Há um grupo de teólogos que espiritualiza boa parte das profecias bíblicas sobre o futuro. Eles afirmam que, na cruz, o Senhor prendeu Satanás, simbolicamente (cf. Ap 20.1-3). Tal aprisionamento denota que o Senhor limitou o poder do Inimigo de enganar as nações.
Esses teólogos costumam contestar o pré-milenarismo pré-tribulacionista, escola de interpretação prevalecente entre os estudiosos pentecostais, como Stanley Horton, Antonio Gilberto e outros eruditos da Assembleia de Deus.
Alguns até desdenham: “As duas etapas da Segunda Vinda de Jesus e o Milênio são invencionices dos dispensacionalistas e dos assembleianos, que são muitos fracos em escatologia. Por que nenhum reformador falou sobre isso?”
Tudo acontecerá, segundo os tais teólogos, de uma vez só, “naquele dia”. Quantos aos “mil anos”, mencionados em Apocalipse 20.1-7 por seis vezes, são apenas um número simbólico, que indica um período de tempo iniciado na primeira vinda de Cristo, o qual nunca terminará. Não haverá, portanto, um Reino milenar e físico. Afinal, o Reino Eterno e espiritual já está em plena atividade.
Os teólogos preteristas reconhecem, no entanto, que é impossível ser dogmático quanto ao que significa a expressão “mil anos” em Apocalipse 20.1-7. Mesmo assim, têm preferido negar o que está escrito para defenderem uma teoria fundamentada na interpretação hipotética de que não haverá o Milênio.
Ao defenderem o aprisionamento do Diabo, na cruz, eles reafirmam que ali houve o esmagamento pactual do Inimigo. E, nesse caso, o anjo que o prendeu (cf. Ap 20.1) é o próprio Cristo. Mas, se o Diabo tivesse mesmo sido aprisionado quando Jesus foi crucificado, de que maneira teria conseguido encher o coração de Ananias, para que este mentisse ao Espírito Santo (At 5.3)?
Por que Paulo afirmou que “o deus deste século [o Diabo] cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Co 4.4)? E por que, ainda, disse que não ignorava os ardis de Satanás (2 Co 2.11)? Os resultados do aprisionamento do Diabo, segundo os teólogos preteristas, estariam ocorrendo progressivamente ao longo da História. Ora, como explicar o que aconteceu nas duas grandes guerras, que ocorreram quase dois mil anos após o suposto aprisionamento do Inimigo?
Sinceramente, interpretar o texto de Apocalipse 20.1-3 como uma alusão ao suposto aprisionamento de Satanás ocorrido na cruz é uma forma de forçar as Escrituras a dizerem o que não dizem. Afinal, a própria Palavra de Deus assevera que o Inimigo é “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2); e pode, inclusive, opor-se hoje aos servos do Senhor (1 Ts 2.18; 1 Pe 5.8,9; Ef 6.11,12).
De acordo com a escola preterista, ainda, Cristo está reinando, em espírito, e foi entronizado como Rei logo após suas ressurreição e ascensão. E o fato de Ele estar hoje assentado à mão direita de Deus, nas regiões celestiais, denota que o Reino “milenar” está em plena atividade. Pouco a pouco, o Rei conquistará o mundo pela vitória do Evangelho.
Segue-se que o Milênio, para tais teólogos, é uma extensão do período da Igreja que ocasionará uma grande disseminação do Evangelho. Os “mil anos” são simbólicos e correspondem ao período entre a morte de Cristo e a evangelização total do mundo. Em outras palavras, eles já são, hoje, mais de dois mil anos!
É possível mesmo espiritualizar a expressão “mil anos”, constante seis vezes de Apocalipse 20.1-7? Os teólogos que se opõem ao “incongruente” e “simplório” pré-milenarismo explicam o seguinte: “Como mil é o cubo de dez (10x10x10), e este é um número de perfeição quantitativa, os ‘mil anos’ serviriam como descrição simbólica da glória permanente do Reino que Cristo estabeleceu quando veio ao mundo”. Como diriam os norte-americanos, “Waw”.
Com todo o respeito, a interpretação preterista de Apocalipse não honra as Escrituras. Ela nos obriga a dar vários eventos futuros como já ocorridos, o que é inviável. Não posso aceitar, à luz da Bíblia, que a Grande Tribulação já aconteceu, na geração contemporânea de Cristo, e que o Anticristo já se manifestou, no século I. Se acreditarmos que estamos no Milênio — sendo este supostamente um período indefinido entre a morte de Cristo e a evangelização mundial, ou um Reino Eterno inaugurado na primeira vinda do Senhor —, o que seria o Arrebatamento?
O Arrebatamento, segundo a escola preterista, simplesmente deixaria de ser o primeiro evento escatológico, tão esperado pela Igreja, para ser um único evento, o fim de todas as coisas. E isso implicaria adaptar toda a mensagem da Bíblia a esse sistema de interpretação, ignorando a clara sequência cronológica de Apocalipse 19 a 22:
1) A Igreja glorificada no Céu: 19.1-10.
2) A Manifestação de Cristo em poder e grande glória, com a Igreja: 19.11-16.
3) A batalha do Armagedom: 19.17-19.
4) A vitória de Cristo sobre o Anticristo: Ap 19.20,21.
5) A prisão de Satanás, após a Manifestação de Cristo em poder e grande glória: 20.1-3.
6) A ressurreição dos mártires da Tribulação: 20.4,5.
7) O Milênio: 20.4-6.
8) A liberação de Satanás após o Milênio: 20.7-9.
9) A condenação final do Diabo: 20.10.
10) O Juízo Final: 20.11-15.
11) Novo Céu e Nova Terra: 21-22.
“Ora, vem, Senhor Jesus”.
Autor: Ciro Sanches Zibordi
Tudo acontecerá, segundo os tais teólogos, de uma vez só, “naquele dia”. Quantos aos “mil anos”, mencionados em Apocalipse 20.1-7 por seis vezes, são apenas um número simbólico, que indica um período de tempo iniciado na primeira vinda de Cristo, o qual nunca terminará. Não haverá, portanto, um Reino milenar e físico. Afinal, o Reino Eterno e espiritual já está em plena atividade.
Os teólogos preteristas reconhecem, no entanto, que é impossível ser dogmático quanto ao que significa a expressão “mil anos” em Apocalipse 20.1-7. Mesmo assim, têm preferido negar o que está escrito para defenderem uma teoria fundamentada na interpretação hipotética de que não haverá o Milênio.
Ao defenderem o aprisionamento do Diabo, na cruz, eles reafirmam que ali houve o esmagamento pactual do Inimigo. E, nesse caso, o anjo que o prendeu (cf. Ap 20.1) é o próprio Cristo. Mas, se o Diabo tivesse mesmo sido aprisionado quando Jesus foi crucificado, de que maneira teria conseguido encher o coração de Ananias, para que este mentisse ao Espírito Santo (At 5.3)?
Por que Paulo afirmou que “o deus deste século [o Diabo] cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Co 4.4)? E por que, ainda, disse que não ignorava os ardis de Satanás (2 Co 2.11)? Os resultados do aprisionamento do Diabo, segundo os teólogos preteristas, estariam ocorrendo progressivamente ao longo da História. Ora, como explicar o que aconteceu nas duas grandes guerras, que ocorreram quase dois mil anos após o suposto aprisionamento do Inimigo?
Sinceramente, interpretar o texto de Apocalipse 20.1-3 como uma alusão ao suposto aprisionamento de Satanás ocorrido na cruz é uma forma de forçar as Escrituras a dizerem o que não dizem. Afinal, a própria Palavra de Deus assevera que o Inimigo é “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2); e pode, inclusive, opor-se hoje aos servos do Senhor (1 Ts 2.18; 1 Pe 5.8,9; Ef 6.11,12).
De acordo com a escola preterista, ainda, Cristo está reinando, em espírito, e foi entronizado como Rei logo após suas ressurreição e ascensão. E o fato de Ele estar hoje assentado à mão direita de Deus, nas regiões celestiais, denota que o Reino “milenar” está em plena atividade. Pouco a pouco, o Rei conquistará o mundo pela vitória do Evangelho.
Segue-se que o Milênio, para tais teólogos, é uma extensão do período da Igreja que ocasionará uma grande disseminação do Evangelho. Os “mil anos” são simbólicos e correspondem ao período entre a morte de Cristo e a evangelização total do mundo. Em outras palavras, eles já são, hoje, mais de dois mil anos!
É possível mesmo espiritualizar a expressão “mil anos”, constante seis vezes de Apocalipse 20.1-7? Os teólogos que se opõem ao “incongruente” e “simplório” pré-milenarismo explicam o seguinte: “Como mil é o cubo de dez (10x10x10), e este é um número de perfeição quantitativa, os ‘mil anos’ serviriam como descrição simbólica da glória permanente do Reino que Cristo estabeleceu quando veio ao mundo”. Como diriam os norte-americanos, “Waw”.
Com todo o respeito, a interpretação preterista de Apocalipse não honra as Escrituras. Ela nos obriga a dar vários eventos futuros como já ocorridos, o que é inviável. Não posso aceitar, à luz da Bíblia, que a Grande Tribulação já aconteceu, na geração contemporânea de Cristo, e que o Anticristo já se manifestou, no século I. Se acreditarmos que estamos no Milênio — sendo este supostamente um período indefinido entre a morte de Cristo e a evangelização mundial, ou um Reino Eterno inaugurado na primeira vinda do Senhor —, o que seria o Arrebatamento?
O Arrebatamento, segundo a escola preterista, simplesmente deixaria de ser o primeiro evento escatológico, tão esperado pela Igreja, para ser um único evento, o fim de todas as coisas. E isso implicaria adaptar toda a mensagem da Bíblia a esse sistema de interpretação, ignorando a clara sequência cronológica de Apocalipse 19 a 22:
1) A Igreja glorificada no Céu: 19.1-10.
2) A Manifestação de Cristo em poder e grande glória, com a Igreja: 19.11-16.
3) A batalha do Armagedom: 19.17-19.
4) A vitória de Cristo sobre o Anticristo: Ap 19.20,21.
5) A prisão de Satanás, após a Manifestação de Cristo em poder e grande glória: 20.1-3.
6) A ressurreição dos mártires da Tribulação: 20.4,5.
7) O Milênio: 20.4-6.
8) A liberação de Satanás após o Milênio: 20.7-9.
9) A condenação final do Diabo: 20.10.
10) O Juízo Final: 20.11-15.
11) Novo Céu e Nova Terra: 21-22.
“Ora, vem, Senhor Jesus”.
Autor: Ciro Sanches Zibordi
Phonte: Estudos Gospel
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