O Brasil hoje é um país condenado pelas verbas estatais de anúncio. Ou alguém exige dos políticos uma lei proibindo empresas como Petrobrás e Correios de anunciarem em qualquer meio, além de definir critérios de isonomia para anúncios, ou então nossa democracia caminha para cair de morte, saindo o PT do governo ou não (lembre-se que temos PSOL e PSB, tarados por um totalitarismo).
O editorial escrito pelo Globo na última sexta-feira (7/8) é uma das peças de propaganda mais canalhas, mais desonestas, mais cínicas e mais baixas de que se tem notícia. Nem o Pravda desceria tanto.
Há momentos nas crises que impõem a avaliação da importância do que está em jogo. Os fatos das últimas semanas e, em especial, de quarta-feira, com as evidências do desmoronamento da já fissurada base parlamentar do governo, indicam que se chegou a uma bifurcação: vale mais o destino de políticos proeminentes ou a estabilidade institucional do país?
Isto aqui não é opinião do Globo nem aqui e nem na China. Não é uma opinião independente, de qualquer forma. Isso é o repeteco do discurso do programa do PT de um dia atrás (6/8). Esta é a peça de propaganda de João Santana: "Temos crise econômica, mas crise política é muito pior. Fique contra os que querem acabar com a estabilidade. Eles são os vilões. O PT é o mocinho da história".
Nada mal para um jornal que tem as mãos sujas de sangue, ao apoiar a ditadura militar. Agora, suja-se de novo para apoiar os totalitários do PT. Se o programa do PT já foi desmascarado, o mesmo vale para esta mentira do Globo. Mas aqui vai a refutação a Luiz Trabuco, para quem ainda não leu a refutação da ridícula tese de que "o problema é a crise política".
Mesmo o mais ingênuo baixo-clero entende que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), age de forma assumida como oposição ao governo Dilma na tentativa de demonstrar força para escapar de ser denunciado ao Supremo, condenado e perder o mandato, por envolvimento nas traficâncias financeiras desvendadas pela Lava-Jato.
Aha, fazer oposição ao governo do PT não pode, não é? Nem disfarçam o anseio totalitário. Mas aí o Globo diz que Cunha tem "interesses pessoais". Claro, claro. Pois o PT não tem. É um partido completamente altruísta. De fato, o Globo ofende a inteligência de seus leitores. Aliás, tudo que Cunha faz é para se ver livre das acusações? Estranho, pois acusações em quantidade ainda maior estão com os líderes petistas. Você já pode notar que não há uma palavra honesta no discurso do Globo.
Daí, trabalhar pela aprovação de “pautas-bomba”, destinadas a explodir o Orçamento e, em consequência, queira ou não, desestabilizar de vez a própria economia brasileira.
"Pauta-bomba" é meuzovo!
Não existe "pauta-bomba". Já demonstrei isto por aqui.
A Câmara retomou as votações na quarta, com mais uma aprovação irresponsável, da PEC 443, que vincula os salários da Advocacia-Geral da União, delegados civis e federais a 90,25% da remuneração dos ministros do Supremo. Espeta-se uma conta adicional de R$ 2,4 bilhões, por ano, nas costas do contribuinte. Reafirma-se a estratégia suicida de encurralar Dilma, por meio da explosão do Orçamento, e isso numa fase crítica de ajuste fiscal. É uma clássica marcha da insensatez.
Como falei, a tal "pauta-bomba" era uma mentira e o Globo já se desmascara sozinho logo em seguida. Quer dizer que o problema é uma conta de R$ 2,4 bilhões por ano a mais, enquanto o governo se recusa a reduzir o custo de 420 bilhões por ano em seus ministérios aparelhados? Por que o Globo não diz nada sobre estes gastos? Alias, a Globo recebeu R$ 6,2 bilhões de anúncios federais nos últimos anos. Legislando em causa própria, Globo? É este o custo de sua dignidade? Foi exatamente o mesmo que aconteceu na ditadura militar, não é?
Até há pouco, o presidente do Senado, o também peemedebista Renan Calheiros (AL), igualmente investigado na Lava-Jato, agia na mesma direção, sempre com o apoio jovial e inconsequente dos tucanos. Porém, na terça, antes de almoço com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Renan declarou não ser governista, mas também não atuar como oposicionista, seguindo o presidente da Câmara, e descartou a aprovação desses projetos-bomba pelo Congresso. Um gesto de sensatez.
Sensatez vai ser no dia em que os republicanos começarem a exigir que a verba estatal de anúncios seja eliminada em grande parte, via projetos de lei. Aí a palhaçada diminui. A "opinião" do Globo (se é que eles têm uma) seria a mesma sem os R$ 6,2 bilhões torrados (e sem nenhum benefício ao país) pelo governo petista na emissora?
Se a conjuntura já é muito ruim, a situação piora com o deputado Eduardo Cunha manipulando com habilidade o Legislativo na sua guerra particular contra Dilma e petistas. Equivale ao uso de arma nuclear em briga de rua, e com a conivência de todos os partidos, inclusive os da oposição.
De novo a canalhice se exibe para quem tiver olhos para ver. Eles estão choramingando de um gasto de R$ 2,4 bilhões em uma aprovação de lei justificável, enquanto ao mesmo tempo se recusam a abrir a boca para falar dos R$ 420 bilhões gastos por ano com os ministérios do PT. E, é claro, não falam nada dos R$ 6,2 bilhões de anúncios federais que receberam para mais uma vez venderem sua alma a ditadores. É de dar ânsia de vômito, no mínimo.
É preciso entender que a crise política, enquanto corrói a capacidade de governar do Planalto, turbina a crise econômica, por degradar as expectativas e paralisar o Executivo. Dessa forma, a nota de risco do Brasil irá mesmo para abaixo do “grau de investimento”, com todas as implicações previsíveis: redução de investimentos externos, diretos e para aplicações financeiras; portanto, maiores desvalorizações cambiais, cujo resultado será novo choque de inflação. Logo, a recessão tenderá a ser mais longa, bem como, em decorrência, o ciclo de desemprego e queda de renda.
Globo, aproveita e devolve toda a verba recebida com anúncios estatais, ok? Vamos parar de hipocrisia? A "crise política" é culpa única e exclusiva do PT, que tem feito um governo lixo, está gastando os tubos com ministérios onde a "cumpanheirada" se locupleta, torrando com anúncios estatais que só servem para comprar opinião e ainda por cima enfiando muita verba em outras ditaduras, causando prejuízo deliberado aos cofres públicos.
De novo: um órgão de mídia que recebeu R$ 6,4 bilhões de verbas estatais indevidas nos últimos anos não tem moral alguma para reclamar de um projeto de lei que onerou os cofres públicos em R$ 2,4 bilhões, ao mesmo tempo em que este órgão de mídia esconde sordidamente o fato de que o governo torra R$ 420 bilhões por ano em ministérios.
Tudo isso deveria aproximar os políticos responsáveis de todos os partidos para dar condições de governabilidade ao Planalto.
Mais um parágrafo com a marca de João Santana. Ou seja, o governo PT, que praticou uma política econômica perdulária, maquiou dados para se eleger, cometeu estelionato eleitoral e continua torrando meio trilhão por ano em ministérios aparelhados e outros bilhões em ditaduras sanguinárias e mídias desonestas, é um "coitadinho vítima de deputados irresponsáveis".
Enfim, está na hora do Congresso ter uma verdadeira "pauta-bomba", mas contra a mídia chapa-branca. Como? Aqui vão algumas dicas:
- Proibir anúncios de empresas monopolistas, como Correios e Petrobrás (só isso já reduz em 70% o montante de anúncios)
- Criar critérios de isonomia nos anúncios, inclusive na Internet (jogando tudo no Adsense ou nos Links Patrocinados)
Com isto, começaremos a ver de fato qual é a "opinião" do Globo. Não aquela que está no programa do PT, e que vimos sob a forma de um suposto "editorial", que consegue rebaixar a empresa dos Marinho ao mesmo nível moral em que estava na época da ditadura.
Fonte: Ceticismo Político
Arrasou!
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