A fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral lacrou a Catedral da Fé da Igreja
Universal do Reino de Deus em Del Castilho, na noite deste sábado. De acordo com
o TRE, foi apreendido material de campanha do candidato Marcelo Crivella (PRB)
dentro do local e fichas de cadastro de fiéis. Mais cedo, a IURD de Duque de
Caxias, na Baixada Fluminense, já havia sido interditada pelo mesmo
motivo.
A titular da zona eleitoral de Caxias, Vera
Lage, recebeu uma denúncia anônima e determinou que sua equipe fosse até o
local, onde também foram apreendidos material de propaganda eleitoral e
cadastros com números de títulos de eleitor. No local, fiscais encontraram um
documento convocando fiéis para a “Crivelização”.
No topo da carta, é revelada a intenção de
alcançar 400 mil votos em Duque de Caixas. Além disso, o documento traça uma
estratégia para convocar fiéis para um encontro com o Bispo Inaldo “com o
intuito de divulgar o Bp. Crivella”. Há orientação no texto para “convocar todos
os grupos para todos os dias executarmos a Crivelização”, que incluiria agitar
bandeiras e distribuir panfletos do candidato. Fiscais do TRE-RJ ainda foram a
outras unidades da Universal para checar as denúncias. Entre elas, está a sede
da igreja no Rio de Janeiro, a Catedral da Fé, em Del Castilho, na Zona Norte do
Rio.
Uma reportagem de O GLOBO mostrou que, na
antevéspera do primeiro turno da eleição, no culto “Desmanche do Fogo”, na
Catedral da Fé, em Del Castilho, Zona Norte do Rio, o pastor Daniel Santos pediu
votos para Crivella e para candidatos do PRB. O pedido de votos para Crivella em
templos, já flagrado pelo GLOBO nessas eleições, também num culto da Universal
em Nova Iguaçu, é vedado por lei. Mais precisamente na resolução 23.404 do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em seu artigo 11, parágrafo 2º. A punição, ao
candidato e a quem fez a campanha, é notificação e multa no valor de R$ 2 mil a
R$ 8 mil.
No primeiro turno, o Rio de Janeiro foi o
estado brasileiro com o maior número de ocorrências de irregularidades.
A Igreja Universal afirmou por meio de nota que
“apurou até agora que um membro da igreja, que fazia trabalho voluntário para o
candidato Marcelo Crivella fora do templo de Duque de Caxias (RJ), deixou o
material em uma sala, por esquecimento”. Já o candidato Marcelo Crivella se
manifestou por meio de sua assessoria dizendo que “não se deve fazer nenhuma
política dentro de igrejas” e que não foi a nenhuma igreja nesta campanha.
Segundo a nota, o candidato não “exerce qualquer cargo na IURD há mais de dez
anos”.
BATALHÃO DE CHOQUE
No início da madrugada deste domingo, três
carros do Batalhão de Choque da PM estavam estacionados em frente à garagem da
Catedral da Fé, em Del Castilho. Policiais controlavam a entrada e saída de
pessoas que moram num espaço anexo ao templo.
Segundo a assessoria do TRE, não há previsão
para reabertura da igreja. Por volta das 17h deste sábado, cabos eleitorais de
Luiz Fernando Pezão e Marcelo Crivella entraram em confronto nas proximidades do
templo.
"Tinha um lado que era Pezão e outro,
Crivella, na Avenida Dom Helder Câmara. Houve muito tumulto e pancadaria. Umas
pessoas dando bandeirada na cabeça das outras" - disse o engenheiro Ronaldo
Evaristo, morador de Del Castilho.
Fonte: O Globo.
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