Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, quer criar a Humanidade Livre, igreja sem doutrina e que segue apenas os ensinamentos de Jesus
Cinco meses após celebrar a primeira missa alternativa em um ginásio poliesportivo de Bauru, no interior de São Paulo, Roberto Francisco Daniel, ou padre Beto como é mais conhecido, anunciou a criação da igreja “Humanidade Livre”. Com o slogan “acreditar em Deus é o que nos une”, a nova denominação, identificada com a teologia da libertação, prega o amor sem preconceito de raça, sexualidade ou estilo de vida.
Desde que se afastou da Igreja Católica, em abril de 2013, e foi excomungado pouco tempo depois pelo bispo de Bauru, Dom Caetano Ferrari, padre Beto continua desenvolvendo atividades pastorais - missas, casamentos e atendimentos. O diferencial é que, no caso dos casamentos, por exemplo, ele tem realizado cerimônias entre pessoas divorciadas e do mesmo sexo. O que seria impossível de se imaginar na Igreja Católica.
“A Humanidade Livre não tem doutrina. A única coisa que nós seguimos é Jesus Cristo como exemplo e como paradigma e os dois mandamentos que o Cristo pregou: que é amar a Deus sobre todas coisas e ao próximo como a ti mesmo. É simples assim”, justifica.
O religioso se afastou da igreja após ser repreendido pela diocese local por declarações publicadas na internet. Em redes sociais ele contestou os princípios morais conservadores da igreja e opinou sobre assuntos considerados polêmicos como homossexualidade e infidelidade. Por não se retratar publicamente, como determinou Dom Caetano, ele foi excomungado. A decisão foi ratificada pelo Vaticano em novembro de 2014, não havendo mais recurso.
Em entrevista exclusiva ao Terra o polêmico líder religioso que desafiou a Igreja Católica conta detalhes sobre a igreja que está criando.
Há poucos dias a paróquia Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Itaquera em São Paulo, trouxe no folheto da missa dominical, no trecho para oração dos fiéis, um apelo contrário à homofobia e solidário às pessoas LGBT que sofrem discriminação por conta de sua orientação sexual. Qual sua opinião sobre essa iniciativa que ocorreu dentro da Igreja Católica?
Padre Beto - Eu acho que é uma iniciativa muito boa. Conheço o padre Paulo [Paulo Sérgio Bezerra], da Paróquia Nossa Senhora do Carmo. Nós estivemos juntos nesse semestre, eles me convidaram para uma palestra, pra um bate-papo, um debate sobre igreja e sexualidade. É um movimento muito bom que ele tem lá com os jovens e com vários setores da sociedade. E se percebe que o padre Paulo, ele dirige uma comunidade muito lúcida e muito séria, e que quer realmente discutir questões que estão aí e são questões importantes para a sociedade.
Eu acho que essa é a função da religião, é ser uma força ética para que a sociedade amadureça. E eu acredito que inserir no rito da missa questões que sejam atuais é importantíssimo para a conscientização. Eu acho que setores assim do catolicismo devem ser apoiados e eu acho que estão na linha do papa Francisco.
Sacerdote do candomblé participa de missa do padre Beto, que foi excomungado pelo Vaticano |
Como surgiu a ideia de criar a igreja Humanidade Livre?
Padre Beto - A Humanidade Livre surgiu de forma muito espontânea. Depois da minha excomunhão eu não sabia exatamente o queria fazer. Eu tinha um número de agendamentos de casamentos muito grande, então eu comecei a desmarcar muitos casamentos, mas aí muitos casais começaram a responder pra mim "agora nós fazemos questão que o senhor faça o nosso casamento".
Aí então eu não tive como dizer não e comecei a celebrar os casamentos. E outros surgiram e eu comecei a celebrar casamentos com muito mais liberdade, porque eu já não estava mais na Igreja Católica, então eu comecei a realizar casamentos de divorciados e de pessoas do mesmo sexo.
Aí então eu não tive como dizer não e comecei a celebrar os casamentos. E outros surgiram e eu comecei a celebrar casamentos com muito mais liberdade, porque eu já não estava mais na Igreja Católica, então eu comecei a realizar casamentos de divorciados e de pessoas do mesmo sexo.
Começou também surgir o apelo de várias pessoas de uma celebração de missa dominical. Então esse ano nós começamos a celebrar em janeiro, só que de uma forma bastante informal. Eu estava na informalidade e algumas pessoas começaram a me alertar ‘cuidado, você está na informalidade e a gente nunca sabe a cabeça das pessoas. Isso pode gerar algum problema pra você’. Então surgiu a necessidade criar, formalizar isso, tanto juridicamente quanto fisicamente, aí veio a ideia da criação de uma Igreja.
Mas eu não queria uma igreja sectária, mais uma igreja no mundo, uma camisa ou um rótulo né, daí veio o problema. Como fazer isso? Como criar uma igreja que não seja sectária, que não seja mais uma bandeira que tente lutar pra ter fiéis e aquela coisa toda. E o meu irmão, meu único irmão, também acompanhando toda a história, as três ou quatro horas da madrugada, ele acordou de repente, teve um insight e escreveu.
Me ligou no dia seguinte e falou "Beto o nome é esse", aí eu falei "nossa é isso mesmo". Humanidade Livre é mais que um nome. Todo ser humano pertence a humanidade livre, desde que ele acredite e sonhe que a humanidade possa ser uma grande família. Uma família que aceite as diversidades, como toda a família é, em uma família os membros não pensam da mesma forma. Primeiro: a Humanidade Livre não tem doutrina.
A única coisa que nós seguimos é Jesus Cristo como exemplo e como paradigma e os dois mandamentos que o Cristo pregou: que é amar a Deus sobre todas coisas e ao próximo como a ti mesmo. É simples assim. É claro que nós podemos nos espelhar em todas as manifestações divinas que apareceram na humanidade, nos espelhar em Buda, Krishna, enfim, nos espelhar em todas essas manifestações de Deus que estão aí pela humanidade e pela história.
A Humanidade Livre é uma proposta que surgiu espontaneamente do apelo das pessoas que nós queremos assim desenvolver de uma forma bastante aberta né, é ser humano, só que livre pra pensar, pra refletir, pra crer e pra amar, principalmente.
Me ligou no dia seguinte e falou "Beto o nome é esse", aí eu falei "nossa é isso mesmo". Humanidade Livre é mais que um nome. Todo ser humano pertence a humanidade livre, desde que ele acredite e sonhe que a humanidade possa ser uma grande família. Uma família que aceite as diversidades, como toda a família é, em uma família os membros não pensam da mesma forma. Primeiro: a Humanidade Livre não tem doutrina.
A única coisa que nós seguimos é Jesus Cristo como exemplo e como paradigma e os dois mandamentos que o Cristo pregou: que é amar a Deus sobre todas coisas e ao próximo como a ti mesmo. É simples assim. É claro que nós podemos nos espelhar em todas as manifestações divinas que apareceram na humanidade, nos espelhar em Buda, Krishna, enfim, nos espelhar em todas essas manifestações de Deus que estão aí pela humanidade e pela história.
A Humanidade Livre é uma proposta que surgiu espontaneamente do apelo das pessoas que nós queremos assim desenvolver de uma forma bastante aberta né, é ser humano, só que livre pra pensar, pra refletir, pra crer e pra amar, principalmente.
E já existe uma sede?
Padre Beto - Não, ainda não existe, nós estamos providenciando. Estamos à procura de um espaço onde nós possamos celebrar, ter o nosso espaço físico próprio, mas também ali desenvolver cursos de promoção humana. A intenção nossa não é fazer assistencialismo, mas sim que as pessoas possam se desenvolver na vida, alcançar sua dignidade, mais do que isso, é desenvolver cursos e juntamente com eles a formação cidadã. Por exemplo, a dona Maria vai participar de um curso de culinária para poder desenvolver talvez uma marmitaria.
Ela vai fazer o curso, mas também vai fazer o curso de cidadania, vai aprender o que faz um prefeito, o que faz um vereador, o que é uma democracia, o que é uma república, qual a função de um presidente, as leis do consumidor, a constituição, direitos humanos, enfim, ela vai sair do curso capacitada para fazer a sua marmitaria, mas também capacitada como cidadã. É este objetivo.
Ela vai fazer o curso, mas também vai fazer o curso de cidadania, vai aprender o que faz um prefeito, o que faz um vereador, o que é uma democracia, o que é uma república, qual a função de um presidente, as leis do consumidor, a constituição, direitos humanos, enfim, ela vai sair do curso capacitada para fazer a sua marmitaria, mas também capacitada como cidadã. É este objetivo.
Para fazer parte da sua igreja será preciso ser batizado? Ou participar de uma catequese, primeira comunhão como se tem na Igreja Católica?
Padre Beto - Nada disso, quem está capacitado ou quem pode participar da humanidade livre? Aquele que se sente humano, aquele que quer amar o ser humano e aquele que percebeu que a nossa família é a humanidade, ponto final, esta é a única exigência para se participar. É não ter uma mente sectária, uma mente que nos divide, mas uma mente que enxergue que o mundo é a nossa casa, que nossa família são os seres humanos.
Tem alguma previsão para inauguração desse espaço?
Padre Beto - Está muito difícil, o setor imobiliário está complicado, então nós estamos à procura, mas os preços de aluguel estão de uma forma absurda ainda né. Vamos encontrar em questão de um mês, acredito eu, um espaço bom, central, que seja acessível para todo mundo. Porque por enquanto nós reunimos no Greb pessoas de diversas parte da cidade, e tem pessoas que atravessam a cidade. Então nós queremos um local que seja acessível para todos.
Quem são as pessoas que frequentam suas missas?
Padre Beto - Olha é uma coisa muito bonita de se falar, são pessoas de todos os tipos. Eu a princípio pensei que as missas iriam atrair os jovens, mas muitas pessoas da terceira idade frequentam a missa, pessoas de meia idade e jovens também. Hoje são pessoas de berço católico, de berço evangélico, de berço kardecista, então temos uma diversidade muito grande de credos religiosos.
Como eu disse na missa passada quando nos oficializamos a Humanidade Livre, pra nós não importa isso, a pessoa pode acreditar na ressurreição, pode acreditar na reencarnação, pode acreditar que depois da morte não tenha mais nada, pra nós não importa porque só vamos constatar isso depois que morrer.
O que nos importa é a vida aqui e o que nós fazemos com ela, quem está na fila do SUS [Sistema Único de Saúde] é o católico, o evangélico, o espirita, o membro do candomblé e todos estão sofrendo. O que nós queremos, e vamos tentar transformar tudo isso, porque o que importa aqui é amar o ser humano.
Como eu disse na missa passada quando nos oficializamos a Humanidade Livre, pra nós não importa isso, a pessoa pode acreditar na ressurreição, pode acreditar na reencarnação, pode acreditar que depois da morte não tenha mais nada, pra nós não importa porque só vamos constatar isso depois que morrer.
O que nos importa é a vida aqui e o que nós fazemos com ela, quem está na fila do SUS [Sistema Único de Saúde] é o católico, o evangélico, o espirita, o membro do candomblé e todos estão sofrendo. O que nós queremos, e vamos tentar transformar tudo isso, porque o que importa aqui é amar o ser humano.
A celebração ainda é um pouco baseada nos ritos católicos ou houve alguma adaptação?
Padre Beto - Tudo é um processo. Quando eu comecei a celebrar a missa, não poderia ser uma missa católica. E o pessoal ainda entende que a missa é uma coisa exclusiva do catolicismo, mas não é. Ela é um rito que pertence ao cristianismo, eu tirei os elementos católicos. A princípio nós tivemos uma dificuldade muito grande de encontrar grupos de música religiosa, porque eu acredito que muitos ficaram com medo de participar da missa e serem boicotados por outras igrejas.
E aí aconteceu uma coisa muito interessante, os músicos profissionais da noite de Bauru, começaram a se oferecer. Então nós começamos a montar um calendário com esses músicos. É claro que eu não ia exigir que eles tocassem músicas religiosas, porque não pertence ao dia a dia deles. Então eu expliquei os momentos de cada missa pra eles e falei que poderiam escolher qualquer tipo de música, desde que se encaixassem nesses momentos. Porque essa divisão entre música gospel, sagrada ou música sacra e música profana é um absurdo.
O Cristo não fazia essa divisão. Uma música como Amor de Índio, por exemplo, é uma música extremamente sacra na minha opinião. Que fala da vida, fala do amor, fala do quanto o amor é sagrado. Então a missa é recheada de músicas que vão desde o rock a MPB e fica mais descontraída, mais livre e mais inserida na nossa realidade, nosso cotidiano.
E aí aconteceu uma coisa muito interessante, os músicos profissionais da noite de Bauru, começaram a se oferecer. Então nós começamos a montar um calendário com esses músicos. É claro que eu não ia exigir que eles tocassem músicas religiosas, porque não pertence ao dia a dia deles. Então eu expliquei os momentos de cada missa pra eles e falei que poderiam escolher qualquer tipo de música, desde que se encaixassem nesses momentos. Porque essa divisão entre música gospel, sagrada ou música sacra e música profana é um absurdo.
O Cristo não fazia essa divisão. Uma música como Amor de Índio, por exemplo, é uma música extremamente sacra na minha opinião. Que fala da vida, fala do amor, fala do quanto o amor é sagrado. Então a missa é recheada de músicas que vão desde o rock a MPB e fica mais descontraída, mais livre e mais inserida na nossa realidade, nosso cotidiano.
Há algum relato de alguém que frequenta as suas missas e foi boicotado em suas igrejas de origem?
Padre Beto - Infelizmente nós tivemos o relato de pessoas que começaram a frequentar a missa, depois chegaram a suas igrejas de origem e foram excluídas. “Olha você está frequentando a missa lá do padre Beto então pode ficar por lá, você não é bem-vindo aqui”. Infelizmente nós tivemos esse tipo de reação.
E esses fiéis eram católicos ou de outra religião?
Padre Beto - Na maioria são católicos.
A maioria das denominações hoje são divididas em pentecostais ou neopentecostais, teologia da libertação, teologia da prosperidade. A Humanidade Livre vai trabalhar como?
Padre Beto - Ela não vai ter doutrina, não vai ter preceitos religiosos, não vai ter preceitos morais, a nossa questão é ética. Ela tem que ser transparente e eu tenho que ser coerente com os meus valores. E ela vai ser bastante pragmática, quer dizer, o que nos interessa é fazer alguma coisa para que a sociedade se torne mais humana e melhor. Eu diria que se aproxima mais da teologia da libertação.
Ela se aproxima mais de uma proposta de transformação da sociedade num reino de Deus, ou seja, num espaço aonde exista fraternidade, exista amor, exista igualdade em todos os sentidos. Então eu acredito, pentecostal ela não é, neopentecostal ela também não é, ela não tem nenhuma crença de ação mágica do Espirito Santo nesse sentido, então eu acho que ela se aproxima muito mais da teologia da libertação.
Ela se aproxima mais de uma proposta de transformação da sociedade num reino de Deus, ou seja, num espaço aonde exista fraternidade, exista amor, exista igualdade em todos os sentidos. Então eu acredito, pentecostal ela não é, neopentecostal ela também não é, ela não tem nenhuma crença de ação mágica do Espirito Santo nesse sentido, então eu acho que ela se aproxima muito mais da teologia da libertação.
O senhor continua realizando casamentos? Está com a agenda cheia?
Padre Beto - Eu estou com a agenda cheia, já tenho agendamentos para o final do ano que vem. E a procura é constante, ontem mesmo tive que responder vários e-mails.
As celebrações são em várias partes do país?
Padre Beto - São, eu estou indo agora para Vitória, no Espírito Santo, para fazer um casamento igualitário e tenho já marcado no Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas (SP), entre outras.
Em relação a excomunhão, naquele ano o senhor chegou a entrar com um processo na justiça comum para tentar reverter a decisão, alegando que não houve o direito de defesa. Esse processo ainda tramita?
Padre Beto - Tramita sim. Nós perdemos em primeira instância e ele está agora no Tribunal de Justiça em São Paulo. Então nós estamos aguardando a decisão do tribunal. Se for positiva, ótimo, eu acho que aí o Estado mostrou que ele é laico e que ele não se rebaixa à Igreja Católica. Se nós não ganharmos, vamos recorrer. O que importa pra nós é mostrar que uma instituição, seja lá religiosa ou não, ela não pode fazer isso com um indivíduo, com um ser humano.
O Vaticano ratificou a decisão do bispo de Bauru em novembro de 2014. O senhor recebeu algum comunicado oficial da Diocese e/ou do próprio Vaticano informando que a partir dali estaria fora da igreja?
Padre Beto - É incrível, mas até hoje eu não recebi papel nenhum. Eu soube pela imprensa apenas e pelo site da Diocese.
Muitas pessoas se referem ao senhor como ex-padre. Com essa nova igreja qual é a forma de tratamento para se referir ao senhor, a denominação, enquanto líder religioso da Humanidade Livre?
Padre Beto - Quando eu leio isso o sentimento é de inconformidade. Primeiro: a excomunhão não tira o padre. Banido, mas eu sou um sacerdote. Isso oficialmente, para Igreja Católica. Existe o processo de secularização. Eles podem abrir um processo desse e para a Igreja Católica eu deixo de se padre mesmo, eu volto ao estado laico. Por enquanto eu sou um padre, só que um padre excomungado.
O pessoal usa o ex-padre talvez por não entender a excomunhão, o que ela é. Eu espero agora com a criação da Humanidade Livre espero que o pessoal fale “ele é um padre da Humanidade Livre”. Vamos supor que eu quisesse me casar, eu não poderia casar na Igreja Católica porque eu seria um padre, além de excomungado. A menos que eles entrem com esse processo de secularização que é muito usado por padres que querem deixar a batina e tem um bom motivo pra isso. Então ele entra com processo de secularização ai ele volta ao estado laico e pode se casar tranquilamente porque os dois sacramentos não são compatíveis.
Nós já pensamos várias vezes sobre isso, primeiro que eu não consigo desvencilhar o “Beto” do “padre”. E a gente não consegue encontrar nenhuma denominação que não seja piegas. (risos) Que não tenha aquele ranço religioso. Se você fala apóstolo, missionário, tudo isso tem um ranço incrível em torno disso.
O pessoal usa o ex-padre talvez por não entender a excomunhão, o que ela é. Eu espero agora com a criação da Humanidade Livre espero que o pessoal fale “ele é um padre da Humanidade Livre”. Vamos supor que eu quisesse me casar, eu não poderia casar na Igreja Católica porque eu seria um padre, além de excomungado. A menos que eles entrem com esse processo de secularização que é muito usado por padres que querem deixar a batina e tem um bom motivo pra isso. Então ele entra com processo de secularização ai ele volta ao estado laico e pode se casar tranquilamente porque os dois sacramentos não são compatíveis.
Nós já pensamos várias vezes sobre isso, primeiro que eu não consigo desvencilhar o “Beto” do “padre”. E a gente não consegue encontrar nenhuma denominação que não seja piegas. (risos) Que não tenha aquele ranço religioso. Se você fala apóstolo, missionário, tudo isso tem um ranço incrível em torno disso.
Você não acha uma palavra do século 21 que defina o líder religioso de uma forma positiva. Então é difícil, tentei várias vezes procurar sinônimos para padre e tem umas coisas absurdas. Então, por enquanto vai continuar padre (risos). Uma coisa que eu gostaria de ressaltar e que vocês colocassem é que a Humanidade Livre não vai cobrar dízimo. E não vai ter excomunhão (risos).
A questão do dinheiro é uma coisa complicada. E combinar religião com dinheiro é complicado, mas também a gente não faz nada nesse mundo se não tiver dinheiro. Infelizmente nós vivemos num capitalismo. Agora, o dízimo nós achamos uma forma muito difícil, ela está no limiar da exploração. Então nós não queremos usar isso.
Nós queremos fazer atividades que nos deem um certo capital pra que a gente possa investir em cursos de formação humana, pra que a gente possa pagar um aluguel, assim por diante. Mas, atividades que todo mundo venha a ganhar. Por exemplo, na semana passada teve uma mulher vendendo pão de mel lá. Então uma parte vai pra ela, outra pra igreja. E ela se promove porque o pão de mel tinha um selinho com o telefone dela.
Então quem quisesse comprar mais doces, poderia entrar em contato mais tarde. Então é assim que a gente quer se desenvolver.
A questão do dinheiro é uma coisa complicada. E combinar religião com dinheiro é complicado, mas também a gente não faz nada nesse mundo se não tiver dinheiro. Infelizmente nós vivemos num capitalismo. Agora, o dízimo nós achamos uma forma muito difícil, ela está no limiar da exploração. Então nós não queremos usar isso.
Nós queremos fazer atividades que nos deem um certo capital pra que a gente possa investir em cursos de formação humana, pra que a gente possa pagar um aluguel, assim por diante. Mas, atividades que todo mundo venha a ganhar. Por exemplo, na semana passada teve uma mulher vendendo pão de mel lá. Então uma parte vai pra ela, outra pra igreja. E ela se promove porque o pão de mel tinha um selinho com o telefone dela.
Então quem quisesse comprar mais doces, poderia entrar em contato mais tarde. Então é assim que a gente quer se desenvolver.
A oferta continua?
Padre Beto - A oferta continua, mas é só uma oferta.
Fonte: Terra
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