Stephen Kanitz escreveu: “Calma, a Universal só quer 10%. O PSOL quer 70%”. A frase – lida, por este que vos escreve, no Facebook de Alexandre Borges – resume bem a situação atual da disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro.
Aquele que decide emitir a narrativa de que “é difícil escolher entre os dois” - por questões de repúdio à Igreja Universal -, ainda não entendeu exatamente o que está em questão. Essa é uma falha moral dependente de discussão.
Li em algum lugar que é “melhor ter um crente batendo à sua porta do que um ladrão pulando seu muro”.
Aqueles que estão declamando uma “dificuldade de escolha” parecem não ver tal diferença.
Por mais que alguém possa criticar as “doações à Igreja Universal”, um indivíduo não tem como demonstrar que isso é mais imoral do que o uso da coerção para retirar riqueza dos outros.
Marcelo Freixo representa o uso do estado – em sua força máxima e do modo mais fascista possível – para retirar riqueza da população pela via da coerção. As doações feitas aos pastores religiosos não advém da coerção.
Não demora para surgir o discurso neo-ateu dizendo que “os pastores fazem uso de técnicas de manipulação psicológica”. Mas não há nada de violento nisso, pois o próprio discurso neo-ateu também está atrelado aos mesmos recursos.
Querer determinar que tipo de sugestões psicológicas as pessoas podem escolher não deixa de ser outra forma de violência. Assim, o mesmo direito que um neo-ateu tem de doar recursos para a Fundação Richard Dawkins, um religioso tem de doar recursos para uma igreja. Em ambos os casos falamos de alocação voluntária de recursos privados.
Por mais que alguém não goste – e tanto um religioso pode criticar doações ateístas a Richard Dawkins, como um ateu pode criticar doações religiosas aos pastores -, para alguém sem distúrbios morais só cabe algo: se conformar e respeitar a liberdade alheia.
Todavia, os impostos extorsivos defendidos por figuras como Freixo não respeitam nenhum tipo de liberdade. Eles cospem na individualidade e defendem que, pelo uso da força coercitiva do estado, cidadãos sejam esfolados em nome de projetos totalitários de poder.
Seguramente podemos dizer que “ficar em dúvida entre Crivella e Freixo” em alguns casos é sinal de falha de caráter. Claro que não podemos acusar individualmente todas as pessoas "com dúvidas" pela mesma falha grave de caráter. Muitos estão sugestionados por propagandistas desonestos.
Mas caso alguém tenha o menor traço de consciência política, não há justificativa para praticar a equivalência moral entre doações voluntárias e espoliações abusivas.
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