Número real de crianças abusadas e de padres que cometeram abusos pode ser ainda maior, aponta relatório
Investigações apontam que cerca de 300 religiosos cometeram abusos sexuais no estado americano desde a década de 1940. Altos membros da Igreja Católica teriam acobertado os casos.
Mais de mil crianças foram vítimas de abusos sexuais cometidos por cerca de 300 padres da Igreja Católica no Estado americano da Pensilvânia desde a década de 1940, aponta um relatório divulgado nesta terça-feira (14/08).
Um dos casos envolveu o estupro de uma garota de sete anos enquanto recebia a visita de um padre no hospital após uma cirurgia de remoção de amígdalas. Outro padre forçou um menino de nove anos a fazer sexo oral, tendo limpado então a boca da criança com água-benta.
O relatório de cerca de 900 páginas é resultado de dois anos de investigações conduzidas por um grande júri com base em depoimentos de dezenas de testemunhas e mais de meio milhão de páginas de documentos internos da Igreja. O documento foi apresentado em coletiva de imprensa com a presença de algumas vítimas.
O número real de crianças abusadas e de padres que cometeram abusos pode ser ainda maior, pois algumas vítimas nunca denunciaram as ocorrências, e alguns documentos secretos da Igreja foram perdidos.
Os documentos analisados incluem relatórios de bispos para autoridades no Vaticano detalhando abusos que não foram divulgados publicamente nem encaminhados para autoridades policiais.
Abusos acobertados
Embora reconheça que as dioceses tenham adotado certos procedimentos e pareçam estar encaminhando queixas mais rapidamente, os autores do relatório avaliam que ainda faltam mudanças essenciais.
"Apesar de algumas reformas institucionais, alguns líderes da Igreja têm escapado de assumir a responsabilidade perante o público", afirma. "Padres estavam violando pequenos meninos e meninas, e os homens de Deus que eram responsáveis por eles não somente se isentaram, eles esconderam os fatos."
Os acusados de acobertar os escândalos incluem o atual arcebispo de Washington, Donald Wuerl, que teria ajudado a proteger padres quando era bispo de Pittsburgh.
Segundo o relatório, bispos e líderes de dioceses usaram acordos de confidencialidade para silenciar vítimas e enviaram padres abusadores para "tratamentos", tendo permitido que centenas voltassem às suas ocupações.
Além disso, policiais ou procuradores por vezes não investigaram acusações por respeito a membros da Igreja ou por alegarem que os casos estavam fora de sua jurisdição, disse o grande júri.
"O padrão foi de abuso, negação e acobertamento", disse o procurador-geral da Pensilvânia, Josh Shapiro.
A maioria dos casos já prescreveu, e mais de 100 padres envolvidos faleceram. Muitos outros se aposentaram, foram dispensados ou receberam licenças.
Apenas dois padres foram acusados formalmente, incluindo um que já havia se declarado culpado de abusar de uma criança de sete anos. O segundo padre teria abusado de dois jovens até 2010, um deles ao longo de oito anos.
Seis das oito dioceses da Pensilvânia estão sob investigação, a mais ampla já conduzida por um estado americano envolvendo abusos cometidos por clérigos católicos. Juntas, as dioceses de Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton representam cerca de 1,7 milhão de católicos.
A arquidiocese da Filadélfia e a diocese de Johnstown-Altoona não foram incluídas pois já foram alvo de três investigações por grandes júris anteriormente.
Diante da divulgação do relatório, líderes de dioceses demonstraram pesar pelas vítimas e afirmaram que seu comportamento mudou. Também foi revelada, pela primeira vez, uma lista de padres acusados de algum tipo de má conduta sexual.
Os escândalos não são exclusividade da Pensilvânia. Bispos americanos reconheceram que mais de 17 mil pessoas nos EUA fizeram denúncias em que afirmam ter sido molestadas por padres e outros membros da Igreja.
No mês passado, o papa Francisco revogou o título do cardeal Theodore McCarrick, de 88 anos, em meio a acusações de que o religioso teria abusado de meninos por anos a fio e tido má conduta sexual com seminaristas adultos.
Um dos casos envolveu o estupro de uma garota de sete anos enquanto recebia a visita de um padre no hospital após uma cirurgia de remoção de amígdalas. Outro padre forçou um menino de nove anos a fazer sexo oral, tendo limpado então a boca da criança com água-benta.
O relatório de cerca de 900 páginas é resultado de dois anos de investigações conduzidas por um grande júri com base em depoimentos de dezenas de testemunhas e mais de meio milhão de páginas de documentos internos da Igreja. O documento foi apresentado em coletiva de imprensa com a presença de algumas vítimas.
O número real de crianças abusadas e de padres que cometeram abusos pode ser ainda maior, pois algumas vítimas nunca denunciaram as ocorrências, e alguns documentos secretos da Igreja foram perdidos.
Os documentos analisados incluem relatórios de bispos para autoridades no Vaticano detalhando abusos que não foram divulgados publicamente nem encaminhados para autoridades policiais.
Abusos acobertados
Embora reconheça que as dioceses tenham adotado certos procedimentos e pareçam estar encaminhando queixas mais rapidamente, os autores do relatório avaliam que ainda faltam mudanças essenciais.
"Apesar de algumas reformas institucionais, alguns líderes da Igreja têm escapado de assumir a responsabilidade perante o público", afirma. "Padres estavam violando pequenos meninos e meninas, e os homens de Deus que eram responsáveis por eles não somente se isentaram, eles esconderam os fatos."
Os acusados de acobertar os escândalos incluem o atual arcebispo de Washington, Donald Wuerl, que teria ajudado a proteger padres quando era bispo de Pittsburgh.
Segundo o relatório, bispos e líderes de dioceses usaram acordos de confidencialidade para silenciar vítimas e enviaram padres abusadores para "tratamentos", tendo permitido que centenas voltassem às suas ocupações.
Além disso, policiais ou procuradores por vezes não investigaram acusações por respeito a membros da Igreja ou por alegarem que os casos estavam fora de sua jurisdição, disse o grande júri.
"O padrão foi de abuso, negação e acobertamento", disse o procurador-geral da Pensilvânia, Josh Shapiro.
A maioria dos casos já prescreveu, e mais de 100 padres envolvidos faleceram. Muitos outros se aposentaram, foram dispensados ou receberam licenças.
Apenas dois padres foram acusados formalmente, incluindo um que já havia se declarado culpado de abusar de uma criança de sete anos. O segundo padre teria abusado de dois jovens até 2010, um deles ao longo de oito anos.
Seis das oito dioceses da Pensilvânia estão sob investigação, a mais ampla já conduzida por um estado americano envolvendo abusos cometidos por clérigos católicos. Juntas, as dioceses de Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton representam cerca de 1,7 milhão de católicos.
A arquidiocese da Filadélfia e a diocese de Johnstown-Altoona não foram incluídas pois já foram alvo de três investigações por grandes júris anteriormente.
Diante da divulgação do relatório, líderes de dioceses demonstraram pesar pelas vítimas e afirmaram que seu comportamento mudou. Também foi revelada, pela primeira vez, uma lista de padres acusados de algum tipo de má conduta sexual.
Os escândalos não são exclusividade da Pensilvânia. Bispos americanos reconheceram que mais de 17 mil pessoas nos EUA fizeram denúncias em que afirmam ter sido molestadas por padres e outros membros da Igreja.
No mês passado, o papa Francisco revogou o título do cardeal Theodore McCarrick, de 88 anos, em meio a acusações de que o religioso teria abusado de meninos por anos a fio e tido má conduta sexual com seminaristas adultos.
Phonte: DW
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