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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Havaí entra em clima de III Guerra Mundial


Setores do mundo vão entrando num clima de III Guerra Mundial embora ainda não se ouçam as rajadas das armas.

Pois a III Guerra Mundial tem muito mais de psicológico que de militar. Pelo menos em seus inícios.

Na fase inicial predominam as táticas de “guerra híbrida” com muitas manobras de guerra psicológica, na qual a Rússia se destacou ao invadir a Crimeia e ocupar uma fração do leste da Ucrânia.

É uma situação assim que o turístico Estado de Havaí está vivendo. Suas autoridades dispuseram um sistema de alerta para a população em caso de ataque nuclear norte-coreano.

O temor cresceu após o regime comunista disparar um míssil por cima do Japão e testar uma bomba de hidrogênio, cem vezes mais destrutiva que uma atômica como a de Hiroshima.

Havaí fica no meio do Pacífico, entre a Ásia e a América do Norte, e abriga bases militares como a poderosa Pearl Harbor, sede do quartel- general da Frota Americana do Pacifico.

“Se a Coreia do Norte disparar um míssil balístico intercontinental, o tempo de voo até o Havaí será de aproximadamente 20 minutos”, explicou o tenente-coronel Charles Anthony, diretor de relações públicas do Departamento Estadual de Defesa, noticiou a CNN.

“O Comando do Pacífico demorará cinco minutos para identificar o lançamento e o objetivo do míssil. Isso significa que a população terá por volta de 15 minutos para se abrigar”, disse Vern Miyagi, administrador da Agência para Emergências de Havaí.

“Não é muito tempo. Mas é o suficiente para você ter uma chance de sobreviver”, completou.


Alcance suposto dos mísseis da Coreia do Norte.

Havaí tem 1,4 milhões de habitantes.

Os responsáveis públicos estão reinstalando um sistema de alarmes semelhante ao que funcionava na Guerra Fria.

Em novembro haverá o primeiro teste geral das sirenes para ir educando a população, o que não acontecia desde os anos 1980.

Serão reimpressos panfletos e desenvolvido um sistema de alertas por smartphone.

A população foi convidada a armazenar suprimentos para 14 dias. É o dobro do habitual para emergências como tsunamis ou furacões, mas o suficiente para aguentar até que a poeira radioativa se disperse.

Os militares calculam que a bomba atômica que a Coreia do Norte poderia jogar equivaleria à de Hiroshima.

O efeito será devastador, mas muitas centenas de milhares de havaianos sobreviverão ao primeiro impacto e devem saber como agir até chegar o socorro.

Miyagi, general da reserva, procura afastar dois exageros opostos. O primeiro diz: “Para que preparar se vamos ser todos apagados do mapa”. O outro também tem consequências calamitosas: “Para que preparar se esse ataque nuclear nunca acontecerá?”

Toby Clairmont, chefe da Agência para Emergências de Havaí,
exibe guia para os cidadãos em caso de ataque.

Miyagi explica que a maior causa de mortes é produzida pela chuva radioativa e por isso deve-se procurar abrigo logo.

“Você não terá tempo para telefonar para tua mulher ou filhos e levá-los ao abrigo. Não haverá tempo para isso”, acrescentou.

A melhor opção é procurar um refúgio atômico. Mas, para isso, cada um deve saber onde está o mais próximo.

Hoje não os há em número suficiente, mas os porões de alguns vizinhos podem ser uma alternativa válida. Também as garagens subterrâneas ou adegas.

Os mísseis norte-coreanos são de uma tecnologia dessueta, tendo sido fabricados na URSS nos anos 1980.

Porém, a China adquiriu peças modernas no Ocidente e as passou de modo ilegal para seu protegido comunista de Pyongyang.

A marinha da Coreia do Sul resgatou os restos de um deles do fundo do mar e pôde identificar o número de série das peças de motores e dos sistemas de navegação, para quem eles foram vendidos e o percurso seguido até a Coreia do Norte.

Vídeo de propaganda nortecoreano visa mais assustar
do que dizer a verdade sobre suas capacidades militares.

Empresas chinesas teriam feito a compra e reenviado imediatamente para a Coreia do Norte, impedida de comprá-las.

Segundo sondagem encomendada pela CNN e citada pela FranceTVinfo, 62% dos americanos levam a sério as provocações da Coreia do Norte. Só 48% achavam isso em março.

A escalada verbal e as intimidações comunistas disparando novas engenhocas espalhou o temor de que os mísseis de Pyongyang possam chegar até Nova Iorque.

A mais recente sobrevoou o Japão e caiu no outro lado do Pacífico.

O contexto reaviva a lembrança da Guerra Fria, que a mídia trombeteava ter acabado, mas cuja lembrança ficou latente no subconsciente de incontáveis americanos. E agora reviveu.

Em New York encontram-se vestígios abandonados dessa época.

Cartazes enferrujados e pichados, com o símbolo da radioatividade indicando a entrada dos refúgios e de subterrâneos depredados, sem isolação nem portas blindadas.

Nos anos 1960, a cidade chegou a contar com 17.000 deles, muitos dos quais hoje servem como apartamentos ou depósitos.

Velhos bunkers pensados para um ataque nuclear russo
vão ser reacondicionados até em New York.

A preocupação mudou o modo de ver esses locais e trouxe a ideia de recuperá-los.

Também se tornou comum a oferta de kits de sobrevivência, que incluem alimentos e medicamentos.

Empresas oferecem construir refúgios subterrâneos em jardins, sítios ou fazendas, alguns até de luxo, para fugir não só do ataque atômico, mas também de graves perturbações sociais e catástrofes naturais.

A imprevidência ainda está muito generalizada, mas o temor não cessa de crescer.

Pode se discutir o valor das bravatas megalomaníacas de Kim Jong-un, mas ele está conseguindo agigantar um medo que era até agora só latente nos EUA.

E essa dilatação do sentimento de temor já é um triunfo da guerra psicológica comunista contra o Ocidente.

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