na cruz é muito mais vibrante do que em sua época e a crença em Deus convive ao lado da ciência sem a menor dificuldade. As frustradas aspirações cientificistas do positivismo se encontram soterradas sob a fé cristã de milhares de brasileiros.
E por que pensar que o marxismo é indestrutível? Por que lutar contra ele como se fosse uma causa perdida? Ele pode proliferar e conquistar espaços em meio a vítimas adormecidas. No entanto, as pessoas estão acordando e a luta está apenas começando.
O impeachment de modo nenhum é o fim do PT. E mesmo o fim do PT não é o fim do marxismo cultural. No entanto, não se mata a fera sem os primeiros golpes. Ela não é invencível. Apenas se faz de invencível. Pode ser verdade que o Tiranossaurus Rex foi o maior predador de sua época. Hoje, no entanto, ele não é mais do que um fóssil.
Temos esperança que um dia nossos filhos e netos viverão em um país onde o marxismo cultural terá sido apenas uma triste experiência social. Então ele não passará de um simples fóssil ideológico.
[1] RIBEIRO JR. João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 55
Eguinaldo Hélio Souza é pastor.
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