Por Fabio Blanco
A sabedoria milenar exaltou o equilíbrio como uma virtude. O meio-termo foi tido como o ideal ético. E o caminho para ele foi entendido, muitas vezes, como o simples abandono dos extremos. O equilíbrio deveria ser achado pela atenuação das paixões.
Tanto que os estóicos chegaram a tentar suprimi-las por completo nessa busca, assim como
alguns dos primeiros cristãos também.
Graficamente, considerando amor (A), ódio (O) e equilíbrio (E), seria assim:
O >>>>> E <<<<< A
Chesterton, porém, em seu livro Ortodoxia, interpretando o ensinamento cristão, nos oferece uma outra visão dessa realidade. Sem negar a virtude do equilíbrio, ele entende que este deve ser achado não pela atenuação dos extremos, mas, pelo contrário, por sua intensificação, conforme o seguinte gráfico:
O <<<<< E >>>>> A
É a tensão entre a força exercida pelos extremos que gera o equilíbrio.
O que o pensador inglês queria dizer era que o cristianismo ensina a amarmos intensamente e odiarmos intensamente e isso daria como resultado a vida perfeita, equilibrada, moral. O fato é que não há atenuação possível no amor pelo que deve ser amado, nem no ódio pelo que deve ser odiado. Tudo é intenso, total, verdadeiro.
Em tempos de relativismo, esta é uma mensagem desconcertante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça um blogueiro feliz, comente!!
Porém...
Todo comentário que possuir qualquer tipo de ofensa, ataque pessoal e palavrão, será excluído sem aviso prévio!