Segundo governo, medida não significa ação terrestre, mas apenas aérea.Moscou apoia o regime de Bashar al-Assad contra o rebeldes locais.
O Parlamento da Rússia, autorizou nesta quarta-feira (30) o envio de tropas russas à Síria, a pedido do presidente do país, Vladimir Putin.
O anúncio foi feito pelo chefe da administração da presidência russa, Sergei Ivanov, depois de participar como porta-voz de Putin na sessão realizada no Conselho da Federação, a câmara mais alta do Parlamento local, para discutir o assunto. “O presidente pediu à liderança de nosso país por assistência militar”, afirmou.
Entretanto, segundo ele, a medida não significa que tropas terrestres irão se engajar no conflito, e que o uso militar se refere apenas à força aérea do país.
"Como já disse nosso presidente, o uso das Forças Armadas em terra está descartado, e o alvo militar da operação é o apoio aéreo às forças governamentais sírias em sua luta contra o Estado Islâmico (EI)", explicou Ivanov.
"Não se trata de conseguir objetivos em política externa, nem de satisfazer ambições, como nos acusam nossos parceiros ocidentais. Trata-se exclusivamente dos interesses da Federação da Rússia", ressaltou o funcionário do Kremlin.
"A utilização das Forças Armadas no território de um terceiro país só é possível com base em uma resolução da ONU ou a pedido do governo legítimo desse país. Neste caso a Rússia será de fato o único país que atuará sobre uma base legítima: a pedido do presidente da Síria", assinalou.
De acordo com ele, o presidente da Síria, Bashar al Assad, se dirigiu oficialmente à Rússia para pedir ajuda militar na luta contra os jihadistas.
"O presidente sírio se dirigiu a nosso país para pedir ajuda militar, portanto podemos dizer que é preciso combater o terrorismo, e que os esforços devem ser combinados, mas que continua sendo necessário respeitar a legislação internacional", disse Ivanov aos jornalistas após discursar em nome de Putin.
A Rússia tem aumentado sua presença militar, na Síria, onde apoia as forças do governo de Bashar al-Assad em um conflito que o coloca contra militantes do Estado Islâmico e rebeldes apoiados pelo Ocidente.
“Se houver uma coalizão unida, o que eu duvido, ou no fim duas coalizões – uma americana e uma russa- elas vão coordenar suas ações”, disse Ivan Konovalov, um especialista militar, à Reuters. “Para as forças russas operarem lá legitimamente era necessária uma lei.”
Há relatos de que a Rússia já está realizando ataques aéreos na Síria, não confirmados pelo Kremlin.
Da última vez que o Parlamento russo concedeu a permissão de tropas no exterior, as forças armadas foram usadas para conquistar a Crimeia da Ucrânia durante o conflito do ano passado.
Apoio na ONU
Putin, que reiterou seu apoio ao regime do presidente sírio, Bashar al Assad, defendeu a criação de uma coalizão internacional para lutar contra os jihadistas, ao lado do governo de Damasco e do Irã, durante seu pronunciamento na segunda-feira na Assembleia Geral da ONU em Nova York.
No entanto, após sua reunião com o presidente americano Barack Obama também na segunda, descartou totalmente uma operação terrestre das tropas russas na Síria, mas reconheceu que Moscou estava avaliando o uso da Força Aérea para bombardear posições do Estado Islâmico no país árabe.
Tanto Putin como seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, asseguraram que qualquer intervenção militar, seja na Síria ou em outro país, necessita de uma autorização do Conselho de Segurança da ONU para garantir sua legitimidade.
O principal órgão executivo da ONU se reunirá em Nova York após ser convocado pela Rússia, que apresentará seu projeto de resolução sobre a necessidade de coordenar as ações contra o Estado Islâmico e outros grupos terroristas.
Além disso, o Kremlin convidou mais países a se juntarem ao centro de troca de informações para a luta contra os grupos jihadistas que foi criado recentemente junto com Síria, Irã e Iraque.
Fonte: Mundo
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