Às 10h30m de quarta-feira, candidatos a vereador e cabos eleitorais de Marcelo Crivella se reuniram na entrada do camelódromo da Uruguaiana, no Centro. Sob sol forte, distribuíam panfletos enquanto esperavam o líder das pesquisas na disputa pela prefeitura.
Ao lado de uma caixa de som e com um microfone na mão, um dos cabos eleitorais interrompeu o “Funk do Crivella”, que ecoava nas vielas do comércio popular, e deixou um eleitor falar. Para o constrangimento do operador da caixa de som, o seguidor disse: “Quem é evangélico precisa votar no Crivella”. Imediatamente, o microfone voltou para as mãos do cabo eleitoral, que deu o recado:
— Todos são bem-vindos na campanha do Crivella: católicos, kardecistas, espíritas, umbandistas. Todos são Crivella!
Com rejeição menor do que nas últimas eleições, Crivella trabalha para desconstruir a imagem de candidato da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, seu tio. Na pesquisa Ibope divulgada anteontem, ele aparece com 31% das intenções de voto, com crescimento de quatro pontos em relação à pesquisa anterior. Já a sua rejeição despencou de 35% para 24%.
Nas ruas, o candidato do PRB se esforça para estar ao lado de pessoas de diferentes crenças. No fim de agosto, encontrou-se com o arcebispo do Rio, cardeal dom Orani. Uma semana depois, em Madureira, apareceu no “RJTV”, da TV Globo, acompanhado do pai de santo Douglas Penha.
— Me iniciei no candomblé aos 12 anos, hoje sou babalorixá, mas tenho irmã e pessoas da família que são da Igreja Assembleia de Deus. Resolvi apoiar o Crivella para acabar com a intolerância religiosa — diz o pai de santo.
Andanças pela zona sul
— Todos são bem-vindos na campanha do Crivella: católicos, kardecistas, espíritas, umbandistas. Todos são Crivella!
Com rejeição menor do que nas últimas eleições, Crivella trabalha para desconstruir a imagem de candidato da Igreja Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo, seu tio. Na pesquisa Ibope divulgada anteontem, ele aparece com 31% das intenções de voto, com crescimento de quatro pontos em relação à pesquisa anterior. Já a sua rejeição despencou de 35% para 24%.
Nas ruas, o candidato do PRB se esforça para estar ao lado de pessoas de diferentes crenças. No fim de agosto, encontrou-se com o arcebispo do Rio, cardeal dom Orani. Uma semana depois, em Madureira, apareceu no “RJTV”, da TV Globo, acompanhado do pai de santo Douglas Penha.
— Me iniciei no candomblé aos 12 anos, hoje sou babalorixá, mas tenho irmã e pessoas da família que são da Igreja Assembleia de Deus. Resolvi apoiar o Crivella para acabar com a intolerância religiosa — diz o pai de santo.
Andanças pela zona sul
Crivella tem frequentado restaurantes da Zona Sul e se aproximado de personalidades da sociedade carioca para alavancar sua candidatura na região onde tradicionalmente sofre resistência. Na semana passada, almoçou com Ricardo Amaral, empresário da noite carioca, e Boni, ex-diretor da TV Globo. No mês passado, conversou com o produtor de cinema Luiz Carlos Barreto e a atriz Rosamaria Murtinho.
O senador também se encontrou com representantes do movimento LGBT e tirou fotos abraçado com Alberto Araujo Duarte, o Beto Cabeleireiro, um dos responsáveis pela Parada Gay da Vila do João.
— Dizem que ele (Crivella) tem preconceito. Mas quem conhece sabe que ele trata a gente normalmente — comenta Beto.
Antes do início da campanha, o prefeito Eduardo Paes, que apoia a candidatura de Pedro Paulo (PMDB), já observava a movimentação de Crivella com o objetivo de diminuir sua rejeição. Paes dizia que a candidatura do PRB era um perigo, pois Crivella estava “até tomando chope no Bar Lagoa”, tradicional reduto da boemia.
Para melhorar sua aceitação na Zona Sul, o senador tem contado com seu vice, Fernando Mac Dowell, que é católico e professor de engenharia de transportes da PUC-Rio.
Contra o ‘neochaguismo’
O senador incorporou ao seu time de campanha intelectuais de esquerda com forte ligação com o PT e o PSOL. Militante contra a ditadura e fundador do PT, o cientista político Cesar Benjamin contribuiu com o programa de Educação de Crivella. Em 2006, Benjamin foi candidato a vice-presidente na chapa de Heloísa Helena, no PSOL.
Luiz Alfredo Salomão, ex-deputado constituinte que já passou por MDB, PDT, PT e hoje está no PSB, também colabora com o plano de governo de Crivella. Ele aposta na popularidade do candidato para derrotar o que considera o “neochaguismo” no Rio, representado pelo controle da máquina pelo PMDB. Para ele, o momento pode ser comparado ao declínio dos herdeiros políticos de Chagas Freitas, ex-governador do Rio, com a eleição de Leonel Brizola em 1982.
— A esquerda ficou um pouco perdida. De um lado, temos uma parte que não aceita a autocrítica, e só consegue bater na tecla do impeachment e do golpe (referindo-se a Jandira). E outra esquerda festiva (Marcelo Freixo).
Sucessor de Lindbergh Farias na presidência da UNE e ex-membro da União da Juventude Socialista, ligada ao PCdoB, Fernando Gusmão é hoje candidato a uma vaga na Câmara dos Vereadores pelo PRB. Em todos os atos, aparece ao lado de Crivella. Quando soube que O GLOBO citaria os nomes de esquerda que apoiavam a campanha do PRB, usou o bom humor para falar da aliança:
— O título da matéria deve ser: “Socialistas em nome de Deus”— brincou.
Para o cientista político da PUC-Rio Ricardo Ismael, a apresentação de uma agenda social e com questões sobre mobilidade e combate à corrupção reduz a rejeição entre formadores de opinião:
— Ao se desvincular da Universal e se aproximar de pessoas de religiões africanas e de grupos LGBT, Crivella cumpre uma agenda de centro-esquerda.
Com Informações: Libertar
Candidato lamentável...
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